quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Cordel

Minha princesa
Quanta beleza coube a ti
Minha princesa
Quanta tristeza coube a mim
Na profundeza
O amor cavou
O amor furou
Fundo no chão
No coração do meu sertão
No meu torrão natal
Meu berço natural
Meu ponto cardeal
Meu açúcar, meu sal

Oh, meu guerreiro
O teu braseiro me queimou
Oh, meu guerreiro
Meu travesseiro é teu amor
Meu cangaceiro
Que me pegou
Me carregou
Que me plantou no seu quintal
Me devolveu
Minha casa real
Minh'alma original
Meu vaso de cristal
E o meu ponto final

Nossos destinos
Desde meninos dão-se as mãos
Nossos destinos
De pequeninos eram irmãos
E os desatinos
Também tivemos que vivê-los
Bem juntinhos
E os caminhos
Nos trouxeram para este lugar
Aqui vamos ficar
Amar, viver, lutar
Até tudo acabar... Tudo acabar!

Gilberto Gil


sábado, 22 de agosto de 2015

Nunca lhe vi, sempre te amei

A terra esta completa de céu, nenhuma nuvem para dar sombra em quilômetros e um calor incomum. Para mim, sempre incomum. Porém eu percebo cabeças frias, congeladas mesmo, não as derivadas de calma, mas as que perderam a sensibilidade. Atuando como cegos, é como eu os vejo. Ah, e também sempre com pedras e espadas nas mãos. Meu amigo, com exceção do tempo que muda as temperaturas, é quase sempre assim que eu vejo os outros. O que salva são as cores, tudo que provém da natureza pela atmosfera, as músicas que ouço, minha consciência, minha paixão e o alguém que nunca vi. Tudo lado a lado.

Por falar nisso, quando está tudo ornando, quando sinto a felicidade plena, sozinho e independente, eu me lembro dele. O que nunca vi e sempre amei. E, antes disso, digo ter a certeza de que nunca o vi, por que eu sei exatamente o que aconteceria/acontecerá quando o ver. O ser esculpido pelas mãos do mesmo criador, mas que me provocará em cheio, que fará não haver distância, que rodará toda minha alma entre outras coisas infinitas.

O objetivo é dizer que nunca o vi, querido, mas que eu estou aqui, te amando desde sempre. Mesmo que isso pareça um artigo, até com metodologia, mas não. Não! Eu digo agora, por que eu estou me mantendo preservado, se é que isso seja importante para você. Estou preservado para o menor sorriso dos seus lábios, preservado para cada piscar dos seus lindos olhos. Que cor terão? Estou preservado para seus braços que estão procurando por mim. Nossa, e como estou preservado para cada um dos seus divinos beijos.

Eu sei que está tudo destinado à mim. Sei que também estou preservado nesses pequenos pensamentos que passam pela sua cabeça. Pelas lembranças inexistentes que você tem da minha pessoa desconhecida. Estamos preservados em uma doce aura, que irradia mais a cada dia que você se aproxima. Estamos preservados, um ao outro em nossos sonhos, doces e surreais, como eu os chamo. Lá, é você o mais belo, e que ainda não vi.

Não sei se ainda acredito em almas gêmeas, mas depois de tê-lo, não precisarei acreditar em mais nada, mesmo. E foi-se aquele céu lotado de azul, dando lugar à escuridão. É fim de agosto, meu amigo. Tudo pode acontecer. E, nesse calor, enquanto eu não vejo aquele a quem destino todo meu amor, eu continuo observando as cores, tudo que provém da natureza, as músicas, minha consciência e minha paixão, tudo lado a lado.

Para amor e amar.

Carpe Diem

domingo, 16 de agosto de 2015

Pouco do que tenho feito, muito do que sou - dias simples

Segunda-feira, pra mim, não é sofrimento. Trabalhar pelo que sou apaixonado não me cansa. Acordo e passo a semana animado, pensando "o que temos pra hoje?". Todo dia útil - que começa sempre com meu pãocafécomleite sagrado e termina com uma janta gourmet ou uma fruta fresca - é uma benção, é divertido, é usado e é vivido. Ser pontual e organizado in é um prazer, mas quando preciso trabalhar out, nem preciso dizer que eu sou do mundo, né?! 

Nas noites 'úteis', enquanto janto, acompanhar minhas séries, ouvir minhas músicas, reinar o ambiente e ser mestre de mim, são atividades de contentamento puro. Sem contratempos. Depois, pouco antes do sono dos justos, sempre um livro na cabeceira para ler - pois é, com muito custo, retomei a prática, graças - e comer mais! Durmo em um instante. Não existem grandes preocupações.

Nos outros dias, folgas, finais de semana, feriados! Como não amar? Poder tentar dormir um pouquinho mais tarde (mesmo não conseguindo), acordar quando der na telha, fazer um café da manhã especial, com direito a gordice e assistir, sempre, a uma comédia. Fazer almoço, só nos finais de semana, é maravilhoso. Ele fica sempre mais gostoso.

As tardes desses dias julgados 'não úteis', são regadas a sono, mais séries e filmes e, próximo ao entardecer (a melhor hora do dia, quando estou feliz) é hora de preparar o físico e correr - mesmo que correr signifique morrer em 200 metros, mas faço o possível - e caminhar até onde meus pés me levam. Sempre é bom senti-los. Ver que podem ir longe.

Já as noites de sexta, sábado e domingo são as mais randômicas possíveis. Um misto de escolhas, algumas dependem da quantia de ânimo que eu tenho na carteira, outras, da quantia de ânimo que eu tenho no coração. Se divertir sozinho é sempre o objetivo inicial, a expectativa. Já a realidade toma conta e me leva a lugares que não quero estar, mesmo dentro de mim e, as vezes, fora. Ainda assim, aprendo com tudo.

Depois começa outra vez. Atuais dias simples e incríveis. Eu aceito de bom grado e agradeço a Deus pelo que veio e não vem mais e pelo quem tem vindo. Afinal, claro, sei que são fases e sei que, como não tenho mais o que tive no passado, não terei tudo isso de agora no futuro - terei coisa muito melhor -, mas vou ter saudades disso tudo que escrevi, de ficar só, me curtir, então vou aproveitar o máximo, e estou.



Carpe Diem

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Pronto é o que sou

Pronto para ser desigual.

E, claro, pronto para ser banal.

Pronto para crer que posso fazer quase tudo sozinho.

Mas não o principal: seguir em solidão, o caminho.

Sempre pronto para ser atencioso.

Pronto sou e sempre corajoso.

Tanto pronto para cozinhar qualquer desafio,

Quanto pronto para escalar qualquer altura impossível.

Pronto para cair, cansado de tudo.

Não querendo estar assim, então eu mudo.

Fico pronto para dar meu sangue a ferver.

Pronto para enfrentar a dor que é crescer.

Mas sempre pronto para brincar e sorrir.

Pronto harmônico, há de convir.

Destemido, sempre. Pronto para enfrentar.

Louco por estar pronto para o amor e o mar.

Pronto para descobrir a casa que minh'alma é, e minha mente também.

Pronto para dar o tempo necessário para tudo e ir além.

Sonhando novamente.

Pronto.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

H.M.B.F.

Nossa amizade surgiu em um dos atos mais simples e corriqueiros que a vida proporciona, mas que acontecem cada vez menos hoje em dia. Não sei se é por que na vida adulta é assim mesmo ou por que as pessoas não se importam mais. Foi um "Puxa uma cadeira e senta aí!" dito pra mim, novato em uma escola, e pronto: já são oito anos conversando. Essa nossa relação possui algo tão prosaico quanto abstruso e pra ser sincero, eu tenho preguiça de dizer o quão você é especial pra mim, por que você já tá cansado de saber.

Hoje não é nenhuma data especial, você não foi embora do país, você não está em coma (graças a Deus), nada do tipo. Só que você precisa saber que eu me importo, por mais que não pareça, com você. E que você nunca estará sozinho. E que se, em algum momento (qualquer momento), você olhar pra trás e não gostar do que ver, você sabe que tem um lugar para ir, e eu sei que é isso serve pra mim também.

Nós fomos nós por muito tempo e, de alguma forma, ainda somos, mas algo mudou. Só que fica mais forte a cada dia que passa, não importa. Eu gostaria que alguém pudesse ter um amigo como eu tenho, e ao dizer isso eu não quero por você em um pedestal (lembra?), é por que a nossa relação é tão detestável quando amável, mas nunca apática.

Ninguém o vê como eu, e eu adoro isso. Só que ninguém me vê como você, e as vezes isso é ruim. Mas o que importa aqui, é que por mais que minhas palavras não valham muito neste mundo, elas são as coisas mais preciosas que possuo, e vou fazer o possível para usá-las com sabedoria, quando eu puder e quando eu achar que elas podem fazer o seu dia, ou a sua vida, melhores por um instante.

Amo você. Carpe Diem.


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Tua ausência é um poema

Se você apenas me conhecesse, do jeito que eu te conheço
Se você pudesse ver além das minhas palavras e devaneios
E olhar em meus olhos, mais uma vez, para enxergar a verdade
E, ainda, caminhar ao meu lado sem mais nenhum receio

Se você apenas me julgasse, como me julguei
E me perdoasse, como me perdoei
Até por erros que, então, nunca cometi
Se você tocasse meu coração para saber 
Que errado, mesmo, é estar longe de ti

Se você apenas soubesse, 
Que poucos relâmpagos não trazem tempestade
Que nem toda estação é inverno ou verão
E que de ti e teu beijo nunca perdi a vontade

Só se disso tudo você fosse sabido
O que isso significa neste dia
E que o meu sentimento não declina

É que talvez algo floresceria
E a brisa que toca meu rosto
Pela eternidade o seu tocaria

Carpe Diem