sábado, 23 de dezembro de 2017

O que foi 2017

Em uma união de satisfação, ansiedade, conforto e frustração, 2017 foi, sem dúvida, um ano comum. Nenhuma tragédia na minha vida ou com meus próximos e nenhuma grande realização me tornearam. Visto isso, ainda tenho muito o que agradecer, pois em meu ser o universo depositou um pouco de sorte e aptidões. Sorte por nunca me faltar o essencial, e aptidão para que eu provasse do que sou capaz.

A forma com que eu enxergo 2017 é branda, lógica e realista, ainda assim, me deixa entristecido. Parece que só devo ser grato por esta volta ao redor do sol. O pessoal do instagram posta tanta gratitude, né? Ironias à parte, minha gratidão se mistura muito com com o desapontamento. Neste anos o universo onde todos se conhecem, eu vi pessoas mais novas que eu alcançarem ápices inimagináveis com seu potencial, e vi, também, pessoas mais velhas tão fracassadas que dói. Como não ficar triste? Me abate ver fracassados, eu queria que todos se dessem melhor e mais: que EU me desse melhor.

Não enxergue só materialmente falando, apesar disso ter sua importância, mas em todos os sentidos, pois muitos encontraram neste ano, ou mantiveram, sua felicidade de alguma forma. isso os tornaram vitoriosos e enxergamos isso como sucesso. E isso é tão relativo, pois para alguns é capaz que me vejam bem assim também e de certa forma não é mentira. Estamos em patamares diferentes, mas todos somos capaz de tudo. E por ser capaz, eu gostaria ter me super destacado de alguma forma. O que não aconteceu, mais uma vez, este ano.

Eu estou feliz também, mantive um ano completo trabalhando home office, quase não adoeci, me diverti muito, mas também me senti muito só e incapaz de melhorar sobre alguns defeitos que possuo. 2017 foi basicamente mais um ano pra eu dizer que continuo otimista e o quanto quero chegar longe. Ainda sou novo, tenho que parar de matar meus sonhos. 2017, ainda há tempos de me surpreender, mas caso não seja possível, 2018, eu quero lhe usar.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Uma estória de natal do futuro e de traz pra frente

Nos noticiários recentes a machete "Adolescente mata mulher e é morto pela polícia" chama atenção. Os comentários também têm destaque pelo alto engajamento dos leitores: "Bandido bom é bandido morto!", "Já que o Estado não prende, o melhor é morrer mesmo", "Esse deveria ter sido abortado" entre outros.

Ele morreu e viveu infeliz durante todo o seu sempre. Foi isso que aconteceu com o jovem Júlio, de 17 anos, negro e da favela, quando foi baleado por Eduardo, branco, um policial de 28 anos, de classe baixa, treinado, mas cansado, desmotivado e que nunca havia matado um ser humano, nem nunca quisera. Júlio foi morto por ter cometido latrocínio. Ele assaltou uma loja onde Ivana, branca, uma simples balconista de 32 anos, da classe média, casada e que era feliz com seus dois filhos, trabalhava. Enquanto o menor pedia por dinheiro, a funcionária só conseguia continuar em choque e num mesmo momento uma viatura da polícia por ali passava. Algum tempo depois e tiros disparados, o cenário era de duas pessoas assassinadas e uma pessoa traumatizada pelo resto da vida. Disso, três famílias afetadas, a de Júlio durante toda sua vida, a de Ivana a partir de agora, e a de Eduardo, dali pra frente.

Antes disso tudo, Júlio, que já procurava um lugar de fácil acesso para assaltar, era ajudado por Marcelo, de 19 anos, negro e da favela. A diferença entre os dois, além da idade, era de hierarquia, pois Júlio consumia o craque e a cocaína vendidos por Marcelo e, este, por sua vez fazia com que Júlio, por ser menor assaltasse os lugares escolhidos por ambos, já que, se pego, não seria preso. Isso já era rotina de dois anos e juntos iam em cima da moto, de local em local, praticando os crimes, apenas roubo. Se a polícia aparecesse a ordem era Marcelo fugir e o Júlio se virar como podia, depois se encontravam no barraco, num bairro muito afastado da movimentação da cidade e armavam novas abordagens criminosas.

Isso tudo aconteceu, mas antes tem mais história, por que o Júlio, de 13 anos, pobre, negro e da favela, nunca teve a figura de um pai presente. Seu pai existe, o André, de 42 anos, negro, pobre, alcoólatra, desempregado e de paradeiro desconhecido, só que não podia ser lembrado pelo filho, já que tinha o abandonado antes mesmo de nascer. Mas Júlio tinha irmãos presentes, a Janete de cinco anos e José de oito, todos de pais diferentes e a mãe Ednalva, de 23 anos, negra, pobre e empregada doméstica que lhe dava apenas o de comer, pois não foi acostumada a viver com afeto e educação o suficiente para que pudesse repassar.

Durante a infância Júlio teve pouco contato com a escola, apesar de sua mãe insistir ao máximo que ele estudasse para não ser um ninguém, era difícil acompanhar o crescimento do filho com tanto trabalho. Então, por natureza e possíveis faltas de oportunidades, o pequeno Júlio não se sentiu atraído pelo sistema de ensino oferecido pelo governo. Matava aula com frequência para fazer o que tivesse vontade. Para a professora de história Bruna, branca, de 25 anos, classe média e solteira, era difícil ver o pequeno Júlio e imaginar o que se passava na cabeça e na vida do Jovem, mas para a professor de matemática Gabriela, de 37 anos, branca, classe média e casada, Júlio era só mais um aluno como qualquer um dos seus outros 146.

Com suas diárias garantidas, a empregada Ednalva consegue alugar um barracão para morar com seus dois filhos. Já era hora de sair da casa de sua conhecida, Odete, de 22 anos, branca, pobre e da favela, onde morava de favor.

Dezembro de 2017, a jovem Ednalva, de 16 anos, negra, pobre e moradora de favela, estava grávida e não sabia o que fazer. A mulher procurou André, de 29 anos, negro, pobre e pai da criança, mas ele disse que não poderia sustentar a ela e mais um filho. Ednalva lembra que no ano passado uma conhecida sua, Wania, de 18 anos, negra, pobre e da favela, morreu ao tentar abortar, então, por mais que essa ideia lhe passasse pela cabeça, não valeria o risco. Decidiu ter o filho, mas não tinha a mínima ideia do que fazer, pois morava com a vó, Lúcia, de 65 anos, negra, pobre que a expulsou quando soube da gravidez. A alternativa foi morar com outra conhecida em troca de cuidar de seus filhos.

Abril de 2016, Wania, de 17 anos, é encontrada morta em casa e laudo preliminar indica tentativa mal sucedida de aborto. Wania havia sido estrupada, mas ninguém sabia. Nos noticiários compartilhados pelas redes sociais as machetes só diziam que ela havia sido encontrada morta pela tentativa do aborto, mesmo. Os comentários mais engajados na internet eram: "Se tivesse fechado as pernas duvido que isso teria acontecido", "Foi tentar assassinar o bebê, acabou morrendo também", "Não sabia usar uma camisinha? Nem anticoncepcional. O Estado dá isso de graça", "Quer matar? Que morra junto!", entre outros.

Uma das pessoas que comentou foi Fabiana, de 32 anos, branca, da classe média, casada, dona de casa e mãe. Fabiana passa o dia na internet comentando sobre tudo, pois é "apenas a opinião dela", enquanto isso seu filho Eduardo, de 9 anos brinca de arminha com um colega, seu sonho é "ser policial para poder prender os bandidos".

FELIZ NATAL E FELIZ 2035

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Não há volta

Acredito que não há volta. Não há volta ser quem eu sonhei em ser. E quando você sabe que poderia ser uma pessoa melhor com a ajuda dos outros? Sozinho eu vou pra onde nessa vida? São tantas perguntas e não vou me privar de fazê-las hoje. Eu sei que não há volta, pois sigo só há tempos e não me contento mais com companhia nenhuma. Só quero continuar seguindo só, e sei que assim não irei longe.

Eu me estabilizei em uma rotina onde não parece possível encaixar alguém. Ao se aproximar, qualquer um que seja, logo é repelido pelo óbvio que me cerca. Quando digo que não há volta, é por que não há. Mas também digo que sempre há esperança, ainda que tardia, ainda que quase apagada se comparada há uma fogueira sob uma garoa. Mas e se uma tempestade vier? Estaria tudo acabado?

Eu espero do fundo do coração que surjam circunstâncias e, principalmente, pessoas que me ajudem. Tenho consciência de que tudo parte de mim, mas sozinho é muito difícil. Não vou desistir, mas anseio pelo dia que coisas extraordinárias comecem a acontecer sem que eu precise arduamente agir sozinho.

Enquanto isso, vou segurando as pontas, não há muitas opções. Mas sigo feliz, na medida do possível, até por que, nas minhas pequenas vitórias, de dia em dia, eu consigo ser minimamente feliz. Eu quero mais!

domingo, 24 de setembro de 2017

Tarde demais

É certo dizer que nunca é tarde para nada, para tudo, para o que for. Mas, sempre há um mas, não quer dizer que não exista uma sensação de que algumas coisas estão tarde demais para acontecer ou começar. Ultimamente tenho sentido isso, e sei que passageiro ou ato falho, mas sinto, e sinto, ainda, que nada posso fazer.

Tenho medo de que tudo que eu sinta ser tarde demais vire uma bola de neve e que, aos 40, 50, 60, realmente seja tarde demais. Eu tenho apenas 26, mas já tenho 26, e apesar de ter conseguido fugir de diversas pressões que o sistema exerce, parece que sempre existe algo que te empurra, pra baixo, pra cima, para os lados.

Acontece que eu não estou conseguindo - isso é certeza - utilizar a pressão exercida sobre mim de um modo cem por cento efetivo. Acredito que eu esteja um pouco acima da média, falando sobre salários ou posição social, apenas por ter um pouco de sorte e de circunstâncias razoáveis. Agora, parece que não conseguirei ir adiante, parece que a sensação de que não farei algo grandioso, ou suficientemente rentável para ter uma vida regada de sonhos realizados, é cada vez mais concreto.

Não desisto eu dos sonhos, mas ser realista em certos pontos é dolorido. Esperança não me falta, mas falta com certeza algo dentro de mim que, fisicamente, me fizesse, supostamente, alcançar a glória de um salário gordo, uma carreira sólida, uma companhia fiel e viagens, casa, carros, enfim, tudo o que, atualmente, parece me ser felicidade material.

Não será tarde, espero, enquanto eu estiver vivo. Mas sensações como essa me corrompem um pouco, procuro gratificação em situações que, depois, me trazem asco. Eu preciso de ajuda desesperadamente. Vida que segue, dia que finda.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Tudo é incrível

Em alguns momento, dia ou outro, eu me pego incrédulo em como algumas pessoas são satisfeitas com vidas despretensiosamente habituais. Eu me sinto até mal por sentir pena de quem é mais feliz do que eu, justamente por não ter, ou não demonstrar, ambições e mestria. Rodeados de ignorância eles são. Eu quero dizer da boa ignorância.

O sentimento que vem lá do fundo é algo esquisitíssimo e começa sempre ao olhar longe, para um céu estrelado, por exemplo. Vai vindo aquela sensação de "é só isso que tenho que mereço?" e, pelo amor de deus, eu sou extremamente grato pela vida que tenho, mas isso não quer dizer que acho que é suficiente, não.

A vida que tenho! Como é bom vivê-la, mas e se eu achar que existe outro propósito para mim? Eu acredito que deveria apostar nisso. Mudança é uma lei do universo e, se não for, eu sanciono agora mesmo. Tudo é incrível demais para que eu seja feliz apenas aqui, na minha zona de conforto. Tudo é incrível demais pra ver apenas por uma tela.

Tudo é incrível demais!

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Olé

Eu fico estranhamente abismado com quanta coisa consigo sentir em um curto período de tempo. Comum ou não, sigo em frente. O fato é que necessito de muitas coisas para seguir, e nem sempre tenho tudo a disposição. Eu preciso sanar minhas necessidades fisiológicas, depois manter a saúde em dia, depois fazer meu papel de escravo do sistema tendo uma noção de como a sociedade funciona e de como eu devo me portar. Depois de tudo isso ainda tenho que lidar com conflitos internos e me questionar porque não posso viver da maneira que quero.

Posso viver da maneira que quero? Devo? Consigo? Quero? Não sei, não sei, não, sim, respectivamente.

Acredito ao menos que, devido as circunstâncias, são grandes transformações - essas turbulências aqui dentro - que me levarão a algum lugar bom. Há pouco lembrei que com 17 me perguntava como estaria aos 27, e aos 27 estou chegando, até bem. Agora me pergunto como estarei aos 37. Longe de mim viver pensando que como estarei no futuro, são só divagações momentâneas e curiosas. Quando eu tinha 17, por exemplo, queria estar estável financeiramente, e apesar de não ter tudo o que eu quero, estou estável, sim. Agora, o desejo para daqui há dez anos é um outro tipo de estabilidade, a emocional.

Não acho que sou tão instável emocionalmente, mas nisso eu envolvo tudo que há dentro, coisas das quais não tenho controle, maturidade que não alcancei, disciplina que não adquiri, impulsos desnecessários. São dez anos para fazer com que tudo isso melhore, um pouco pelo menos. Eu fico feliz de poder olhar pra dentro de mim e perceber quem sou, quem quero ser, onde devo melhorar, por que, olhando pra fora, os questionamentos são tantos. Olhar pra dentro de você é uma salvação, por que quando tudo esta perdido, você põe os pés no chão e lembra: primeiro, o que te faz sentir bem, depois o resto.

É isso que é seguir em frente, pra mim... Se por em primeiro lugar antes de agir de forma mecânica para o mundo. Olé!

segunda-feira, 12 de junho de 2017

As pessoas

Não dá pra entender porque as pessoas, depois de tanto tempo, ainda agem assim. Definitivamente não da pra compreender por que é tão difícil existir paz, ou por que ela é tão relativa para cada um. O maldito livre arbítrio é complexo demais, é doloroso. Não deveria ser difícil, eu repito, não deveria ser difícil se colocar no lugar do outro ser, seja ele quem for. talvez o problema seja o instinto, no final das contas. Eu não ficaria surpreso se fosse.

Eu não posso culpar ninguém, eu não quero que ninguém sofra e ao dizer ou pensar sobre isso eu lembro, como se fosse hoje que, quando eu rezava, depois de decorado o pai nosso e ave maria, que eu pedia para Deus proteger todos, por que não fazia sentido pedir proteção apenas para os amigos e a família. É tão difícil assim? Ter consciência de que todos precisam ser protegidos e isso começa por nós é difícil?

É incrível como as pessoas são diferentes. Existe o preconceito, a raiva, a violência, a dor e as pessoas querem combater tudo isso com mais disso. Eu sou só um, só posso falar por este que sou eu, mas não é possível que não haja um consenso. Você entende o que eu quero dizer? Quantas pessoas já passaram pela terra buscando nos ajudar e ajudaram, tem suas palavras ecoando até hoje. Mas o maldito por quê: Não existe o consenso de paz e harmonia?

Isso tudo está ligado diretamente a vida e morte alheia, sabe? Se você não está de acordo já é mais do que suficiente para causar intriga, e então isso pode ser um simples comentário que fere os sentimentos de alguém ou, na pior das hipóteses, motivo suficiente para tirar a vida de alguém. Não devíamos ser assassinos. Mas quem sou eu pra dizer? Eu mataria um boi sem pensar duas vezes para não morrer de fome, aos olhos de um indiano ou vegano, eu poderia ser condenado, não é? O fato é que pra mim, seres humanos não deveriam ser assassinados, nem torturados, nem machucados, nem furtados, nem humilhados, nem violentados, nem ignorados, nem... você entendeu.

Imagina se todos fossem assim? Mas não, isso não pode virar um clichê de novo. Amanhã eu vou acordar, viver e agradecer, e tentar não estragar tudo. E eu acho que eu posso fazer minha parte, não prejudicando ninguém. E, bom, hoje em dia, apesar de agradecer cada pequena coisa que eu recebo, são poucas as noites que eu lembro de rezar. Se eu for parar pra pensar nas consequências, [ironia] eu peço perdão por isso ter feito com que as coisas no mundo terem piorado [/ironia].

Por fim, eu ainda me preocupo em morrer, mas aquele medo irreal sumiu (por enquanto), acontece é que eu inventei outro motivo pra temer a morte: não conhecer o bem e o amor suficiente no meio de tanta bagunça.

Carpe Diem

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Lust for life - in sand

Climb up the S of the SAND sign, yeah
In these stolen moments, the world is mine
There's nobody here, just us together
Keepin' me hot like July don't does forever

'Cause we're the masters of our own fate
We're the captains of our own souls
There's no way for us to come away
'Cause boy we're gold, boy we're gold
And I was like

Take off, take off
Take off all your clothes
They say only the good die young
That just ain't right
'Cause we're having too much fun
Too much fun tonight, yeah

In a lust for life, in a lust for life
Keeps us alive, keeps us alive

Then, we dance on the S of the Sand sign, yeah
'Til we run out of breath
Gotta dance 'til we die
My boyfriend's back
And he's cooler than ever
There's no more night, blue skies forever

In a lust for life, in a lust for life
Keeps us alive, keeps us alive

My boyfriend's back, and he's cooler than ever
There's no more night, blue skies forever
I told you twice in our love letter
There's no stopping now, green lights forever
And I was like

In a lust for life, in a lust for life


Alteração de Lust For Life - Lana Del Rey

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Acordar pela e para manhã

Acordar pela manhã em um domingo ou feriado, pelo menos nos lugares que eu vivi e que eu vivo, sempre me trouxeram maior sensação de conforto. Talvez eu esteja vivendo o que eu sempre quis e não tomei tino ainda, claro, por causa das ambições mesquinhas que enchem minha cabeça.

Acordar e ouvir os pássaros, sentir a brisa fria que, aqui, tem quase o ano todo, escutar o zunido das motos e carros que passam longe, com pressa provavelmente à caminho da casa de familiares ou amigos para um bom churrasco. Enquanto isso, eu estou aqui, olhando em volta e, quase sempre, só, tentando saborear o momento.

É bom apreciar tudo isso. Por vezes tenho para onde ir, amigos e familiares para visitar. Mas, na maior parte do tempo, eu sou só... Eu. E não sei se é por que aprendi, mas eu me sinto completo. Hoje eu me sinto completo. E por me sentir completo, consigo perceber o quanto ainda posso viver - sendo só, sendo eu e buscando objetivos de verdade - se o universo permitir.

Eu quero acordar pela manhã, e ter essa experiência em cada lugar que eu sei que me pertence. Sentir as brisas, ouvir os pássaros e outros zunidos, em cada lugar que eu possa ter essa paz de olhar em volta e saber que onde eu estou, é onde eu deveria estar.

Oi, maio! Carpe Diem!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Satellite heart

Ultimamente tenho pensando muito em você, mas só por que não sou tão bom. Eu sempre achei você mais inteligente do que eu. Mas também tinha as partes que eu não entendia, como uns medos totalmente irracionais. Eu sinto falta, claro, mais de dois anos sem um companheiro, eu deveria sentir. As vezes da aquela vontade Erika de voltar e mudar, mas aí você lembra que você aprende a lição, mas que nada de fato mudaria. O amanhã é que conta, só o amanhã.

Bom, eu prefiro continuar só com esses períodos dolorosos de vazio, do que me prestar a ser um coração satélite novamente. Ah como me culpo, mas consigo me perdoar por vezes. Até estranho como fui capaz de conquistar um rapaz tão ideal como você, é claro que eu ia fazer cagada. Se você visse, se apenas soubesse as peças que surgem na minha vida, iria ver como estou tendo o que mereço. Já devo ter pago.

Sabe? No fundo eu só queria me apaixonar novamente. Sentir aquele frio na barriga, coração acelerado quando a pessoa se aproxima, ter ânimo e não mais ansiedades e o melhor, ter um parceiro com quem contar sempre. Fazer viagens ou morgar de tédio, JUNTOS. Cozinhar e comer. Correr. Discutir sobre futuro. Pequenas declarações ali, uns 'eu te amo' aqui - há quanto tempo não ouço isso. Pode me chamar de comum, por querer coisas simples, mas parece loucura alguém não querer essas coisas.

Só Deus sabe como estou valorizando este momento só, mas que sinto falta de alguém ao meu lado, eu sinto. Sigo em frente, sendo independente por que tenho que ser. Respiro fundo e enfrento a bad. Só que eu preciso de ajuda, tem dias que não é fácil. E eu estou no meio de uma tempestade atualmente. Só queria que alguém me acendesse o farol. Alguém? Por favor!




terça-feira, 25 de abril de 2017

Incorporar o silêncio

Juro não me dê ouvidos
na verdade eu não queria
perdidos
no espaço permitido de um segundo apenas

Entre a indiferença e um breve susto
uma vertigem sem razão
bom dia, tarde é poder nunca retornar no paraíso
egoístas
por ignorar a existência de tudo o mais

De tanta proximidade
vamos desistir e nos arrepender
de tudo num instante tento despertar de repentinos
desejos entre a glória e o homicídio
que são só tormentos

Incorporar o silêncio
anestesiar qualquer chance de sofrer
me diga o que fazer para te esquecer

Pedido - Nina Becker

terça-feira, 4 de abril de 2017

Meu coração

Eu citei meu coração em quase todos os meus textos, mas nunca dei a ele um lugar no título. Pois bem, aí esta. Mesmo que tarde, mesmo que por motivos ruins. É difícil aceitar que você não é uma pessoa 100% saudável. mas hoje, quem é?

Acredito que isso não me impedirá de viver uma vida plena e completa, e por favor, se eu não durar muito mais tempo depois deste texto, não sintam pena, eu peço, novamente: Por favor! Eu estou completamente satisfeito, não acomodado, mas tranquilo em relação a tudo.

Posso não ter a chance de conhecer outras culturas, mas eu sei que respeitaria todas. Posso não conhecer o amor da minha vida, mas eu conheci o Amor. Posso não ter tido tudo que quis, mas tudo que eu tive, foi por que eu quis. E, por fim, posso ter feito escolhas erradas, mas estas me trouxeram a um bom lugar. Estou em paz.

É ruim usar este tom mórbido, eu não vou morrer logo, estatisticamente falando. Mas claro que pode acontecer. Descobri que tenho uma pequena falha no coração, isso é tragicamente irônico. Mas esta tudo bem, "é algo comum, mas não normal", disse o médico. Estamos a mercê de tudo nessa vida, e isso é só mais uma coisa.

Mas eu precisa dedicar ao meu coração um texto. Oficializar esta nossa estranha relação. Desculpe se te uso demais, se te ponho à prova com minha ansiedade louca. Mas eu agradeço por cada segundo de oxigênio que você me proporciona. Pelas vezes que você bate mais forte, me faz sentir vivo, eu agradeço.

Vai ficar tudo bem, comigo aqui... ou não.

Carpe Diem

sexta-feira, 10 de março de 2017

Cada um merece o que tem

Eu acredito, e sempre creditei, nessa máxima,
onde você tem exatamente o que merece,
seja pelo que deseja, seja pelo que oferece

É por isso que as vezes acho que não o tenho
por não merecer ainda, e ter que melhorar
ou ninguém por perto, para me merecer, está

É algo aparente, óbvio, que nem sempre lembramos
fazer por merecer tudo o que mais desejamos

Talvez eu aprenda, mesmo tendo versos pobres
que um dia terei algo puro e do mais nobre

Talvez eu chegue a fazer, sim, por merecer
e ter um amor que da dor me faz esquecer

Enquanto isso faço o possível para estar bem
por que se você se ama, basta dizer, amém

Acabou!

Carpe Diem

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Meu apocalipse



Acordo com frio, mas bem
mais um dia na capital
a cidade completamente tomada
por plantas secas e neve
saio com meu cavalo
em busca de suprimentos
doces e bebidas
enlatados e conservados
estão cada vez mais longe
mas ainda há muitos lugares
não me preocupo com escassez
ainda...
Depois é hora da diversão
destruir o máximo de coisas
pra esquentar o corpo
está ficando sem graça, já
vou falar com meu vizinho
ele mora a alguns quilômetros
e não há problemas quanto a isso
nem com a divisão do território
nem suprimentos
nos damos super bem e felizes
por ter a cidade só para nós
já transamos nela toda aliás,
em cima do prédio mais alto
no meio da rua, dentro da igreja
estamos perdendo a criatividade
mas não o tesão
afinal não é todo dia que nos vemos
e tem dia que não precisamos sair
da cama dele ou da minha...
Antes de tudo acontecer,
quando eramos jovens
não era tão diferente
a única coisa que mudou
é que não preciso mais ter esperança
e sobreviver ficou mais divertido
por que sozinho eu já era
e ele também
ah! Ter neve também,
eu prefiro o frio
e assim aproveito melhor os dias de sol
raros dias de sol
não sabemos o que aconteceu com o mundo
não importa...
Precisei matar os poucos zumbis
e não tive dificuldades com isso
ainda de vez em quando aparece um
ou outros, nada que me preocupe
as vezes eu até procuro
e de cima do meu cavalo
eu treino minha mira
eu tenho quase tudo que sempre quis, aliás
meu cavalo, coisa mais linda,
minhas armas, um apartamento gigantesco,
bem no alto, não ligo de precisar subir e descer
são 15 andares todo dia, quando saio
enfim, a única coisa que sinto falta
é do mundo que não conhecerei
era meu sonho,
mas um dia posso arrumar algum carro
se tivesse aprendido mecânica com meu pai
seria bem mais fácil
mas um dia eu consigo
e vou até o mais longe que puder
talvez.
Eu sou feliz assim, e
por incrível que pareça,
é agora que não penso mais na morte!
Mais uma noite de sono fácil,
como sempre foi, só que agora
posso ver o céu mais estrelado do que nunca!

Carpe Diem

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Sempre dá certo

Rumo aos quatro anos morando em Goiânia - já posso dizer que graduei na vida adulta e profissional - e 7 meses trabalhando on my own, posso dizer com veemência: tudo sempre dá certo. Bom, isso não é um conselho, e eu não quero te animar , não. afinal, isso é sobre minha vida, e eu não me responsabilizo se alguém ler isso e achar que ficar sentado no sofá o dia todo em frente a uma TV, ou postando selfies, batendo ponto em baladinha todo final de semana ou viver de ser hater na internet vai lhe trazer o certo que tudo dá.

Tem outra coisa, tudo sempre deu certo até agora por que eu simplesmente escolhi um caminho menos difícil, admito. E mesmo neste caminho eu errei feio, errei rude, várias vezes, não canso de dizer como magoei pessoas e como fiz escolhas precipitadas sem pensar nas consequências. E isso envolve todas as áreas da minha vida - a afetiva mandou lembranças - aqui na capital.

O tudo dar certo também não é sucesso iminente. Meu conceito de tudo dar certo é basicamente não passar necessidades básicas, ter um lar confortável e poder ter o poder e liberdade de fazer coisas que um pouco de dinheiro lhe permite. O tudo dar certo é também não ser azarado a ponto de sofrer danos físicos irreversíveis por criminosos, ser respeitado por todos - isso é válido até o dia de hoje, né, infelizmente -  e ter PAZ.

Eu poderia dizer que sempre DEU certo, mas digo que sempre DÁ, por que essa é a parte otimista da história. Eu estou extremamente satisfeito atualmente, mas não pense que estou acomodado ou totalmente tranquilo. Eu quero cada vez mais, mas que esse mais seja saudável o suficiente para que eu nunca precise me arrepender novamente.

CARPE DIEM

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Me curar de mim

Sou a maldade em crise
Tendo que reconhecer
As fraquezas de um lado
Que nem todo mundo vê

Fiz em mim uma faxina e
Encontrei no meu umbigo
O meu próprio inimigo
Que adoece na rotina

Eu quero me curar de mim

O ser humano é esquisito
Armadilha de si mesmo
Fala de amor bonito
E aponta o erro alheio

Vim ao mundo em um só corpo
Esse de um metro e oitenta
Devo a ele estar atenta
Não posso mudar o outro

Quero me curar de mim

Vou pequena e pianinho
Fazer minhas orações
Eu me rendo da vaidade
Que destrói as relações

Pra me encher do que importa
Preciso me esvaziar
Minhas feras encarar
Me reconhecer hipócrita

Sou má, sou mentirosa
Vaidosa e invejosa
Sou mesquinha, grão de areia
Boba e preconceituosa

Sou carente, amostrada
Dou sorrisos, sou corrupta
Malandra, fofoqueira
Moralista, interesseira

E dói, dói, dói me expor assim
dói, dói, dói, despir-se assim.

Mas se eu não tiver coragem
Pra enfrentar os meus defeitos
De que forma, de que jeito,
Eu vou me curar de mim?

Se é que essa cura há de existir
Não sei. Só sei que a busco em mim
Só sei que a busco

FLAIRA 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Gradicido

Tenho sorte? Ou tudo isso não é nada? Penso como devo ser agradecido pelo que tenho, pois algumas pessoas nunca chegarão nem perto de ter. TER. Algumas pessoas tem o que eu nunca vou ter. E ser?Mas e o ser? Quem não tem tanto quanto eu pode muito bem ser mais do que eu. Pelo que é que devemos agradecer, afinal? Só por ter tido mais condições, oportunidades e conforto do que outro não quer dizer que minha vida seja melhor. Eu preciso me esvaziar disso e ser sincero. Não posso e não devo negar minha hipocrisia e minha incredulidade.

Eu sou grato sim, mas isso cabe a mim e dentro de mim. Não sou grato por ser melhor que ninguém, por que isso não é verdade. Não sou grato por viver melhor que alguém, por que não cabe a mim dizer quem vive pior. Posso dizer que sou grato por ter e ser quase tudo que eu quis. Mas eu não consigo, e acho bom não conseguir, pensar em me sentir bem por que tem gente em piores situações do que eu.

Por hoje é só.

domingo, 22 de janeiro de 2017

O que quero não é bem o que quero, mas também não é mal

Fico pensando em como me divido em dois quando penso no que eu quero da vida. Neste momento, penso sobre isso enquanto faz um tempo que se mostra perfeito. Hoje é um daqueles dias incríveis: nublados, frescos e silenciosos. Esse dia preguiçoso só não está mais completo pra mim por que falta uma dessas coisas que quero. Que não é bem o que quero, eu sei. Vamos falar logo que se trata do conflito material com o espiritual, que eu não ligo tanto. Eu precisava de um vídeo game hoje e de, pelo menos, uns cinco jogos like a The Last Of Us ou The Evil Within.

A questão é que aqui no meu lar eu me sinto protegido e acomodado, e não vejo problema nisso. E não há problema necessariamente. A questão é que antigamente eu pensava, por exemplo, que meus avôs morreram sem ao menos conhecer outra cultura ou país, sem falar outras línguas, experimentar outras coisas na vida, e PORRA, isso não significava nada pra eles? Pois bem, surgem outras gerações e cá estou eu trocando a vida lá fora por um PS4 e alguns jogos. Mas eu sinto que isso me bastaria agora, sabe?

Será que bastou para meus avôs ter uns caminhões, algumas fazendas e uma grande e problemática família? Fica aí a questão. Mas eu, ansioso por conhecer outros países - que graças a internet eu conheço, de certa forma - estou muito mais preocupado em me satisfazer, por hora, com algo que me deixe trancado dentro de casa e não sinto nem um pingo de remorso por isso. Além do vídeo game te a questão da comida, meu Deus, só de eu poder ir ali na padaria e comer o que eu quiser, isso já vale tanto. Como que chama isso?

Enfim, não sei se estou me adaptando a minha realidade de que obviamente não farei tudo o que quero na vida. E não, não estou sendo pessimista, é que eu sempre quis tudo mesmo, diga-se de passagem, uma fazenda, um cavalo, uma casa na praia, uma prancha de surf, aprender a surfar, acabar com a fome no mundo, fazer trilhas pelos cinco continentes, entrar em um submarino, pisar em outro planeta e... TUDO. você entendeu? TUDO.

O bom dessa coisa toda é que não estou me sentindo mal por que não vou conseguir todas essas coisas, apesar de eu achar injusto, por mim e por outros que também querem. Mas eu fico feliz de estar feliz com pouco, que não é tão pouco assim, afinal. Não pra mim. Eu espero de bom grado conquistar algumas dessas coisas que listei e outros que não disse, eu vou conseguir, mas não será tudo. E sou grato, nossa, como sou grato por tudo.

Não tem como não ser grato, não. Afinal,eu estou podendo escrever algo que sinto, dividir com o mundo, literalmente, independente de quem lê. Eu estou protegido - relativamente, mas estou - no conforto da minha casa, com uma caneca de café, bem alimentado e faz um dia lindo lá fora. Neste momento, eu estou em plena paz e sei desfrutar disso. Depois de tanto falar, não posso simplesmente dizer que o que quero é errado, tá tudo lindo, tá tudo ok!!!

Carpe Diem

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Me encontro

Aqui onde o sol bate e me esquenta, contra meu favor
é onde parece que devo estar, fazendo o que devia fazer
Aqui sozinho luto pra encontrar
um modo suficiente de viver
e motivos que me deem prazer

Me encontro exatamente onde me perdi
onde toda vergonha e glória se escondem
Me encontro longe do que dizem pra ser
onde vivo do meu jeito, de dia até anoitecer

Parece que defini algumas prioridades
independente das minhas reais condições
O que importa vai além da vaidade
e eu peço toda noite através de orações

Me encontro onde jamais alguém estará
por aqui dentro universo é mato
Me encontro onde ninguém nunca saberá
é impossível estar aqui onde sou nato

Trago apenas o que há de bom em mim
o que é ruim aprendi sem querer
Mas até mesmo o mal serve pra um fim
Se não for machucar ou abater

Eu me encontrei, logo desencontro
sumo pra me achar de novo
É um jogo diário que me faz crescer
me encontrar por vezes...

...é não morrer!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

The first of all

Definitivamente eu sobrevivi a 2016. Duvidei em alguns momentos de que isso aconteceria, e no finalzinho do segundo tempo até achei que já estava vivendo em uma realidade paralela, mas era apenas minha esquizofrenia pregando uma peça.

Estou aqui feliz da vida escrevendo o primeiro texto do ano e extremamente agradecido e contente por como o ano começou. Não conheci o amor da minha vida nem ganhei na mega, mas as perspectivas estão incrivelmente otimistas.

Mas aí você me fala: você sempre foi otimista Nathan. Aí eu falo: continuar sendo otimista é um desafio diário, meu jovem. Enfim, realmente, a cada dia que eu consigo resolver os mistérios do meu interior, tirar um peso das costas por saber lidar com uma dificuldade ou questão, o sol nasce e surgem outras.

E por continuar otimista e ver que 2017 pode ser uma no incrível, o meu vigésimo sexto ano de vida, acredito que é para comemorar. Hoje eu me sinto mais novo do que tudo, me sinto forte e revigorante. Apesar da rosácea, da gastrite,  das dores no trapézio e dos sentidos menos aguçados. Eu estou fabuloso.

Sigo assim.