quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A Dor do Erro

Dores. Dores fortes.

Tudo que antes foi planejado meticulosamente, indo por água a baixo, como se eu tivesse nascido de novo e precisasse aprender tudo novamente. Não nasci de novo. Mas continuo morrendo a cada dia. Uma vida estudando, da forma que a família e o governo queriam, chegando à escola todos os dias úteis da semana, sem um atraso (Em toda minha memória não há o registro de um atraso sequer), ouvindo professores e muitas pessoas que se diziam professores. Relacionando-me com pessoas, das quais muitas se nomeavam amigas e acreditando estar absorvendo conhecimento para um bem comum e outro bem, o pessoal.

Depois, quando a escola estava em seu fim, a ansiedade e incerteza sobre uma coisa chamada graduação e, no mesmo momento, uma certeza chamada vida afetiva e sexual ativa. Sobra a graduação: estudar o que gosta e se formar cedo são de certa forma um alívio. Sobre os relacionamentos afetivos: Também deveria haver uma matéria nas escolas sobre como lidar e conhecer os sentimentos e emoções, por que não aconteceu como eu acho que deveria.

Chegando ao presente, depois de formado e dentro dos padrões de um ser humano brasileiro 'normal', muito difícil de acreditar eu sei, e também nada formado sobre o curso de relacionamento, muito menos nas matérias de prática de amor e produção de fidelidade ou teoria de como ser um adulto e agir e enfrentar as consequências de seus atos, estou eu, aqui, sendo julgado por amigos e consolado pela minha mãe.

Acontece é que, hoje, nada do que eu faça de bom será melhor do que eu fiz de ruim. Seja no meu trabalho onde eu ganho o mínimo estipulado pela categoria, trabalhando quase o dobro de horas. Seja numa rede de relacionamentos, onde quem perde é quem não sabe lidar com as emoções e sentimentos. Ou melhor, quem perde é quem possui problema que só Freud poderia explicar, ou que consegue escondê-los tão afundo que ninguém descobrirá.

Quem perde é quem precisa, sozinho, ouvir dos próximos que seu problema é fácil de resolver, quem precisa, sozinho, tentar mudar algo que sente que não está certo, mas que os outros só enxergam como falta de caráter, promiscuidade ou algo ao nível. Por fim, quem perde é quem prefere expor suas vulnerabilidades e pontos fracos, algo que poderia ficar guardado e escondido, e é atordoado por todos e tudo a sua volta, perdendo quem ama que é o mais importante de tudo... Que é o motivo pelos quais eu escrevi por tantos anos...


Pelo amor, a perda dele... É que eu vou continuar insistindo. Mas desta vez com dor, muita dor.