segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Por mais que seja doloroso

Eu sempre tive a premissa de que, se algo está me fazendo mal, o ideal é cortar pela raiz imediatamente, sem dar tempo para que se instaure... e parece que faltando poucos meses para completar minha terceira década de vida, há uma certa reviravolta nessa questão de coisas que não me fazem sentir bem. 

Eu estou falando, especificamente, da minha relação com outra pessoa, alguém da qual eu desejo passar o resto da minha vida e experimentar o verdadeiro amor, que acaba trazendo, como consequência, dentre todas as coisas mais belas da vida e os sentimentos mais ternos, dores indesejáveis por experiências mal sucedidas.

Confiança. Essa é uma das palavras, por exemplo, que mais me trouxe transtornos internos. Como confiar em alguém se não sou capaz de confiar em mim mesmo? É melhor ser sincero de início, por que a resposta já está respondida pela metade: Não posso medir alguém pela minha régua, mas minha cabeça não respeita essa resposta, ela quer acreditar que, se eu fui capaz de trair, qualquer um não só é capaz, como vai trair.

Posteriormente à confiança, entramos na questão do controle, o qual definitivamente não temos, sabemos e, mais uma vez, o psicológico não aceita que não podemos estar no comando sobre outros, e precisamos aceitar isso. Cada um deve fazer e, as vezes, faz o que deseja, e muitos desejos serão incontroláveis ou fortes demais, indo contra o que encontramos quando amamos. Nós sabemos muito bem disso.

Pois bem, por estas afirmações, venho escrevendo isso na esperança de treinar minha cabeça sobre esse "mal", o medo de ser traído, deixado de lado ou abandonado. Eu preciso entender que manter livre quem se ama é mais do que a mais cliché e piegas frase de auto ajuda: é a pura verdade. Eu preciso deixar livre, sempre, quem eu amo, para que ele decida se o que sente é suficiente para voltar.

Isso tudo tem permanecido na minha mente como uma turbina nas últimas semanas e vem serenando nos últimos dias. É um processo que, por mais que seja doloroso, me mostrará o caminho do Amor, seja ele este ou outro, já que não me permitirei mais cortar o mal pela raiz, mas sim deixá-lo crescer, tentar transformá-lo em algo bom, para que assim dê frutos e eu saiba, de uma vez por todas, qual é o sabor por deixar um amor livre.

Carpe Diem

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Retrospectiva 2019: os 11 melhores momentos do ano + bônus

Faltam poucos dias para que este ano, que havia como prenúncio coisas ruins, acabe. Acontece que, longe do que se imaginava, pelo menos para mim, foi um dos anos mais incríveis da minha vida, se não o melhor. Apesar de difícil, desafiador e repleto de perdas, também conquistei vitórias e tive momentos inesquecíveis que pretendo imortalizar aqui. Por isso, transformei em 10 tópicos, por ordem cronológica e não de importância, pois não há como medir:

Tudo começou em pizza
Eu e Letícia, uma das minhas melhores amigas, decidimos passar a virada de 2018 para 2019 de um jeito diferente: comendo pizza. Sim. Desafiamos a máxima "tudo acaba em pizza", se bem que, se for parar pra pensar foi como 2018 acabou. Mas também foi como 2019 começou, e não houve melhor forma de iniciar este ciclo. Nada de loucuras, apenas um sofá confortável, TV, comida e uma das melhores companhias que eu poderia ter.

A libertação de um proletário
Na primeiras semanas de 2019 eu já estava saturado de um emprego na redação de um jornal. Me "promoveram" à editor, com uma responsabilidade imensa, um salário injusto e dois chefes sanidades questionáveis. Fevereiro eu fiz o que deveria ter feito: dei adeus ao emprego antes que eu desse adeus à minha saúde mental. Com ressalvas de que isso desencadeou consequências, claro, mas todos precisamos tomar decisões na vida.

A Gaymada
Ainda no primeiro trimestre do ano eu descobri que alguns amigos e conhecidos jogavam queimada todo sábado em uma quadra pública da cidade. Nos jogos eles acrescentavam um toque especial e chamavam de gaymada, algo que muito grupos tem feito pelo Brasil. Em Goiânia, este grupo cresceu de uma forma colossal, alcançando centenas de pessoas LGBTQI+ e alguns héteros. Este momento foi muito importante pra mim, pois, pela primeira vez eu me senti verdadeiramente incluído pela minha comunidade sem que baladas, bebidas, drogas ou sexo, pudessem estar envolvidas. Foi algo absolutamente espontâneo e saudável.

Erre Jota é mesmo linda
Finalmente, apesar de muitos pesares, eu pude conhecer o Rio de Janeiro. Comprei passagens a preços promocionais, só não me atentei que eram pela Avianca, que logo faliu e cancelou os voos. pedi reembolso, fui de ônibus e, ao lado do meu melhor amigo, Halwildson, conheci o que de bom aquela cidade poderia oferecer. Me entristeci pela quantidade de moradores de rua, e isso me fez um ser humano pior, por me sentir incapaz e, ao mesmo tempo, condescendente àquilo. Apesar disso, não serei hipócrita ao dizer que também fui feliz, pois também há coisas boas que vivi por lá durantes os dias de turista.

Visita a maior cidade do Brasil
Logo após deixar o Rio, fui à um bate-volta com minha irmã, Janine, visitar uma de nossas bisavós paternas em São Paulo capital. Aproveitamos para uma rápida visita ao Mercado Municipal e a Avenida Paulista. Apesar de ter sido rápido demais, foi marcante para mim, que conhecia a cidade, mas não estes lugares ainda, e também por poder ficar com minha bisa, que faleceu semanas depois.

Mudanças necessárias
Neste ano me mudei de apartamento duas vezes e, apesar de hiper cansativo, encaro como metáforas da vida. Mudanças são extremamente necessárias, mesmo quando achamos que não vamos conseguir, que não precisamos, ou que podemos aguentar o que estamos vivendo. Só que NÃO! Precisamos mudar sempre, pois sempre haverá algo melhor nos esperando. Mudanças também desencadeiam consequências... boas ou ruins, mas sempre necessárias!

O reencontro ao Amor
Não posso dizer que eu não penso no amor todos os dias. Semanalmente minha consciência me lembrava, mesmo depois de cinco anos solteiro, que eu deveria me apaixonar a qualquer momento. "Pare de pensar nisso, quando você não estiver procurando, vai acontecer...", os outros diziam. Mas eu não conseguia controlar. Então, desafiando o universo, a paixão aconteceu enquanto eu a procurava. Normand é tudo que eu pedi, e mais um pouco. Estou amando e me sinto amado como nunca.

Amigos unidos
Neste ano, em uma noite, eu pude reunir quase todos os meus melhores e meu amado. Foi algo surreal, pois mesmo sendo poucos estes amigos, nunca imaginei que poderia reuni-los de uma forma tão fácil como foi. Aquilo me fez tão feliz, que este precisava ser um dos momentos do ano, para mim. Hal, Letícia, Weena, respectivos namorados e Normand, obrigado por aquela noite!

A continuidade do meu sangue
Apesar de estar com data marcada para nascer só em 2020, foi neste ano que eu descobri que serei tio da bebê Athenam que cresce no ventre de minha irmã Karla. Eu vou ter um sobrinho e ver o ciclo da vida se formando tão perto, com alguém tão próximo, é algo lindo, que dispensa palavras por ser difícil de explicar quanto amor envolve. Que venha com saúde!

Sempre com minha mãe
Vale lembrar, e este não é um momento específico, mas a união de vários, dos momentos que passei com minha mãe. É importantíssimo que um filho possa priorizar isso, e me sinto feliz por ter tido vários desses momentos durante o ano, já que não moramos na mesma cidade. Por isso, peço por mais momentos assim em 2020.

A primeira roadtrip
Ensaiei diversas vezes, sempre havia algo atrapalhando os planos das roadtrips que eu programava para sentir, finalmente, o gosto de pegar a autoestrada dirigindo por aí. Mas finalmente aconteceu, e não poderia ter sido com companhia melhor do que a do namorado. Foi apenas uma degustação, por ter sido curta, mas pude perceber que aquilo precisa e vai se repetir em proporções maiores. Playlist, dois amantes, um carro na estrada e só, para chegar a inúmeros destinos.

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Bônus - Floripa
Não é uma roadtrip, mas é uma viagem programada, novamente com o namorado. É bônus por que não aconteceu ainda. E tudo bem, ouvimos aquele papo de criar expectativas, mas qual o problema? Se você não está preparado pra lidar com as consequências de coisas que não saíram como o planejado, continue na terapia. Eu não vejo problemas em criar expectativas, porque na maioria das vezes elas são superadas. As vezes não, mas vida que segue. Pra esta viagem a expectativa é boa e acredito que ela se torne mais um dos melhores momentos de 2019.

Carpe Diem