sábado, 11 de dezembro de 2021

Os sonhos

Eu não lembro a última vez que fiz resoluções de fim de ano. Pra ser sincero, eu tinha deixado sonhos grandes um pouco de lado pra poder realizar os pequenos, e assim fiz. Estou muito feliz por ter realizado algumas pequenas experiências, mas agora preciso voltar a lembrar de querer realizar os sonhos mirabolantes. Talvez eu morra sem conseguir, mas com certeza não morrerei sem fazer o possível para realiza-los.

Espero que 2022 me abra portas para que, nesse ano e nos próximos, eu consiga:

- Ter meu próprio apartamento de dois quartos com ambientes bem planejados - agora sei que até 70 m² está passando de bom, mais que isso, desnecessário. Só espero que tenha uma boa vista;

- Comprar meu Jeep Cherokee para poder pegar estrada - ter condições financeiras de mantê-lo, claro;

- Fazer uma viagem longa com meu pai com o carro - cruzando países da América do Sul, de preferência;

- Conhecer o máximo de países possíveis, leia-se Portugal, Inglaterra, Canadá, Espanha, Japão, todos da América Latina e todos outros os quais eu tiver oportunidade;

- Fazer estas viagens, de preferência, com amigos - isso é um sonho mesmo, por que reunir o pessoal é bem difícil;

- Poder garantir um futuro confortável para minha mãe - e meu pai também, mas principalmente minha mãe;

- Ter um emprego rentável, justo, em que eu possa ajudar pessoas e que proporcione tudo isso que pedi anteriormente;

- Saúde de sempre, até o último dia da minha vida, sempre pedir por isso.

Essas são as coisas das quais lembrei nos últimos dias escrevendo esse post. Que possam se realizar!

domingo, 28 de novembro de 2021

O Brasil é um mundo crível e incrível

Tá, eu vou admitir: eu sou emocionado com muita coisa, sim! Uma delas é aquele cliché de paixão por viajar. Eu nunca tive muito dinheiro, nunca me organizei financeiramente para fazer grandes expedições, passar muito tempo em algum lugar pelo mundo, mal saí do país. E quando eu digo 'mal', eu realmente estou falando a verdade, pois apenas atravessei a fronteira terrestre do Brasil com a Bolívia e conheci uma cidade de outra nação.

Mas voltando ao que faz diferença. Eu, ao menos, consegui me organizar o suficiente para conhecer um pouquinho, bem pouquinho mesmo, de cada região do Brasil. Esse país continental com 5 regiões definidas e que nos faz ir do amor ao ódio em poucos minutos, dadas as circunstâncias políticas, sociais, culturais etc. Aqui nessa terra, eu conheci pedacinhos e queria registrar algumas das minhas impressões. Segue:

Centro-Oeste

Não poderia começar por outro lugar que não fosse onde nasci. E o mais engraçado é que eu nasci exatamente no MEIO da América do Sul. O estado de Mato Grosso, do qual Cuiabá é a capital e o centro geodésico da América do Sul, já começa por ser uma região privilegiada pela posição em que se encontra. Apesar disso eu nasci no interior do estado, em uma cidade chamada Canarana, cravada entre Amazônia e o Cerrado. Mas chega de detalhes da minha cidade natal.

Essa região do Brasil é maravilhosa, e felizmente eu a conheço muito bem. Graças a minha família e viagens que meu pai proporcionava, pude conhecer, no Centro-Oeste, além do próprio Mato Grosso, parte de Goiás, que é onde vivo hoje, e parte do Mato Grosso do Sul. Mas foi graças a faculdade mesmo que conheci melhor a região: visitando Cuiabá, Campo Grande - MS e até Brasília, capital do país.

Ainda falta muito o que conhecer, mas nos últimos anos pude pisar em lugares incríveis destas terras. O Pantanal, por exemplo, quando visitei recentemente minha irmã mais velha em Corumbá. Cidades históricas, rios, cachoeiras. O Centro-Oeste faz parte fundamental da minha história, afinal é o local onde sempre vivi e onde estão quase todas as pessoas que eu mais amo no mundo. Inclusive eu recomendo a todos que conheçam tudo que essa região tem a oferecer, pois eu quero conhecer muitos lugares daqui ainda.

Sudeste

Acho que o Sudeste, formado por Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, foi a segunda região que conheci na vida. Quando eu tinha 11 anos, meu pai comprou um ônibus casa e nos levou para ver o mar pela primeira vez, foi uma viagem de 3 dias de ida, passando por cidades de MG, de SP, incluindo a capital, assustadora pra mim, até chegar a Peruíbe. Eu nunca esqueço, foi único.

Anos depois, tenho ido com muita frequência pois minha mãe e irmã mais novas moram em uma cidade do interior de SP e meu melhor amigo, em outra, também no litoral. Inclusive, os lugares mais lindos que conheci no Sudeste foi com meu melhor amigo, já que fomos juntos ao Rio de Janeiro, e já que ele me levou pra turista em São Sebastião, onde ele mora atualmente.

Minas e Espírito Santo, devem ser maravilhosos, mas não tenho pressa em conhecer. O que conheci do Sudeste, até hoje, também me deixou muito feliz, são lugares perfeitos, com naturezas únicas, e intervenções humanas igualmente fantásticas (as turísticas, mesmo, pois há outras intervenções que não são dignas de ser mencionadas no texto - tanto no Sudeste quanto nas outras regiões).

Sul

O Sul, tão famoso, formado pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Famoso, pois a região onde cresci no Mato Grosso, era tomada por 'sulistas', então eu conhecia bem a cultura. Mas só fui conhecer a região, mesmo, aos 21 anos, quando me saí bem nas vendas da loja de móveis planejados onde eu trabalhava e a recompensa era uma viagem à cidade de bento Gonçalves, em RS, com direito a turista por cidades como Gramado e Canela.

Eu fui, e simplesmente amei, óbvio. Além do que, estava muito frio e eu sempre quis experimentar climas diferentes, fiquei apaixonado e feliz por conhecer de perto uma cultura tão diferente em suas raízes, mesmo conhecendo tantas pessoas no Mato Grosso e que eram do Sul.

Quase dez anos depois, conheci Florianópolis e fiquei ainda mais apaixonado, retornando menos de dois anos depois, com direito a conhecer a serra catarinense e planejando uma terceira ida, agora em 2022. Os lugares do Sul que conheci são extremamente agradáveis e eu me senti muito em casa. Florianópolis, definitivamente, é um lugar que eu moraria, por exemplo.

Nordeste

Meu coração chega emociona, de novo. Demorei tanto pra conhecer o Nordeste, e ainda conheço tão pouco. Por que ali, ali sim, tem coisa, viu?! Ali é outro mundo todinho, cheio de coisas diferentes. Infelizmente só consegui conhecer 3 (Pernambuco, Alagoas, Sergipe) dos 9 estados da região (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte). Mas estes três lugares, e os pedacinhos que conheci ali me aqueceram demais.

Foram lugares muito especiais. A natureza, misturada as intervenções (as boas) humanas, a cultura, o povo, a comida, não teve nada ali (de coisas que não tenham me deixado triste em outros lugares também) que tenha me deixado mal. Recife, Porto de Galinhas, Maceió e Aracaju serão pra sempre inesquecíveis pra mim. Inclusive, outro lugar que eu moraria FÁCIL, é Maceió, com direito a visitar Recife de vez em quanto, por ser uma cidade incrível tanto de dia, quanto a noite.

Norte

Outro mundo todinho que, com certeza eu não conheci quase nada, mas que deu pra ficar apaixonado. Conhecia apenas algumas estradas do sul do Pará e parte do Tocantins e, este ano, antes de completar meus 31, finalmente fui ao coração do norte. Conheci Manaus, capital do Amazonas, e Santarém, uma das cidades mais populosas do Pará. Entre elas fiz o percurso de rio por 30 horas em um barco e conheci de perto do Rio Negro e o Rio Amazonas. É muita água.

Em Manaus pude ver como as coisas mudam. São totalmente diferentes da realidade que sempre vivi. Por mais que visse na TV ou na internet e tivesse conhecimento, só ali ouvindo aquele sotaque diferente, experimentando aquela comida e vendo de perto, percebi o quão especial aquele lugar era. Infelizmente foi pouco tempo que passei mas o suficiente pra querer voltar mais vezes. Deus me permita. Igualmente tive pouco tempo em Santarém, mas aquela energia, aquele alvoroço, aqueles cheiros, sabores. Era tudo incrível ali.


O melhor de tudo e levar no coração e na mente o melhor de cada pedacinho desse país que eu conheci. Não que seja suficiente, mas me sinto extremamente realizado por essas pequenas experiências. Guardo no peito e na memória cada sensação que meus sentidos apuraram estando por estes lugares. E que eu possa conhecer melhor e da mesma forma, tanto o mundo e, principalmente mais do Brasil. Por que além de incrível, ele é crível e eu creio na minha terra.


P.s. A decepção que tive, por quase todo lugar que fui, é a miséria e o lixo gerado pelas pessoas. É hipocrisia, como sempre, eu falar sobre isso, por que eu nem lido tão bem com o lixo que gero. Mas ver tanta sujeira pelas cidades, pelos afluentes, pela natureza, é de partir o coração. Já sobre a pobreza, há pessoas em situações deploráveis por todos os lados, todos os cantos. Cada vez mais. A vontade de que todos pudessem ter tudo que quisessem é tanta, mas eu, novamente, não faço praticamente nada pra mudar essa realidade. E isso é muito triste.

domingo, 31 de outubro de 2021

Exceções

Quando você está tentando se incluir em um grupo ou se aproximar de uma pessoa, é comum que você abra exceções e faça coisas que você normalmente não faria para que você alcance o que deseja. Não faça isso.

Nem por um minuto deixe sua essência de lado ou aja contra o que você sente, mesmo que temporariamente, para tentar agradar. Isso soa tão piegas e cliché, mas é mesmo e o pior: você será cobrado por isso no futuro.

Em um grupo de "amigos", caso você aja contra qualquer coisa que normalmente você faria, o julgamento vem depois. Se é pra agradar alguém com quem você quer proximidade, pior ainda. Tudo será cobrado - "ué, mas você não fazia isso no começo? Não entendi".

Você não precisa abrir exceções pra ninguém, principalmente se for algo que não vai fazer você se sentir bem. Claro que precisamos melhorar sempre como pessoas, mas isso são coisas que precisam vir de forma natural e dentro pra fora, não o contrário.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Deve ser o calor

Hoje o termômetro bateu o recorde, foi o dia mais quente do ano em Goiânia, capital de Goiás, centro do Brasil, diga-se de passagem um dos únicos estados brasileiros sem litoral e sem fronteira com outro país. Enfim, fez calor para um caralho e ele ajudou a me derrubar, após ser golpeado por decepções vindas de todos os lados.

Eu sei! Eu seeeei que a responsabilidade sobre o que eu sinto é totalmente minha, baseada nas expectativas criadas por eu mesmo.com. Mas eu procurei? eu procureeeeei.

Primeiro que eu decidi fazer uma viagem que me proporcionaria diversas novas experiências. Ao fim dela eu havia experimentado pisar fora da fronteira do país pela primeira vez e, pra quem mora no Brasil e vive a realidade dele, sabe como isso mexe com a gente.

Segundo que eu conheci meus sobrinhos e, por mais que seja cansativo lidar com duas crianças praticamente recém nascidas, aquela energia de vida nova, aquele amor ingênuo, tudo que envolve o cuidar de novos seres, mexeu muito comigo.

Terceiro, e longe de acabar, eu novamente me propus a ir pra um lugar, alugar um carro e sair por aí na estrada, mas dessa vez eu tive companhia e, fora do que eu estava planejando, mexeu comigo também! Foi (está sendo) tipo uma daquelas paixões cegas, que faz você pensar na pessoa e rir, admirar cada coisa que ela é ou que ela faz.

Dito isto, foram três ingredientes certos para fazer com que meu retorno ao dia a dia me tornasse alguém um pouco deprimido.

Pra encerrar os 7 dias de retorno, voltamos ao dia mais quente do ano que aconteceu enquanto ocorriam manifestações contra e a favor ao governo federal e seus representantes atuais.

É, esse ser aqui não é pra amadores.

Um jornalista, querendo fazer seu mochilão pela américa, encantado por seus sobrinhos, apaixonado por um alguém, trabalhar em um feriado cobrindo manifestações de pessoas com as quais ele está longe de concordar no dia mais quente do ano. É suficiente pra você?

Pra mim quase não é... Mas eu acredito que vou sobreviver. Digamos assim, que eu sobreviva por muito tempo ainda, eu não vou dar o braço a torcer.

Eu vou continuar fazendo as minhas viagens, eu vou continuar acreditando no futuro, nas novas gerações, eu vou continuar acreditando no amor. Por fim, eu continuarei tendo esperança de que tempos melhores pra todos virão.

Hoje de longe não foi um dia bom pra mim.

Deveria ser um dia pra comemorar a independência, mas eu nunca me senti mais dependente.

Imagino como as pessoas ao meu redor, ou outros que eu não conheço, milhões de pessoas, bilhões, como eles se sentem?

Talvez deve ser o calor que ajudou a piorar tudo, mas que todos sejam livres e carpe diem.

Amanhã vai ser melhor!



quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Os ipês amarelos ou de qualquer outra cor

Era uma manhã quente de agosto e eu estava na estrada, voltando de uma viagem, e não conseguia, simplesmente não conseguia, tirar meus olhos dos ipês amarelos floridos pelo caminho. Apesar de não ser o meu ipê favorito, a cor amarela é, e o percurso estava cheio daquelas árvores cintilando cachos arredondados e de cores vivas como o sol.

Resolvi fazer algo que eu nunca havia feito, roubar um galho cheio daquelas flores amarelas incríveis pra mim. E comecei a procurar pela árvore mais baixa. Foi aí que eu tive o meu primeiro tino: pareciam inalcançáveis. Por algum motivo, nenhuma árvores tinha galhos baixos o suficiente que algum humano de estatura mediana pudesse alcançar, nem mesmo eu com meus 1,80 metro.

Mas apareceu a árvore "ideal". Ela, ela estava em uma ribanceira o que permitia que ficasse mais baixa se comparada ao nível da estrada. Mesmo assim, aquela árvores que mais parecia um monumento digno de deuses, estendia pra mim apenas um galho.

Quando eu estiquei minha mão e olhei melhor aquela árvore de perto, comecei a notar suas infindáveis imperfeições. Os galhos irregulares, com seus tufos de flores mais irregulares ainda, sangravam seiva e eram atarraxados de insetos por todas as partes. Os buquês arredondados e amarelos, em sua maioria, tinham flores desabrochadas, mas também algumas já murchas e outras que nem se quer despontavam de seus bulbos, formando apenas pequenos botões.

De forma alguma eu deixei de admirar aquela árvore. Pelo contrário, eu comecei a gostar ainda mais de perceber como mesmo com tantas imperfeições ela era tão deslumbrante e chamativa. Era o seu momento, pois os ipês florescem apenas uma vez por ano e suas flores duram pouco mais de alguns dias. No máximo semanas.

Definitivamente essa história é um clichê: nada é perfeito de perto. Se vemos algo estonteante de longe, podemos ter a certeza absoluta que, de perto, aquilo será uma bagunça, mas é como as coisas funcionam. Por fim, há um detalhe que foge do clichê nisso tudo: não precisamos esconder a beleza que veem em nós de longe. Só por que falhamos, somos imperfeitos e cheios de defeitos, não quer dizer que não possamos ter o nosso melhor admirado.

Por isso seja um ipê amarelo ou de qualquer outra cor, sem culpa, sem medo e sem receio.



segunda-feira, 2 de agosto de 2021

O que - ou como - foi que aconteceu?

Meados de janeiro de 2020, me ligam de um lugar X para oferecer uma vaga de trabalho, eu vou até lá, aceito trabalhar por um salário injusto e um cargo não específico, começo logo em seguida e me sinto totalmente perdido. Eu não sabia o que estava fazendo lá, não consegui ver necessidade na minha função, não havia liderança ou organização, algo do tipo.

Por sorte - será?! - recebo uma outra proposta na mesma semana com o salário muito melhor e um trabalho mais "relevante", digamos assim. Aceito na hora e largo o lugar X. Neste novo local de trabalho eu aprendo muito, mas a coordenação é extremamente desagradável e soberba. Me conheço a ponto de saber que não duro em lugares assim e agosto já estou fora.

O que faço? Decido planejar mudanças drásticas, sair do país, começar tudo do zero nem que seja para experimentar coisas novas, seja com o que for. Porém, sou impelido a deixar esse plano pra trás por conta da pandemia. 

Novamente recebo mais uma proposta de trabalho, desta vez para a campanha eleitoral de um candidato a prefeito na capital de onde havia acabado de me mudar. Volto, faço o trabalho e, nos últimos dias, já pensando em sair dessa cidade de novo, volto a receber uma proposta de trabalho do lugar X, aquele lá do começo.

Desta vez a proposta está mais concreta e eu ponho meu preço. A negociação é fechada e é a partir dali, dezembro de 2020, que algo começa a mudar. Não sei se é por conta de ter aceitado o trabalho sendo chefe de uma equipe dessa vez, o que antes estava em suspenso, mas eu começo a coordenar, organizar, demandar e as coisas vão fluindo.

Eu não sei o que, ou como, foi que aconteceu, que eu me tornei essa pessoa que sabia para onde estava indo e como levar mais pessoas comigo. Profissionalmente falando. Eu só sei que deu certo. Então, 8 meses depois, eu tenho celebrado, mês após mês, resultados positivos em todos os quesitos do meu trabalho.

Eu ainda não sei se foi um ponta pé do meu ser, ou a soma de todas as minhas experiências, ou ambas, mas eu sinto, pela primeira vez, que, além de estar fazendo algo que gosto e algo relevante, também estou construindo alguma coisa.

Engraçado que isso vai contra o texto anterior, onde digo me sentir um animal. Mas apesar de ser contrário, não é contraditório, por que eu sou um ser humano, e eu posso transitar tranquilamente entre o selvagem e o social. Eu posso e faço.

Este é o texto de agosto, e espero que o mês, aliás, me traga mais do que eu espero de mim e de tudo.

sábado, 10 de julho de 2021

Me sinto um animal

Me sinto um animal. E eu gosto disso.

Sei que talvez não devesse, mas eu gosto de me sentir irracional, tal qual um bicho. Parte disso, que considero divertido, são as cicatrizes - físicas e psicológicas - que vou adquirindo com o passar do tempo. Apesar de ficar um pouco preocupado sobre o quanto elas podem me fazer viver menos, também me fazem sentir vivo de verdade.

Também tem aquilo de talvez se eximir de responsabilidades.

Em relação a sociedade, quase tudo, que vemos como obrigação, levo como afazeres com consequência do que precisamos fazer hoje pra nos mantermos "saudáveis", para que eu tenha força de fazer as coisas que eu realmente gosto.

Trabalhar, ganhar dinheiro, pagar contas, me alimentar, me cuidar, é tudo muito divertido. Mas o que eu gosto mesmo - com exceção das coisas que me ensinaram a gostar, como doces e games - são as sensações de prazer, controle, perda, amor, tristeza, dor e alegria que eu aprendi sozinho.

Acho que tenho aprendido que tudo que gosto mais é impossível de pegar. Não é concreto. Gosto tanto de me sentir perdido, por que eu amo explorar e descobrir caminhos.

Eu gosto muito de me sentir triste ou com dor - com muitas ressalvas - por que são coisas verídicas, além de me fazer valorizar ainda mais quando estou pleno e alegre.

Eu amo controlar situações ou pessoas. Gosto de analisar elas, ver como reagem às minhas ações, minhas audácias e confusões.

Talvez, de tudo isso, o que eu mais goste seja de me dar prazer. Pode ser que eu não tenha maturidade ou inteligência para saber se é isso ou se isso não é bem isso. Mas eu gosto de promover o prazer que eu acho que devo sentir, quando eu quero e como eu quero.

Eu me sinto um animal por tudo isso. Por que eu vejo essas coisas como necessidades importantes, tanto quanto as designadas a nós enquanto seres políticos e sociais.

Claro que tudo que o mundo como ele é também me traz sensações de alegria, como comprar meu primeiro imóvel; prazer, como me alimentar de algo que eu amo muito; controle, quando preciso liderar uma equipe no trabalho.

Mas acho que o que eu tô falando são sensações que existiriam mesmo sem o mundo que conhecemos hoje. São autênticas e originais. 

São coisas que, em quase sua totalidade, não exigem que eu tenha dinheiro ou poder para realizá-las.

Pode ser que eu esteja muito equivocado, mas é como eu me sinto nos últimos meses.



quinta-feira, 3 de junho de 2021

As virtudes e belezas do flop

Faz um tempo que tenho pensado nisso com mais frequência: acredito que a popularidade das pessoas é algo já determinado em seu destino, talvez. Mas, de acordo com fontes - da minha cabeça - a impressão que tenho é de que a maioria das pessoas precisam fomentar muito por esse "renome".

Fica claro, especificamente falando da internet, que há um desespero por atenção crescendo e isso me inclui também, ainda mais durante a pandemia. Mas eu particularmente não tenho paciência de fomentar a popularidade com frequência. É a tal de produção de "conteúdo". Conteúdo bem entre aspas por que isso varia de coisas bem úteis como ensinamentos, receitas, dicas, informação de verdade e vai até as famosas dancinhas e das fotos de corpos seminus.

Eu mesmo já fiz um pouquinho de cada dessas coisas, e é visível que o engajamento aumenta sempre que as faço. Dentro, claro, da minha minúscula bolha de interação. Mesmo assim, eu sou considerado - pela internet e por mim mesmo sem problemas - flopado. Poucos likes, poucos comentários, pouca procura, poucos compartilhamentos. 

E o que eu quero dizer com isso é que, apesar de isso me fazer sentir um pouco esquisito, já que estou me expondo em troca de "pouco" retorno. A sensação, na maioria das vezes, é de alívio, pois são milhões e milhões na internet, fazendo conteúdos viralizarem a todo momento e isso traz sérias consequências também:

- Uma das consequências é a moda do cancelamento. Se você der um passo fora do que a maioria ali da sua bolha acredita - as vezes realmente é algo grave, mas na maioria não - a pessoa é criticada e apedrejada virtualmente.

- Outra consequência, que também é ruim é o vício pelo engajamento. A pessoa faz algo que dá certo, viraliza, e aí aquilo a faz sentir importante, provavelmente o ego sobe um pouco e o desespero por repetir as façanhas cresce. E o foco se torna aquele, fazer de tudo para conseguir bombar nas redes sociais novamente.

Essas consequências, imagino eu, pois nunca viralizei, graças a Deus, atingem com tudo. Imagina você, do alto de uma pandemia, tendo que trabalhar para pagar contas (caso não seja um influenciador, que já trabalha na própria internet), se desesperar pela atenção de pessoas que você nem conhece, e ainda ser criticado por elas, que nem te conhecem?

Ou mesmo as pessoas, donas de um visual digno de padrão imposto pela sociedade que só tem atenção pelo seu físico. Postagens com milhares e curtidas e compartilhamentos de suas fotos de roupa de banho, roupa íntima ou mesmo nus, mas sem engajamento com as palavras que você publica, ou mesmo sem alguém real pra poder te dar apoio.

Mas isso vai mais além do que fotos sensuais, envolve pessoas que postam coisas fofas, engraçadas, tristes, enfim, tudo que envolva algum público, e é aquilo que elas têm.

E agora vem o motivo pelo qual nomeei este texto de virtudes e belezas do flop. Flopar é termo usado na linguagem da internet, principalmente nas redes sociais, quando se quer dizer que a pessoa não alcançou grandes números de comentários, curtidas ou compartilhamentos.

E depois de tudo o que eu disse sobre consequências de NÃO flopar. Não tem como acreditar se ser flop é ruim. Ser flopado é a garantia de que você não deve nada a ninguém. Você não precisa se preocupar em criar conteúdo para pessoas que não tiram a cara do celular ou do computador e que vão te pagar com elogios efêmeros e curtidas líquidas.

De toda forma, não quero parecer arrogante por ser flop - mesmo que eu não deva a ninguém se que quisesse me sentir assim. A internet e essas pessoas populares, em grande parte, são extremamente necessárias, principalmente quando se trata de engajar movimentos políticos, sustentáveis, ou que envolvem saúde e direitos.

Mas não é o que vemos na maioria das redes sociais. O engajamento fútil, apesar de engraçado e prazeroso (to falando de vocês memes e biscoiteres) é arriscado para a saúde mental. Fuja disso.

No mais, aproveite as virtudes e belezas do flop. Dê atenção aos poucos on-line que que dão atenção de volta, e foque na vida real, por que ela ainda existe, mesmo com um vírus mortal a solta.

Carpe Diem

sábado, 29 de maio de 2021

Descanse Joel

 Talvez eu já tenha falado sobre algo parecido aqui, mas eu não lembrava a última vez que eu tinha chorado... Até a noite de hoje. Eu tenho consciência, as vezes até demais, sobre tudo que tem acontecido no mundo, mas no fim, entre quatro paredes, eu posso me reservar a expor os sentimentos da melhor forma.

Quando se trata da tristeza porém, apesar de senti-la - o que é natural e até saudável - eu não deixava as lágrimas rolar. talvez por que eu buscasse formas de me divertir, ao invés de me sentir mais triste, claro. Mas uma das atividades que deveriam me deixar alegre, hoje me fez chorar.

Não há problemas... Eu gostei. Mas doeu. Muito.

Controlando a Ellie aos 18 anos, após comprar The Last Of US - parte II em meu Playstation 4, eu já tinha a premissa da história em minhas mãos. Não assisti gameplays, mas li muito sobre e sabia da morte de Joel, e quanto mais os spoilers chegavam, menos eu me importava.

Mas então aconteceu. A narrativa impecável desse jogo me fez chorar pela morte de um personagem fictício. E eu nem questiono, é a história, é o roteiro e ponto final. Mas me doeu. E como faço constantemente, busquei dentro de mim entender se era apenas por esse motivos que as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Não consegui uma resposta objetiva. Mas eu sei que muitas coisas que envolvem um pai, mexem comigo (com muitas pessoas, na verdade, eu sei). Então talvez tenha um gancho sobre isso que me fez pensar no meu,  que é tão forte, inteligente, batalhador, mas que sofreu duras consequências na vida pelos seus atos. Sim, para quem conhece os jogos, sabem que estou falando de uma coincidência com a história.

mas não quero me aprofundar sobre isso. Queria apenas expressar com palavras o que sinto, como sempre faço, pelo menos, aqui. Joel se foi no jogo. Eu precisei pausar a trama para escrever. E, olha... São emoções reais.

Isso tudo no fundo soa engraçado. E no fim, que bom que não sou famoso e posso escrever em paz falando besteiras. 

E eu chorei. Depois de semanas... Meses, pra falar a verdade, eu chorei. Descanse Joel.

Carpe Diem

terça-feira, 13 de abril de 2021

Não há outra opção a não ser seguir

 Até há, mas não significa que é exatamente um caminho. Eu novamente estou falando de caminhos. Enquanto a vida existir, a forma como você sobrevive ditará o seu caminho e você estará sempre seguindo.

O que eu quero dizer é, se você tem como, por exemplo, agira sobre um determinado problema tentando o resolver ou fingindo que ele não existe, você está optando. Não tentar resolver o problema é uma opção tanto quanto resolvê-lo.

Então, o que quero dizer é que, nunca estaremos livres de escolher o que quer que seja, por que cada passo, cada palavra, cada ação, cada atitude, são escolhas e a gente precisa estar preparado para as consequências que elas tragam.

Existem bilhões de exceções assim como bilhões de serem humanos, existem pessoas que fisicamente ou psicologicamente não conseguem tomar decisões por si só, estão limitadas por algum motivo que não sabemos.

Existem as pessoas que nunca tomarão consciência de que estão fazendo escolhas ou optando, por que, `s vezes, se trata de alguém que tem tanto dinheiro ou poder que não se deparou com tais filosofias.

Existem também os que não se importam e, enfim, como eu falei, bilhões de exceções, mas eu estou falando aqui comigo agora e com quem mais ler que, não importa o que aconteça, enquanto houver vida, estaremos sempre seguindo.

E a melhor forma de seguir é optando por fazer o que devemos fazer. E ficar parado não é uma boa opção, apesar de ser uma escolha.

Só levante, lute, trabalhe, se alimente, se hidrate, estude, se divirta, tire um tempo de tudo, suma, apareça, converse, se cale, ouça, mas ouça mesmo. Viu? Tanta coisa que podemos fazer. Eu estou fazendo enquanto escrevo aqui, por exemplo.

Mas agora eu precisarei agir com mais força. Pois, se eu achei que ano passado foi desafiador, o que esta por vir é mais ainda. Que o universo me dê forças.

Aproveite seu dia!

terça-feira, 16 de março de 2021

Uma luz no fim do túnel

Março quase sempre se apresenta como um divisor de águas na minha vida. A cada ano, este terceiro mês me trás desafios querendo eu ou não. Não é regra, mas pelos ciclos em que me lembro, é nesta época que a maioria das coisas costumam acontecer com mais intensidade.

Este ano não foi diferente. Eu recebi alguns baldes de água fria nos últimos dias e, aparentemente, terei que recalcular a rota do meu caminho mais uma vez. Mas era neste ponto mesmo que eu queria chegar. Meu caminho.

O exercício diário continua, pois parece uma lição difícil de aprender: a jornada é mais importante que o destino. É o que eu acredito, mas por vezes parece que não dá pra entender, a fundo, o que isso significa. Bom, posso tentar me explicar.

Pelo menos pra mim, as maiores e mais satisfatórias lembranças são de momentos de passagem e não de chegada ou partida. Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que destinos foram desprezados, pois inúmeras conquistas foram, sim, mais prazerosas do que o os caminhos percorridos pra alcançá-las, mas não a maioria.

A grande maioria, afinal, de momentos de prazer real, estiveram cravados nos percursos que eu tomei. Inclusive, às vezes, é até difícil identificar o que foi jornada e o que foi destino. De toda forma, agora isso não importa, outra coisa se põe à minha frente.

Eu preciso absorver, o mais rápido possível, todas essas informações jogadas em mim como bombas e enfrentá-las para que não se tornem obstáculos no meu caminho. Obstáculos não por me impedirem de chegar a algum lugar, mas sim no sentido de me impedir de ver a paisagem a minha volta, já que é de jornada que estamos falando.

Ainda é doloroso escrever pensando a fundo em tudo o que está acontecendo. Mas alguém me disse, na última noite, coisas que eu precisava ouvir. Foi como um eco da minha juventude me dando um sopro de vigor, vindo diretamente do passado e me fazendo receber todo o prazer, carinho e amor que talvez eu merecesse naquele momento. E que momento.

Assim como satisfações pelo caminho, o momento da última noite me mostrou que tudo pode ficar bem novamente, se eu puder curtir a jornada, que nada mais é do que o hoje, o agora. Eu agradeço por isso. Acho que jamais esquecerei aqueles olhos, aquele toque. Me arrebataram, para não dizer seduziram, de alguma forma valiosa.

Ainda se não bastasse, por mais que se tratem de momentos efêmeros, ainda tomei a decisão de assistir a "Nomadland" que foca na vida enquanto jornada e não destino. É tão poético quanto realista, e a obra me tocou fundo, principalmente pelo momento em que estou passando.

É isso: momento, caminho, jornada, passagens... Eu estou agora num percurso, um nada fácil percurso. E antes que eu encerre o texto sem citar o por quê de ter escolhido, como título, "Uma luz no fim do túnel", era só pra metaforizar algo com caminho. Aliás, há sempre uma luz no fim do túnel, só que o meu túnel, pelo menos, nunca está escuro.

Mesmo que estivesse, eu amo túneis. E, o final, eles continuam sendo caminhos e me levando não onde eu preciso ir, mas POR onde eu preciso pisar. Acho que eu me fiz compreender o suficiente por hoje.

Carpe Diem

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Como hei de comparar-te a um dia de verão?
És mais amável e e mais ameno:
Os ventos fortes sopram os doces botões de maio,
E o verão passa depressa demais;
Por vezes, o sol lança seus cálidos raios,
Ou esconde o rosto dourado sob a névoa;
E tudo que é belo um dia acaba,
Seja pelo acaso ou obra da natureza;
Mas teu eterno verão não extingue,
Nem perde o frescor e a beleza que só tu possuis;
Nem a morte virá arrastar-te sob a sombra,
Quando estes versos te elevarem a eternidade:
Enquanto a humanidade respirar e os olhos enxergarem,
Este soneto viverá, e tu viverás nele.
- Soneto 18 recitado em Nomandland

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Os trinta

Faz tempo que não venho aqui. Talvez eu não esteja precisando tanto, ou não tenha tido tempo. Independente disso, escrever ainda me torna capaz de coisas maiores e melhores como ser humano. Talvez isso seja mais importante do que nunca, a partir de agora, já que completo os 30 anos nesta semana. Então, decidi registrar por escrito sobre alguns dos meus percursos até chegar aqui, com um foco voltado para a vida profissional, que eu gosto de dizer que começou aos 11 anos.

Sei que foi com 11 que comecei, sem ao menos precisar financeiramente, a vender picolé na cidade de Querência, interior do Mato Grosso. Era tão divertido. Eu nunca me esqueço: eu ficava com 25% de tudo que eu vendia e os picolés eram de três tipos: os de fruta, que custavam 25 centavos; os com leite, que custavam 50 centavos; e o famoso skimó, um picolé de creme com uma casca quase inexistente de calda de chocolate, e que custava 1 real.

Meus melhores amigos achavam graça, e um pouco estranho. No decorrer da minha vida na escola, muitos sempre me achavam estranho. Eu me senti deixado de lado por várias vezes e quando vinham até mim, sempre senti que era por interesse, já que eu era umas das únicas pessoas na cidade que tinha piscina em casa e por vários outros motivos que me colocavam como alguém privilegiado como, por exemplo, ter uma câmera filmadora, um gameboy, computador em casa etc.

Mas não quero que isso tenha grande destaque, eu não me importo mais com isso há muito tempo. Ainda em Querência, eu cheguei a fazer três edições de um jornal na escola, foi o primeiro contato pessoal com o mundo "jornalístico", do qual faço parte até hoje, 20 anos depois. Além do jornalzinho, também cheguei a ser "espião de supermercado", pegando preços de outros mercados e levando para o gerente do mercado mais novo da cidade.

Já com 14, morando em Vila Rica, outra cidade do Interior do MT, lembro de ter trabalhado em uma locadora de vídeo. Em dois anos nessa cidade, acho que foi apenas isso que fiz além de estudar e também fazer o jornalzinho da escola nessa época. Este, porém, durou mais tempo, chegou a ter, pelo menos, 10 edições.

Novamente em outra cidade do Mato Grosso, em Barra do Garças, entre a reta final do ensino médio e o fim da faculdade - 15 aos 22 - eu trabalhei com muitas coisas: servente de pedreiro, garçom, auxiliar de editor de vídeos, ajudante em uma gráfica especializada em plotter, vendedor de cursos profissionalizante, produtor de roteiros para rádio e o emprego mais importante entre esses, que foi o de vendedor e projetista de móveis planejados.

Estes 7 anos formaram meu perfil profissional de uma forma que refletem até hoje em quem eu sou. Foram aprendizados que certamente levarei para toda a vida. Formas de tratar as pessoas, maneiras de se comportar em certos tipos de ambientes, boa comunicação, tantas coisas que é impossível listar tudo aqui. Apesar disso, ao me formar e me mudar para Goiânia, capital de Goiás, eu descobri que, mesmo formado em jornalismo, eu ainda não sabia nada da minha profissão.

E lá vamos nós, com 22 anos e recém formado. Enfrentei muitos outros trabalhos e desafios na minha área, e mais crescimento. Desta vez, porém, o crescimento foi focado na minha atuação profissional em comunicação escrita, e outras atividades que um jornalista, repórter e assessor precisa saber. Mesmo assim, tudo que eu aprendi dos 15 aos 22, foi extremamente útil aqui.

Trabalhei como assessor de comunicação em uma empresa local de cosméticos e, apesar dos poucos meses, me agregou muito. Depois, em uma experiência mais curta, eu tentei me arriscar no mundo dos web designers, depois de fazer um curso na área, mas não, isso não é pra mim mesmo. De toda forma, aprendi a fazer sites e isso também me ajudou no futuro. Guarde isso.

Após passar umas semanas morrendo de medo de o seguro desemprego acabar (sim, nessa época ainda conseguíamos carteira assinada com facilidade), consegui um emprego em umas das empresas que trabalhei por mais tempo na vida. Lá, foram cerca de 5 anos como analista de comunicação, trabalhando com grandes empresas, com redes sociais, e aprendendo tudo que eu precisava aprender. Evoluí muito, e com isso, fui conseguindo me articular por outros espaços da profissão.

Nesses 8 anos, graças a este trabalho como analista, eu também consegui promover meu próprio site, onde produzi conteúdo por 3 anos, consegui ir de repórter a editor em um dos jornais políticos mais consagrados de Goiânia, trabalhei por uns meses em um jornal onde hoje sou editor chefe, também consegui clientes próprios para trabalhar como assessor de imprensa e até um cargo comissionado no Governo do Estado, na Secretaria de Segurança Pública. Tudo isso, até aqui, nesses meus 30 anos, me fazem me sentir preparado para os próximos 30, se vierem.

Eu cheguei até aqui e, de vendedor de picolé ao cargo de editor em um jornal online, não tive uma só experiência que não tenha me agregado em algo. Vale lembrar que em alguns desses trabalhos eu fui humilhado, maltratado, desprezado e, em outros, fui reconhecido, ensinado e valorizado. Mas independente disso, as coisas ruins ou boas serviram para muito. As ruins a saber me posicionar, me defender e buscar Justiça, e as boas a me ajudarem a chegar sempre em algum lugar mais longe.

São quase duas décadas de trabalho sempre conseguindo uma oportunidade melhor que a anterior. E eu sempre me aconselho a não me sentir 100% confortável com isso, porque eu preciso também estar preparado para regredir, caso seja necessário algum dia. E eu não tenho medo disso, nem que eu precise voltar a vender picolé novamente, tenho orgulho de todas as funções que exerci.

Por fim, eu quero, ao menos, sem modéstia, registrar que eu nunca, jamais, precisei passar por cima de alguém para chegar onde estou. Não que eu esteja em uma posição de topo, por que isso para quem não nasceu em berço de ouro e utopia. Mas estou em um local onde não foi fácil chegar, e o que quero dizer é que não precisei ferir ninguém física ou psicologicamente para isso.

Estou grato por chegar aos 30. Estou grato por chegar aos 30 sempre fazendo o que gosto e sem ter atrasado uma conta até hoje (risos).