segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Mais um fim / meus desejos para 2023

Esta é a última segunda-feira do ano, amanhã é a última terça, e assim por diante. Apenas figurativo. Os dias são sempre os mesmos. Mas dentro de nós sempre permanece aquela ânsia por encerrar e começar novas fases. É o que é, afinal, até plantas tem o seus ciclos.

Por falar em ciclos, lá vou eu em mais um, também. Hoje escrevo sem muita inspiração, mas por necessidade, até por disciplina. Mas é válido, por algum motivo deve ser. Os últimos meses foram diferentes de tudo que já vivi. É engraçado viver em outro país, mas por hora o meu desejo é cessar com essa "graça".

Foram quase sete meses de recomeço que, apesar de não dar em nada concreto, me inflou de abstrato. Meu Deus, como é bom conhecer lugares novos e pessoas diferentes. Como é bom absorver sabores, vistas, toques e conquistas. Até frustrações me revigoraram, não que eu quisesse, mas foi inevitável me estressar neste lugar.

Talvez seja possível que mais um ciclo se encerre, mas eu jamais vou me arrepender. E olha que de arrependimentos eu entendo. Por mais cansativo e desgastante que esteja sendo, é inegável que eu nunca mais serei a mesma pessoa. Me tornei, ainda que cedido pelas minhas fraquezas, mais confiante, organizado neste ano.

Mais do que isso, eu estou ainda mais certo de que a vida precisa ser vivida da melhor forma que possamos. É isso que eu vou tentar fazer a cada dia da minha vida, ainda mais, daqui pra frente.

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Aproveitando, em 2023 eu quero:

- Ver a neve

- Quitar minhas dívidas

- Fazer ao menos uma roadtrip

- Conhecer João Pessoa/PB

- Ir à uma praia de nudismo

- Visitar a Chapada dos Veadeiros

- Conhecer a Argentina

- Fazer muitas trilhas

- Pular de paraquedas

- Andar à cavalo

- Passar o Natal no Canadá

- Comprar um apartamento


domingo, 20 de novembro de 2022

Muitos dias de outono

Gripado, com frio, tudo molhado, nada seca, guarda-chuva não resolve, muita roupa não resolve, aquecedor não funciona, conta de energia cara, enfim, o preço por viver o outono tem sido muito caro de várias maneiras. 

E sim, eu sei que será pior no inverno, o que me deixa ainda mais aborrecido. Eu tive a ideia de escrever este texto há alguns dias, mas, como na maioria das vezes, eu espero para ver se a inspiração continua, se é isso mesmo que eu quero escrever.

Pois bem, neste caso, é. Por mais que eu já tenha me curado da gripe, esteja quentinho, sequei minhas roupas na lavanderia e ainda não recebi a conta de luz, ainda me chateei com o clima. O outono é lindo, encantador, sim, e não me arrependo de vivê-lo assim como tudo que tenho vivido aqui. Mas é frustrante não poder desfrutar de coisas das quais eu gostaria.

Estes muitos dias de outono e o que vivi neles, me fizeram refletir sobre o que eu realmente gostaria de fazer da minha vida. Na real, os últimos cinco meses me mostraram que eu sou mais seletivo e limitado do que eu achei que era e isso não é um problema pra mim, mas parece ser para o mundo. Capaz eu sou, força eu tenho, mas eu vi que tem coisa que eu não quero e não vou fazer e pronto. Como sempre, enfrento as consequências disso.

Falta um mês para o inverno, e falta ainda menos para que eu retome decisões definitivas. Eu vou continuar dando meu máximo, mas, agora, cada vez mais em um circulo de oportunidades melhor. Eu falo principalmente da vida profissional, mas os outros espectros acabam por ficar envolvidos também.

Eu vivi 31 anos e 9 meses de vida, acho sim que a vida é curta para tudo que proponho a mim e me recuso a vender meu tempo por um valor injusto. Não entendo como há pessoas que conseguem, ao mesmo tempo em que as admiro por administrar tão bem suas misérias.

Mas é isso, estou na reta final do outono e eu preciso de perspectivas para não sofrer no inverno. Que o universo me ajude como sempre fez.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Eu nunca desisti...

 ...Eu só escolhi o que eu quis, e fui feliz assim.

Há 20 anos eu decidia ser jornalista. No meio do caminho titubeei e pensei em fazer várias coisas, mas jornalismo era paixão, vocação, aspiração, tudo. Fiz jornalzinho nas escolas em que estudei, me formei no curso de graduação e trabalhei na área. Longe de ser um excelente jornalista hoje em dia, porém, eu sei que sou bom nisso e sou melhor sendo apenas alguém comum que toca a vida como dá e como posso.

Mas sobre o que eu digo que nunca desisti: sobre me sentir bem ou mal em relação a algo. Falta paciência? Mas é claro, e essa falta atrapalha muito. Mas eu deixei de ser feliz? De jeito nenhum. Eu vivo à minha maneira e acho que sou isso e pronto. Não gostei, não quis, não fui bem, deixa pra lá e vou para outro canto. Não espero outra oportunidade, não sofro, não engulo, eu simplesmente vou.

Já recomecei tanto e, como sempre tive tão pouco, nunca foi realmente difícil. A pior parte é nunca ter conseguido muitos bens materiais, mas isso ia ser assim, já que nunca os tive, de fato, nunca foi parte da minha realidade. Eu não sou o tipo de pessoa que reserva para comprar bens, eu sempre pensei no hoje e no agora. Mas, claro, que não deixo de ter vontade de ter coisas.

No fim, eu sofro como qualquer pessoa. Sofro por antecipações, por escolhas mal feitas, por rejeições, e por tantas outras coisas. Quem não sofre, não é? Eu tô indo, continuo da forma como fui e nunca deu 100% certo, nem 100% errado. As vezes fica difícil medir na balança da vida se o que tenho feito é mais positivo que negativo. É complicado.

Se eu for olhar em questões materiais, é óbvio que deu errado. Porém, quando olho para traz e avalio os sentimentos, as experiências, aparentemente deu tudo certo. Também nunca passei reais necessidades, nunca fiquei sem um teto, nunca passei frio, nunca passei fome real (apenas vontades não possíveis de realizar).

Minha sina e minha virtude estão coladas e, talvez, podem ser até a mesma coisa. Eu vou tentar ser melhor, prometo - a mim mesmo - mas, afinal, eu não sou tão ruim assim, né? Todos nós temos que nos aperfeiçoar, eu vou tentando do meu jeito com uma das principais coisas: jamais me permitir ser infeliz podendo escolher viver a felicidade.

domingo, 9 de outubro de 2022

Um dia de outono

Hoje, dia nove de outubro de 2022, foi um verdadeiro dia de outono. Na realidade, é sobre o que senti neste dia. Como estou morando no hemisfério norte e, aqui, o outono é no segundo semestre do ano, começando no fim de setembro, é claro que se percebe, mas hoje foi especial.

A princípio, com o passar dos dias é que a maioria das plantas têm perdido seu verde e dado lugar a um marrom claro, um tom amarelado, desbotado. Acho lindo. Eu sempre disse que minha estação favorita era o outono, mesmo não o vivendo da forma como via nos filmes, na internet, por morar muito perto da Linha do Equador, onde as estações não são tão definidas.

Mas falando do dia, foi interessante. O dia inteiro nublado, um frio agradável, folhas caindo aos poucos, e uma estranha melancolia que tomou conta de mim e que combinou perfeitamente com tudo que estava a minha volta. O melhor de tudo é que é um domingo, e pude fazer o que tive vontade em tempo integral. Eu treinei, eu vi filme, eu cozinhei, eu joguei, eu li e agora eu escrevo. Basicamente o que amo.

A melancolia, afinal, é basicamente explicada pelos textos escritos anteriormente. São tornados de emoções felizes, tristes, raivosas e aterrorizantes. Eu sei, quando um divertidamente. Hoje eu percebo que me sinto mais seguro aliás, e sinto que tenho mais liberdade do que nunca, mas, ainda não é o suficiente.

Para ser suficiente eu sei bem do que preciso, mas eu tenho falhado em lutar por isso, admito. São tantas as coisas com as quais eu não concordo. Eu queria que minha coragem fosse melhor recompensada pelo capitalismo, pronto, falei. Mas, sigamos, tenho muito o que fazer neste curto espaço de vida.

Agora, o dia chega ao fim. A previsão para amanhã é de chuva e, por mais que o sol volte até o fim da semana, daqui em diante as temperaturas irão cair gradativamente, e as coisas vão mudar drasticamente, acredito eu. Não estou falando apenas do clima. Porém torço por mim, e acredito que eu conseguirei vencer mais esse desafio na minha vida.

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Crise intermitente

Somos acostumados a, religiosamente, acreditar que não recebemos fardos maiores do que podemos suportar. Mas isso parece errado, e olha que sou otimista. Essa é uma visão otimista: que sempre daremos conta do que vem. Mas não. Não. As vezes não conseguimos, ou nem precisamos fazer esse esforço todo só por que algo difícil chegou até nós.

Nós não somos obrigados.

Nas últimas semanas isso me pareceu uma grande charada. Nessa crise intermitente que tenho vivido, onde descobri tanta coisa óbvia como o fato de que as coisas não são tão fáceis quanto parecem e pior: não tenho conseguido me decifrar se o que tenho feito tem valido a pena, tenho tido vontade de desistir de muito.

É isso, não há problemas em não conseguir suportar o fardo. Por favor, né? Onde já se viu? Ter que carregar todo peso que aparece. É por isso que crio caso sempre. Devo ser insuportável, mas é parte do que sou, reclamo e peço pelo que acho que seja mais justo possível e o que me convém, dentro da minha realidade.

Sobre suportar o fardo, tenho suportado, mas às custas de coisas que jamais pensei. Tentei desistir, "não deixaram", por conta dos casos que criei que melhoraram um pouco a situação. Mas digo tudo isso também nem por mim, mas por pessoas que penso que fazem isso diariamente. Como conseguem? Minha admiração, pois me refiro a fardos de esforços físicos.

Coisas como receber pouco dinheiro, para trabalhar muito, incontáveis horas e, no meio disso tudo, conceber família, ter filhos, sustentar vícios. Enfim.

Será burrice ou força? Ou ambas? Me assusta tudo isso!

No fim, não acho justo que essas pessoas ou eu temos que suportar tudo. Não é justo, merecíamos mais.

Sei que não cabe a mim, mas sempre tentei seguir a linha de não aceitar tudo, por que esse "tudo", nunca foi o suficiente para o que sei que mereço.

Será burrice ou força? Ou ambas? Talvez seja eu o burro, ou incompleto, ou sei lá. É esse crise intermitente.

Talvez o mundo fosse melhor se todos agissem como eu, ou talvez seria o caos. Vai saber!

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Apesar dos pesares, tem muita coisa boa acontecendo

São quase três meses longe de onde sempre estive. Mas é longe para um caralho. E a cada dia descubro novas coisas. Depois desses quase três meses, aliás, finalmente começou a chover de verdade e então parece que este lugar mostrou sua verdadeira face. Na verdade eu só queria escrever isso pra ficar intenso.

Mas sobre as novas coisas que eu disse, são basicamente sensações estranhamente diferentes do que antes eu costumava sentir. Ansiedade é sempre porém. É uma mistura, mas sempre com toques de ansiedade e eu penso que sei por que.

É que esta vida é curta demais pra mim. Se não fosse isso, certeza que eu não teria tanta ansiedade. Percebo que todas experiências, das mais gratificantes as mais frustrantes são necessárias e delas posso tirar proveito, mas com um imenso porém: elas demandam tempo.

Quando lembro que a idade média que um ser humano tem, aí é que fico louco sobre o quão limitados são meus comprometimentos. Você vê: eu não tenho grana pra ficar viajando por aí pelo mundo como é um dos meus sonhos, não tenho aspiração para viver a vida toda num emprego que poderia me fornecer uma estabilidade maior, não tenho astúcia de passar necessidades básicas, então o que resta? Fazer o que está ao meu alcance.

No momento foi mudar de país, para um onde o dinheiro vale um pouco mais, e trabalhar nele para tentar ir fazendo o que de fato me move a viver: viajar e ter novas experiências (preferia que só as boas fossem necessárias, mas né...). Com isso, neste cenário, são poucas as chances que tenho de errar.

E, sim! Recomeçar é uma coisa incrível, meu Deus. Essa mistura de dor e prazer, e revolta e satisfação, mas demandam tanto tempo. Sinto, por isso, a cada dia, a cada passo que seja, que preciso me mover pensando estrategicamente e exigindo tanto de mim para espremer cada gota possível do desfrute de viver.

E lembrar, e organizar, e me controlar para que nada dê errado além do que já costuma dar. Assim eu vou vivendo o presente. Pelo menos nele, eu tenho certeza que estou. Eu tenho absoluta indubitabilidade que não estou no passado, muito menos no futuro. Eu estou aqui onde preciso estar, apesar de todos os pesares.

Além disso, por pior que algumas coisas sejam, ainda tem muita coisa boa acontecendo.

domingo, 7 de agosto de 2022

Viver é incrível

Hoje eu estive sensível, mais que o normal. Hoje eu estive grato acima do usual. Eu tive crises recentes que me ajudaram a destravar esse novo sentimento de que eu definitivamente continuo tendo total controle sobre a minha vida e de que viver é incrível demais.

Sabe o que eu fiz hoje? Absolutamente nada e estou feliz com isso. Eu lembrei, graças às experiências recentes, que eu ainda sei fazer nada, e sei bem como fazê-lo, assim como eu ainda também sei trabalhar duro, que eu sei fazer amigos e que eu sei conquistar pessoas.

Eu redescobri que eu sou um ótimo colaborador, e que eu consigo ficar em pé por horas seguidas. Eu descobri, ainda que suspeito, que sei ter cuidado com objetos frágeis, sei ser zeloso, sei aprender ainda tantas coisas nova e consigo armazenar na cabeça mais do que eu achei que podia.

Eu sei e fiquei feliz por saber que me comunico bem com pessoas que falam outras línguas e, ainda por cima, compreendo e perdoo os que falam a mesma língua que eu mas não parecem estar dispostos a ajudar.

Com meu intuito de viver novas experiências, eu recordei que elas são boas ou ruins e o que eu faço com elas é o que importa. E eu decidi usá-las ao meu favor para que eu seja uma pessoa melhor a cada dia de vida que vivo.

É reconfortante, também, memorizar que as coisas mudam tanto de forma tão imprevisível, e que nada é constante ou eterno, de forma que isso se torne algo favorável para si. Por exemplo: o que virá a seguir? 

Pode ser algo incrível ou não. Até esperar o que vem, sou otimista e feliz pelo bom pensamento. Se vier e for incrível viverei aquilo da melhor forma até o fim, se não for, também haverá fim, e algo bom vai ter que vir.

Eu reforcei comigo mesmo que eu ainda sei sonhar e tenho tantos sonhos e desejos que em momento algum saíram de dentro do meu coração. Eu redescobri que eu posso ser cada dia mais grato e que a vida é tão curta que não vale a pena não torcer e agir por si e por sua felicidade.

quinta-feira, 28 de julho de 2022

A vida me deu o que pedi, novamente

O desespero é necessário, a falta de dinheiro e meios de subsistência nos afetam e pronto, e ponto. Mas isso é instintivo. Muitos me falaram sobre ansiedade. Ansiedade é um sintoma, mas era muito mais do que isso, era anseio por gastar meu valioso tempo.

Pois bem, foram gastos dias, semanas, e eu aprendi muita coisa nessa aventura por moradia, emprego e vida em outro país. Paciência sempre, mas estar alerta também. Organização é outro ponto fundamental, e este eu tiro de letra.

E deu certo. Dia após dia, tudo foi dando certo. Eu não poderia estar mais feliz. Mas, novamente, não é de mão beijada, não é fácil, muito menos vem em volumes fartos que querem nossos desejos, apenas o que necessitamos.

Para termos mais, é saber dosar, infelizmente, ou felizmente. Por exemplo, queria muito morar em um lugar que conheci, de um rapaz do Brasil, que é uma kitnet espaçosa e automatizada, espaço perfeito para mim, e o trabalho dele, home office com serviço de T.I, ok, e eu não queria morar num lugar pequeno, sujo, sem luz, longe do metrô e trabalhar como garçom, ou em praça de alimentação de shopping. Certo?

Então, eu não estou com nenhuma das duas alternativas. Me surgiu a minha. Um trabalho agradável, apesar de cansativo, que me ensina muito, e um lugar bem iluminado, perto do metrô, espaçoso, mas o qual preciso dividir banheiro e cozinha.

Essas pegadinhas me enlouquecem. Parece que sempre estou na média, mas eu não acho ruim, por que as vezes eu sei que mereço mais, mas não sou tão esforçado, por que não, por que eu sou do jeito que sou e pronto.

No fim, a vida me deu o que pedi, novamente: um trabalho agradável, que me reconectasse ao manual e me tirasse das telas e um lugar justo para morar, para que eu não fique sozinho e que eu saiba compartilhar mais as coisas. Bom, esse é o lado bom, como tudo tem que ter, o quase tudo tem.

Eu agradeço, pois eu sei que, apesar de eu merecer mais, querer mais, ansiar tanto, eu sei também que tudo isso é algo muito adequado para um ser humano. Não me falta nada, absolutamente nada e o que vier de agora em diante, é LUCRO.

sábado, 9 de julho de 2022

O que é o certo?

Quando se trata dos seus planos, dos seus desejos, dos seus sonhos, o que é o certo? Será que fazer o que você quer e planejou, enfrentando grandes problemas, é realmente o mais viável? Ou será que, na verdade, o certo é fazer o possível pra se manter vivo quando você não tem recursos para arriscar e fazer o que deseja ou sonha?

Faz tempo que eu não me questionava tanto sobre tudo... eu acho. E mesmo sempre perguntando tanto, no fundo eu já tenho as respostas, eu apenas estou duvidando de tudo, por que ter certezas não serve para mim, que não sou das exatas.

Acontece que eu continuarei tentando fazer o que eu estou fazendo, mas eu já começo a identificar as grandes consequências sociais e financeiras disso. Espero que isso seja uma faze que não delongue a ponto de destruir a minha vida de uma forma que leve anos para reconstruir.

O mundo que eu conheço é sabido que não é justo, isso é óbvio, e olha que a injustiça que eu sofro não chega aos pés da maioria dos que já sofrem, sofreram ou sofreram nesse planeta. A questão - mais uma - é que eu sinto, hoje mais do que nunca, que eu me vejo em um círculo vicioso.

Eu sei que para ter resultados diferentes precisamos agir de forma diferente, mas eu tenho medo de que eu não saiba mais como agir diferente da forma como estou agindo. Então me resta lutar, da forma como sou, para conseguir. Parece-me, mais do que um obstáculo, mas definitivamente um limite físico e mental que meu corpo impõe.

Não tenho energia, nem para festas nunca tive, imagina para trabalhos de força física, e nunca fui nem quis ser o mais inteligente para passar a frente de concorrentes em oportunidades onde eu conseguiria o que eu quero se eu fosse mais esperto.

Eu sei que eu sou esforçado, isso eu sou, mas eu não passo de um ser humano, mesmo que único na minha identidade, mediano. Eu também sei das minhas inúmeras e infindáveis virtudes, qualidades e valores. Atributos estes que me levaram a um caminho muito louvável durante minha vida.

Na escola, na faculdade e na carreira profissional eu senti que houve progresso atrás de progresso, mas, agora, mesmo que cedo pra dizer - porém por culpa desta maldita crise de ansiedade somada ao desastre que fui em não conseguir guardar dinheiro para emergências - sinto que estou prestes a estacionar na vida.

E, como eu disse ali em cima, as consequências disso podem ser desastrosas. Fisicamente não me parece medo que tenho, mas vou dizer medo. Eu estou com medo. Mas eu também não tenho muita escolha, e essa que me resta parece boa, a não ser continuar e lutar para que eu não estacione.

Parada proibida!

Eu vou continuar e vou conseguir, mas tudo que eu acabei de escrever existe, só espero que a parte em que temo pelas consequências, não passem de riscos que não ocorram de verdade.

Volto a me perguntar: o que é o certo? E te respondo: o certo é fazer o que você acha que precisa ser feito, independente do que digam, mas claro sem machucar outra pessoa ou a você mesmo. É você e você ali, e o errado pode até vir a existir, mas ele vira passado e o amanhã é para acertar.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Pra nunca esquecer

O que eu acabei de ver agora foi simplesmente a coisa que mais me fez chorar em meses. 

As últimas vezes inclusive, foram em novembro de 2020, em Recife, quando passei da conta na bebida com meu ex-namorado e, chegando ao apartamento que havíamos alugado, caí aos prantos por estar vivendo um momento tão bom, mas o sentimento de que que viveria pouco. Dias depois, aliás, recebi um exame que esperava há meses confirmando que eu tinha uma doença genética rara.

O outro episódio de choro foi em março último assistindo Titanic pela, sei lá, quinta vez. Isso me fez refletir que não chorei em 2021. Estranho como vamos ficando adultos e mais tristes, mas menos chorões - eu pelo menos, pois eu chorava demais da conta.

Parece que temos um gatilho aqui, nada surpreendente por sinal: vida e morte.

Sim, eu sempre me preocupei com a vida, sempre tive medo da morte. Em minha defesa, porém, na maioria das vezes, eu usei o medo a meu favor para, pasme, viver, é claro. Não que eu tenha tido uma vida incrível - pois capitalismo e não sou rico, já falei disso outras vezes aqui - mas o que estava ao meu alcance EU FIZ.

Mas vamos falar do meu choro de hoje. Mais um pra conta em 2022. Assistindo ao último episódio de Grace and Frankie. Antes de falar deste último episódio, já que a indústria midiática adora me fazer chorar, eu gostaria de dizer que lembro do primeiro episódio: O Fim. 

Exatos 7 anos atrás, maio de 2015, eu recém havia sido demitido de uma agência de comunicação e, antes de ser contratado pelo primeiro jornal que eu trabalharia, precisei vender algumas coisas de valor para quitar dívidas - coisa de brasileiro.

Pois bem, fiquei com meu notebook, minha conta na Netflix, e então vi a estreia dessa série com a premissa de duas idosas, uma delas Jane Fonda que eu sempre gostei, que haviam sido arrebatadas com a notícia de que os maridos tinham um caso, drama e comédia na medida certa, a série me conquistou.

Passado esse tempo, acompanhei sempre que pude, até que chegou ao fim neste ano e, só agora, terminei os episódios, com muita dor. O último episódio: O Começo. O meu gatilho: a morte.

Na verdade, para ser bem sincero, a vida e morte me dão gatilho, mas o meu maior medo está no meio termo. Ficar inválido ou, pior, esquecer das coisas, esquecer do que vivi, das pessoas, de quem sou, é um dos meus maiores pesadelos, eu não quero isso.

Não é fácil, por que é algo que não temos controle, e eu gosto de ter o controle das coisas.

Mas eu assisti o episódio, chorei e escrevo aqui pra nunca esquecer, enquanto tenho saúde.

Pra nunca esquecer que o amor é uma mistura de magia e compromisso diário

Pra nunca esquecer de ter coragem de enfrentar as coisas e não fugir.

Pra nunca esquecer de que a vida é curta de qualquer forma.

Pra nunca esquecer de aproveitar o dia.

Pra nunca esquecer... Espero eu.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Em paz e bem

Eu não posso exprimir em palavras o sentimento que sinto neste momento apenas por tendo estado bem e em paz por tanto tempo e mesmo com tantos problemas. Eu tenho plena consciência de que é delicado e frágil, até passageiro, mas eu tenho quase certeza de que posso dizer que caminho, a cada dia que passa, para ser uma pessoa melhor e continuar feliz.

É delicado e frágil, por que neste dia a dia, lidando com os problemas reais, também tenho sentimentos de impotência e até de desdenho por coisas como ajudar as pessoas ou o próprio planeta. E isso me causa uma estranheza.

Nem sempre paro para ouvir quem pede ajuda, por vezes falta-me paciência, continuo comendo carne, por exemplo, mesmo sabendo o mal que faz para a terra ou, até mesmo, tenho momentos felizes egoístas enquanto pessoas morrem de fome ou sofrem em guerras.

Também é passageiro por que podem surgir coisas com as quais eu possa não conseguir lidar no momento e tudo vai por água abaixo. Mas fato é que, eu estou apegado em acreditar que estar bem já é um grande passo. Quem se sente bem dificilmente atrapalha ou faz mal, certo? É o que eu espero.

Eu quero ser a pessoa que dá forças aos outros, que ouve, que ajuda, que não pede nada em troca, alguém em quem os outros possam confiar, uma pessoa agradável sem ter a petulância de querer ser agradável, quero ser humilde com ações, não com palavras.

Por sentir que tudo isso tem sido possível, e que pode continuar sendo, é que sinto paz e felicidade. Espero que isso me leve a bons lugares, bons momentos, seja para mim ou para os outros!

Carpe Diem 

domingo, 1 de maio de 2022

Estou indo embora

Exatamente 9 anos depois de chegar estou indo embora.

Foi em abril de 2013 que pisei aqui para morar, cheio de sonhos e medos. Diploma na mão e muita força de vontade me fizeram sair do interior e arriscar todo o pouco dinheiro que eu tinha. Depender dos meus pais ou de quem quer que fosse nunca foi uma opção, e já falei mais detalhadamente sobre isso e não quero mais tocar no assunto.

Chegando aqui lidei com desafios demais, nem sei como consegui, mas foi... Superei tudo e venci um pouquinho todo dia, até nos dias em que perdi.

Enfrentei a vergonha de pessoas da família que, antes de portas abertas afirmando que eu poderia ficar quanto tempo fosse necessário, demonstraram insatisfação com minha presença e não conseguiam ao menos disfarçar as mentiras para que eu deixasse logo aquele teto. 

Também enfrentei abuso sexual e a arrogância de pessoas que se diziam da família, mas que não conseguiam nem ser amigos, quiçá agir como um verdadeiro ente de sangue. Enfrentei assédios inimagináveis em alguns dos trabalhos que consegui. 

E enfrentei a baixa remuneração, os altos impostos, as contas que subiram mais do que os salários, tendo que, muitas vezes, abrir mão de comer coisas que tive vontade, o que podia ou não comprar/pagar ou aonde ir, tendo liberdade limitada por conta do dinheiro, também, limitado.

Apesar disso, graças a Deus e a mim mesmo, jamais precisei enfrentar a fome. Também nunca precisei enfrentar o dia a dia sem um teto sob minha cabeça.

De tudo, tudo, não dá pra me arrepender de quase nada. Além disso, tantas pessoas boas no meu caminho fizeram dele um lugar tão melhor para continuar e eu continuei. Continuarei.

No fim, só estou indo embora daqui, e pra onde eu vou carregarei tudo que me fez melhor e mais forte, para que eu possa tornar os novos caminhos menos doloridos e mais saudáveis para mim e para as pessoas que eu amo ou as que estiverem por perto.

Espero que chegando lá, eu encontre tantas pessoas que ajudaram-me quanto aqui. Da minha parte, ajudarei todos que eu puder, fazendo o que sei fazer e sendo quem sei que sou.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Me sinto saudoso...

 ...Mas não sinto muito!

Tenho sentido emoções muito fortes, por diversas vezes meus olhos marejaram nas últimas semanas por estar conseguindo aproveitar cada dia como se fosse único. Por que sei que são, mas também por que sei que grandes mudanças estão por vir. Esses sentimentos são complementares.

Um pouco daquela sensação de dever cumprido, um pouco daquela sensação de que por onde estou e o que fiz já deu no que tinha que dar. Por ter feito meu melhor, ter dado resultados, ter ajudado pessoas incríveis e recebido ajuda de volta.

Tenho uma sensação tão gostosa da saudade de ter conhecido tanto - que ainda é pouco - do meu país que eu amo muito. Quero conhecer muito mais ainda. As viagens que fiz me enchem de orgulho, mesmo que simples, rápidas e acanhadas, por conta de eu não ter tanto dinheiro, mas valeram cada segundo.

Mas essa saudade toda só me faz bem e mais, me ajuda e ter forças pra enfrentar o que virá. Eu adoro não ter medo de sentir medo, adoro o desconhecido, adoro ser intenso, eu preciso disso. Eu sou assim. Por vezes enfrento consequências pesadas pelos meus atos, mas eu ajo assim por que eu quero tanto ser justo.

Bom, eu tenho muito pra viver, muito mesmo. E eu vou viver!

quinta-feira, 17 de março de 2022

Vou construir algo ou morrer tentando

Há exato um mês eu completei os 31 anos. Já falei demais sobre isso. Agora, a contagem é regressiva. Daqui há exatos três meses eu espero estar mudando de vida. Muita coisa pode acontecer até, mas normalmente as coisas não acontecem repentinamente em minha vida, mas é disso que tenho medo.

E se? E se dessa vez der errado? E se dessa vez acontecer um imprevisto? E se dessa vez eu não chegar até lá? E se dessa vez eu passar fome? Não conseguir um emprego? Entrar em depressão? Sei lá, tanta coisa. 

Mas isso não me impede de fazer o que eu farei, segue apenas sendo medo e o medo nunca me parou. Afinal, eu sinto que devo construir algo. Não é isso que nós seres humanos fazemos quando exploramos cada centímetro desse planeta? Pois eu vou construir algo ou morrer tentando.

De toda forma me preocupa ainda sobre o que acontecerá nestes próximos três meses. Eu preciso ser forte, eu preciso continuar fazendo o que sempre fiz e deu certo. Me sinto sobrecarregado e me sinto de uma forma que eu sinto que eu não deveria sentir.

É muito sentimento. Sino muito!

É engraçado, nesse momento eu estou assistindo a Jennifer Garner interpretar o papel de mãe, quando "ontem" ela fazia o papel de uma menina de 13 anos no corpo de uma mulher de 30. Hoje eu tenho 31 e, "amanhã", eu terei mais de 40.

Eu posso não sentir o que eu gostaria de estar sentido hoje, mas eu sei que o que eu escolhi me fará sentir um pouco mais do que eu gostaria de sentir. De novo... é muito sentimento. Mas eu não consigo evitar, faz parte de mim. 

Só espero que, nos próximos três meses, as pessoas boas do meu caminho me ajudem e, que, depois do dia 17  de junho, meu caminho me ajude a encontrar boas pessoas. Até lá, é aproveitar um dia de cada vez. Um - dia - de - cada - vez é que eu vou construir algo, ou morrer tentando.

terça-feira, 1 de março de 2022

Pra onde eu vou?

Eu estou no meio do jogo, mas não me importa muito que me falta estabilidade financeira ou emocional. Eu sei que muitas coisas são do jeito que são e as que podem ser mudadas faço o possível para que sejam. Mas, neste exato momento, eu me pergunto: pra onde é que eu vou?

Eu conheci lugares incríveis pelo Brasil, muitos onde eu moraria, mas será? Eu sonho em viver experiências fora do país, mesmo que temporárias, mas será? Eu amo viver onde vivo, tenho minha "carreira" aqui e isso me manteria numa zona de segurança maior do que uma mudança, mas será?

São três possibilidades, mas no fundo eu já sei que como está não pode mais ficar. Eu me recuso a permanecer em um lugar por comodismo e falsa impressão de zona de conforto. Isso nunca existiu, nem nunca vai existir, pelo menos, pra mim.

A zona de conforto nunca vai existir pra mim, porque eu não acredito em loteria, jamais conseguiria viver dependendo de alguém, não sou herdeiro e, aparentemente, não vou construir um negócio de sucesso ou crescer incrivelmente em uma empresa (isso ainda pode acontecer, mas não crio expectativas).

A nossa mente é muito doida. Cada pessoa que conheço um pouquinho melhor passa por cada coisa, cada um tem problemas tão complexamente simples. Eu não fujo a regra: eu simplesmente explodo. Sem aviso prévio, sem motivos fortes, sem tragédias, apenas acontece.

Eu devia tratar isso, mas no fim, eu sei que eu estou com a razão, por mais que o sistema não reconheça, pois ele é o motivo.  Eu apenas me recuso a permanecer por muito tempo como estou.

A vida é curta, e há tanta coisa por fazer. Eu vou fazer, mas no momento eu me pergunto pra onde é que eu vou?



sábado, 19 de fevereiro de 2022

Já passa da hora de acordar pra realidade e viver a verdade


Esse é um dos poucos textos que escrevo que, de fato, são tanto pra mim, quanto pro eventual leitor que por aqui aparecer. A maioria sempre são, mesmo, pra mim. Mas dessa vez, não que faça diferença, o objetivo é esse: nós.

Tomar 15 dias para não trabalhar foi o tempo ideal para eu ver o quanto as coisas estão definitivamente erradas. E não, não é sobre isso e não tá tudo bem. Mas, ao mesmo tempo, foi um tempo excelente para que eu me conhecesse ainda mais, do alto dos meus novos 31 anos.

Pode ser só uma crise pós férias, mas eu compreendo a angústia que me ronda, já que eu vivi, nestes últimos dias, de uma forma como eu gostaria de viver a maioria dos meus dias. Porém esta não é minha realidade.

Eu posso dividir as minhas férias em três partes, cada uma com algo ruim e algo bom: 

A primeira foram os dias em que passei na casa da minha mãe, no interior de São Paulo, onde também mora seu esposo e minha irmã mais nova. Nesta etapa de férias eu busquei fazer nada, absolutamente, e curtir a família, e isso, pra mim, é excelente, porém há tempos já está claro que por mais que o amor seja cada vez maior, as coisas não são e nunca mais serão como antes, quando eu era criança - eu sei que é óbvio. Ao mesmo tempo em que o sentimento de proteção permanece, o carinho, o acolhimento, a sensação de não pertencimento físico àquele lugar é a parte ruim quando fico muito tempo por lá.

A segunda parte, a mais rápida, porém igualmente intensa, foi na São Paulo capital. Me dói um pouco escrever enquanto lembro do que vivi lá. Uma das maiores cidades do mundo que, com este título, leva também tudo ao extremo: é tudo muito lá, tanto para bom, quanto para ruim. Conheci pessoas no luxo e no lixo, da boa vida à miséria extrema, que viviam no mesmo raio de 2 km, ali no centro daquela metrópole, e isso me incomodou de uma forma que é difícil digerir, já que pessoas se divertiam muito em locais onde, na esquina, havia sempre alguém com fome o perdido pelas drogas. Não é culpa de ninguém ali que vivam essa situação, mas a desigualdade extrema ainda não deixa de ser dolorida. Além disso, considerando as relações sexuais, percebi que os homens gays estão completamente carentes de atenção, mas perdidos na efemeridade do que as drogas e o sexo fácil e desprotegido proporcionam.

A terceira e última parte veio como um sopro de alívio, mas também com seus pesares. Concluí minhas férias em Florianópolis, capital de Santa Catarina, e lá, um dos meus lugares favoritos no Brasil, foi onde me dei ao luxo de viver e uma forma como eu gostaria de viver, efetivamente, meus dias. Aluguei um carro e dividi momentos com uma pessoa pelo qual sou apaixonado, mas também sozinho com a pessoa que mais amo que sou eu mesmo. Com a paixão, vivi momentos incríveis que só acompanhados poderiam ser aproveitados da forma maravilhosa como foi, porém foi sozinho com o amor próprio é que eu me conheci melhor durante estes dias. Sozinho ali, eu percebi, que vai ser sempre eu por eu, ou, no caso, você por você, e aí sim é sobre isso e tá tudo bem. Acredito que as coisas que eu fiz foram formas de me conhecer melhor já que entro em uma fase muito importante e delicada da minha vida. 

O resumo que trago disso, como disse, para mim e para quem lê, é que as pessoas não se importam com você, e isso é ótimo e ruim, quem define a perspectiva é tu mesmo. Vai por mim, ver isso pelo lado bom é uma grande salvação. E também, parte destes contexto, tem muito a ver com o fato de que gastar tempo só com você sozinho NÃO É DESPERDÍCIO, é autoconhecimento. Dito isso, doendo ou causando prazeres, é aí que você sentira que vive.

espero que faça sentido para alguém que ler. Pra mim funcionou, funciona e tem funcionado. Essa forma de enxergar as coisas, de aceitar que até certo ponto é isso, e mesmo não sendo mais do que você queria, também não é pior. Sendo empático, mas lembrando que, se você fizer o mínimo da sua parte, pode ser que ajude o todo um pouquinho. Infelizmente, para nós, a grande massa, não há uma receita pronta, não há passe de mágica, não tem colher de chá, não tem pausa, café com leite ou seja o que for, haverá sempre dor e prazer, com aquele toque que só a falta de grana proporciona.

Mas por favor, não deixe de fazer o que você sente vontade, principalmente se a oportunidade surge.

Aproveite o dia, por você, e acorde pra realidade, para viver sua verdade!


domingo, 16 de janeiro de 2022

De repente trinta... e um

Eu fiquei surpreso com o fato de que, assistindo novamente o filme 'De Repente 30' há alguns dias, me dei conta de que ele é de 2004, ano em que eu tinha 13 anos, a mesma idade da protagonista no filme. Apesar de eu completar 31 anos daqui há exatamente um mês, eu ainda tenho 30, e fiquei particularmente tocado com essa coincidência boba, que não acaba por aqui, já que no filme ela é editora de uma revista quando tem 30 anos, eu eu sou editor de um site de notícias com a mesma idade.

Além disso, me tocou também o fato de que, metaforicamente, ela se torna uma mulher a qual não se orgulha tanto, pois age de forma que vai contra o que acredita a alma dela, que naquele momento tem 13 anos. Coisas como namorar com uma pessoa enquanto transa com homens casados, evita falar com os pais e trata mal pessoas do trabalho.

Isso tudo me tocou, não por que eu faço como ele, pelo contrário, eu trato todos do meu trabalho bem, tenho pavor de homens comprometidos e faço com meus pais quase todos os dias. Apesar disso, estou prestes a fazer 31 anos e vem um peso de coisas não realizadas que dói, dói muito. Não ter um carrão, já que eu amo dirigir e pegar estrada; não ter a casa própria, eu que amo decoração, interiores; Não conhecer outro país, eu que amo viajar. São detalhes que me incomodam agora, chegando aos 30.

Tudo isso, claro, envolve dinheiro, e a realidade do brasileiro, em geral, segue a mesma linha.

Mudando um pouco de assunto, mas nem tanto, ultimamente muitas coisas tem ressurgido do passado na mídia, e por mais que sejam estratégias comerciais para ganhar o coração do público, como a volta de Rebeldes, a inserção dos homens aranhas de outros filmes em um novo e até mesmo um novo filme do Pânico, tudo isso deixou, pelo menos, a minha vida tão nostálgica.

Me peguei lembrando de como era a infância, a adolescência. Não que fosse tudo perfeito, mas claro que dá uma saudade boa, um passado onde não havia tantas obrigações e que a diversão reinava mais, muito mais.

É isso, daqui um mês é 31, e eu tô feliz demais, nossa. Eu tenho plena consciência de ser grato por tudo que consegui, tudo que fiz. Meu ser, dentro de mim, não tenho muitas frustrações, não. Afinal eu penso assim quando tem algo que me deixa mal: "tem algo que posso fazer a respeito pra isso mudar AGORA?", se tiver, eu faço, se não, eu tento me distrair, trabalhar, transar, comer, caminhar, sei lá, escrever, como estou fazendo neste exato minuto.

E outra, né?! 31 anos não sentença de morte, pelamor, ainda tem muita coisa pela vida e, tudo que eu não consegui até agora, eu vou correr atrás enquanto tenho vida e saúde.

Um beijo!

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

O primeiro do ano


Eu sou do jeito que sou. Na minha cabeça já programei todo o meu 2022. E não tem problema. NUNCA teve problema criar expectativas. Eu amo quando as coisas - boas - acontecem de repente, ou de supetão, sem a gente esperar, mas eu sou mais do tipo que faz acontecer.

A diferente é que eu lido muito bem com as consequências das expectativas criadas. Eu não vejo problema NENHUM em planejar coisas e elas darem errado. Enquanto eu tenho vida, saúde e forças pra lutar, eu vou continuar planejando e tentando até que os planos frustrados se realizem, sim.

Eu não sei por que sou desse jeito, mas eu amo. E esse ano não será diferente. Apesar da idade estar chegando e alguns medos estarem me cercando, ainda são poucos perto do que ainda tenho coragem. Eu ainda vou conhecer muitos lugares, eu ainda terei muitas outras experiências amorosas e profissionais. Ainda vou comer muita comida diferente.

E é aquilo, se não rolar, TUDO BEM. Eu já sou feliz demais pelo que consegui fazer até hoje. Eu não parei, eu não esmoreci, eu tenho gana, tenho tudo que me basta. Por isso, eu sempre peço, em primeiro lugar, saúde para dar continuidade a tudo isso.

Feliz por ter começado mais um ciclo novo. Por mais que estas datas e fases sejam só um amontoado de astrologia misturada com religião e mitologias, a gente pega e faz bom uso disso, não tem problema. Vamos seguir e aproveitar cada dia.

Como eu dizia

Carpe Diem