segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Lágrimas

Hoje, após quase dois anos de terapia, chorei pela primeira vez na sessão. Afinal, não tem um dia, dos últimos sete, que eu não tenha chorado, e muito.

Não sei se é o acumulo por ter vivido tanta coisa nos últimos dois anos, mas, se for, a responsabilidade é minha do mesmo jeito.

Ainda, é o que é.

Só acho, novamente, que eu merecia mais, mas em meio a dúvidas, incertezas, tristeza e raiva, me surge uma frase na TV, na minha cara: "nunca estamos preparados para o que queremos".

Pronto.

E é isso. Eu tive o que queria com ambas as duas últmas pessoas que amei. Ambos incríveis, ambos boas pessoas, lindos, carinhosos, esforçados, dispostos, honestos... Enfim.

Além dos relacionamentos, eu também tive o que quis quando consegui grana para ir a Europa novamente o que acabou se tornando um pesadelo.

Então, não posso dizer que eu não tive o que eu quis, o que me leva a pensar que eu preciso querer de forma mais específica, talvez.

Enquanto isso, em relação ao trauma mais recente, é um dia de cada vez me agarrando ao que me faz sentir mais forte, ao mesmo tempo em que tento me permitir a sentir o que preciso, por que não é fácil.

As últimas 48 horas vivendo neste apartamento, onde ficavamos juntos dia e noite, é quase uma tortura. Seu lado da cama, seu lado do sofá, sua xícara de café, nossas idas quase diárias ao supermercado, a caminhada, também quase diária, na praia. 

A presença dele era tão forte que chega a me fazer sentir raiva e, então, culpa, por permitir que um relacionamento começasse tão intenso quanto este foi. Tenho certeza que teríamos chance se começassemos de uma forma diferente. Agora é tarde.

Sigo trilhando meu caminho sozinho de novo, com muitas lágrimas nos olhos e aspirando ter, sim, o que eu mereço, independente se é o que quero agora ou não, apenas desejando que sejam coisas boas.

Carpe Diem

domingo, 19 de janeiro de 2025

Literalmente um amor de verão

Acabou. Após 183 dias... de novo eu tenho que enfrentar o fim de uma relação. Mais uma relação que tinha como promessa durar a vida, deixou de existir. O que começou 19 de junho, há dois dias do verão espanhol, em uma praia banhada pelo Mediterrâneo, acabou, também, em um dia 19, no ápice do verão brasileiro, com um voo de adeus no aeroporto de uma cidade litorânea banhada pelo Atlântico. 

É como é.

Só eu, ele e Deus sabemos como foram esses últimos sete dias, já que a difícil decisão de chegar ao fim ocorreu após uma conversa há exata uma semana. Montanha russa de sentimentos. Ondas e ondas de tristeza, caos, raiva, alívio, esperança, pessimismo, tudo junto e as vezes... nada. Que situação.

Foi tudo muito bonito e, ao mesmo tempo, estranho demais. Eu fico me perguntando como eu deixei isso acontecer, de novo, em tão pouco tempo. Eu sou burro, ou o que? Não arrependo, mas também não entendo como agi de formas tão estranhas. Quase não me reconheço quando olho pra trás.

Só espero que, dessa vez, eu tenha aprendido de vez que eu preciso do que eu preciso, e leva tempo até conhecer uma pessoa antes de fazer compromissos tão sérios. Além disso, não posso acreditar que há algo errado comigo, mas seguirei tentando ser o melhor que posso, dia após dia.

Dito isto, preciso aceitar que estou cansado de me machucar, de me doar demais, de fazer demais. Eu preciso me acalmar, ter mais paciência e fazer as coisas por mim. Ignorar qualquer tentativa de apróximação de qualquer pessoa que venha prometendo demais e esperar que prove com ações, não só com palavras.

Me sinto tão ferido. Apesar disso, quando olho pro futuro, me vejo bem de novo, e é isso que importa: eu vou ficar bem.