domingo, 20 de novembro de 2022

Muitos dias de outono

Gripado, com frio, tudo molhado, nada seca, guarda-chuva não resolve, muita roupa não resolve, aquecedor não funciona, conta de energia cara, enfim, o preço por viver o outono tem sido muito caro de várias maneiras. 

E sim, eu sei que será pior no inverno, o que me deixa ainda mais aborrecido. Eu tive a ideia de escrever este texto há alguns dias, mas, como na maioria das vezes, eu espero para ver se a inspiração continua, se é isso mesmo que eu quero escrever.

Pois bem, neste caso, é. Por mais que eu já tenha me curado da gripe, esteja quentinho, sequei minhas roupas na lavanderia e ainda não recebi a conta de luz, ainda me chateei com o clima. O outono é lindo, encantador, sim, e não me arrependo de vivê-lo assim como tudo que tenho vivido aqui. Mas é frustrante não poder desfrutar de coisas das quais eu gostaria.

Estes muitos dias de outono e o que vivi neles, me fizeram refletir sobre o que eu realmente gostaria de fazer da minha vida. Na real, os últimos cinco meses me mostraram que eu sou mais seletivo e limitado do que eu achei que era e isso não é um problema pra mim, mas parece ser para o mundo. Capaz eu sou, força eu tenho, mas eu vi que tem coisa que eu não quero e não vou fazer e pronto. Como sempre, enfrento as consequências disso.

Falta um mês para o inverno, e falta ainda menos para que eu retome decisões definitivas. Eu vou continuar dando meu máximo, mas, agora, cada vez mais em um circulo de oportunidades melhor. Eu falo principalmente da vida profissional, mas os outros espectros acabam por ficar envolvidos também.

Eu vivi 31 anos e 9 meses de vida, acho sim que a vida é curta para tudo que proponho a mim e me recuso a vender meu tempo por um valor injusto. Não entendo como há pessoas que conseguem, ao mesmo tempo em que as admiro por administrar tão bem suas misérias.

Mas é isso, estou na reta final do outono e eu preciso de perspectivas para não sofrer no inverno. Que o universo me ajude como sempre fez.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Eu nunca desisti...

 ...Eu só escolhi o que eu quis, e fui feliz assim.

Há 20 anos eu decidia ser jornalista. No meio do caminho titubeei e pensei em fazer várias coisas, mas jornalismo era paixão, vocação, aspiração, tudo. Fiz jornalzinho nas escolas em que estudei, me formei no curso de graduação e trabalhei na área. Longe de ser um excelente jornalista hoje em dia, porém, eu sei que sou bom nisso e sou melhor sendo apenas alguém comum que toca a vida como dá e como posso.

Mas sobre o que eu digo que nunca desisti: sobre me sentir bem ou mal em relação a algo. Falta paciência? Mas é claro, e essa falta atrapalha muito. Mas eu deixei de ser feliz? De jeito nenhum. Eu vivo à minha maneira e acho que sou isso e pronto. Não gostei, não quis, não fui bem, deixa pra lá e vou para outro canto. Não espero outra oportunidade, não sofro, não engulo, eu simplesmente vou.

Já recomecei tanto e, como sempre tive tão pouco, nunca foi realmente difícil. A pior parte é nunca ter conseguido muitos bens materiais, mas isso ia ser assim, já que nunca os tive, de fato, nunca foi parte da minha realidade. Eu não sou o tipo de pessoa que reserva para comprar bens, eu sempre pensei no hoje e no agora. Mas, claro, que não deixo de ter vontade de ter coisas.

No fim, eu sofro como qualquer pessoa. Sofro por antecipações, por escolhas mal feitas, por rejeições, e por tantas outras coisas. Quem não sofre, não é? Eu tô indo, continuo da forma como fui e nunca deu 100% certo, nem 100% errado. As vezes fica difícil medir na balança da vida se o que tenho feito é mais positivo que negativo. É complicado.

Se eu for olhar em questões materiais, é óbvio que deu errado. Porém, quando olho para traz e avalio os sentimentos, as experiências, aparentemente deu tudo certo. Também nunca passei reais necessidades, nunca fiquei sem um teto, nunca passei frio, nunca passei fome real (apenas vontades não possíveis de realizar).

Minha sina e minha virtude estão coladas e, talvez, podem ser até a mesma coisa. Eu vou tentar ser melhor, prometo - a mim mesmo - mas, afinal, eu não sou tão ruim assim, né? Todos nós temos que nos aperfeiçoar, eu vou tentando do meu jeito com uma das principais coisas: jamais me permitir ser infeliz podendo escolher viver a felicidade.