segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Finais felizes existem, mas não sempre

O último episódio de discussão que tive com alguém foi com a pessoa que mais amei na vida, até agora. Continuo me perguntando por que de tudo isso, qual o sentido de ser assim e onde tudo isso vai parar. Mas uma coisa que não faço é me culpar mais, muito menos culpar ele.

Nós somos o que somos e precisamos enfrentar as consequências das nossas atitudes e das nossas escolhas, mesmo que esbarre e crie atrito com a vivência de quem tanto prezamos e queremos ao nosso lado.

No fim, é óbvio: viemos e vamos embora desse mundo sozinhos, e é fundamental saber ficar bem assim. É essencial, é indispensável. Porém, nesse intervalo, tão substancial quanto, é saber valorizar quem amamos e, se possível, tornar isso mais forte que tudo. Continua sendo evidente.

Voltando à discussão, ela expõe o que há de mais sensível e frágil em ambos: um pouco de "nos amamos sendo nós mesmos e depois querendo que sejamos diferentes", "falta de paciência", "egoísmo", "desejos" e "falta de maturidade necessária". Repito, em ambos.

Dito isto, vale, não ironicamente, fazer um paralelo com o filme que deixamos de ver no cinema (Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes) naquele sábado, dia 18 de novembro de 2023, que eu consegui assistir sozinho apenas um mês depois.

Os jovens - casal improvável formado por duas pessoas quebradas em um futuro distópico - se apaixonam, mas por motivos novamente explícitos, não ficam juntos no final. Isso não é um spoiler.

Vale deixar claro que, eles não são impedidos de forma direta de permanecerem ao lado um do outro, mas acabam se amando e se odiando em uma proporção parecida e, depois, com as escolhas de ambos, as consequências destas e os fatos subsequentes, fica praticamente impossível que o casal viva sua trajetória de amor.

Não deixa de ser uma linda história. Forte, dolorida, dramática, emocionante, consternadora. Tanto no livro, quanto na produção cinematográfica, fica claro como o desenrolar da trama serve muito como metáfora para muitas pessoas que não conseguem permanecer juntas das pessoas que amam.

É por essas e outras que, apesar de acreditar sempre em finais felizes, sei que não é sempre que um final vai ser feliz. Lide com isto!