sexta-feira, 28 de março de 2014

Um pouco de você pra você

O que é ser bom pra você? O que é o certo? O que é errado? Nem precisa responder, a sua resposta vai estar encravada em alguma ideologia, algum dogma, vai estar relacionada à alguém ou algo, não vai vir verdadeiramente do seu interior, da sua alma. E sabe por quê? Por que ninguém quer saber da nossa opinião, nós somos todos um, irmãos não é? mas somos apenas mais alguns um pra "eles", e sabe quem são "eles"? Os que moldam nossas vidas de acordo como querem, seja por conveniência, por necessidade, por dinheiro e por motivos que lhes convém. Desculpe minha ignorância, eu não posso saber de tudo, "eles" não deixam. Outra coisa pela qual me desculpo é por não poder ser uma pessoa melhor e lamento por você também não ser. Senão poderíamos ser um pouco mais felizes.

Como era dito, você não precisará responder as perguntas também por que por mais que você se inspire em alguém, ou algo, sua visão poderá ser deturpada pelo seu inconsciente, o seu simples "Ser bom é obedecer a bíblia", "certo é casar virgem", "errado é matar" já são contraditórios por si só. Alguns exemplos, os políticos presos por corrupção receberam doações em dinheiro de cidadãos brasileiros para ajuda-los, existem muitas pessoas que realmente apoiaram e até hoje apoiam Hitler, existem pessoas que insistem em ser anticristo, não só ateus, eles querem ser reversos e existem pais e mães que buscam ter a família perfeita e se esquecem do mundo que engolirá seus filhos e que isso começa no seu primeiro dia de vida, pois não existem exames suficientes, e nunca existirão, para dizer tudo que seu filho é e será ou por tudo que ele passará. A discussão ainda não é essa, não é exclusivamente familiar, é geral mesmo. A discussão é que, por mais que você tente ser uma boa pessoa, se é que você tenta, você sempre decepcionará alguém, sempre deixará triste alguém que tanto te admira, seja da sua família ou qualquer outro ser humano.

O que tentamos para evitar isso? o que fazemos? nos importamos, afinal? como disse Jesus, o mestre, em uma frase que parece nos alcançar a vida toda "Ame a teu próximo como a ti mesmo e não faça aos outros o que não quer que façam contigo." ou a incrível passagem de Gandhi "A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos." É isso, o tão clichê, 'ame ao próximo' e 'nuca pensaremos todos da mesma maneira', isso resume o porque das brigas, dos distanciamentos, da falta de amor e até das guerras existirem até hoje... a falta disso e da compreensão.

Será que se afastar de alguém por preconceito é melhor do que exercer o amor que nos é ensinado? será que a gula é pior do que a inveja? será que algum crente que crê uma religião é pior do que outro crente de outra religião? será que se esconder em uma mentira te salvará se você publicar imagens e frases bonitas no seu facebook? será que alguém que rouba por fome é pior que alguém que não precisa roubar? e só mais uma pergunta: Será que o seu comportamento perante o seu próximo, por ele não ser do jeito que você acha que ele devia ser, é melhor e mais justo do que o comportamento dele? São perguntas distintas e aleatórias, tudo isso é só uma especulação, mas no fundo no fundo nós temos que ter certeza de algum fato, pelo menos o de fazer qualquer coisa que dê na telha, mas sem machucar ninguém, sem magoar ninguém, por mais que seja difícil, seguir a vida sem precisar julgar, humilhar e pisar em ninguém é uma boa pedida.

Hoje em dia não tomamos mais decisões e não fazemos mais escolhas pensando por nós mesmos, então não podemos dizer que algo é o que talvez não seja apenas por que outras pessoas disseram. Não podemos deixar de ser contraditórios, claro, tudo a nossa volta é, e a única coisa constante é um paradoxo: a mudança. Então não seja tolo de dizer o que é errado e o que é certo.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Expectador

Se sentir desarmado no presente, sem expectativa, se sentir no lugar errado, tomando más escolhas e não conseguir alcançar seus objetivos. Estes sintomas e alguns outros sentimentos preocupantes nos deixam mais sujeitos quanto ao que eu chamo de "doença do expectador do tempo", ou seja, você se põe como expectador da sua vida sentindo, em geral, nostalgia do passado e ansiedade pelo futuro, quão bom é lembrar do que você já fez, o que você alcançou e o quão longe você já foi um dia, ou o quão longe você quer chegar, quão importante você quer ser. E nessa mania de sentarmos na zona de conforto e assistir nosso passado, nosso futuro, temos o costume de pensar que tudo aconteceu sem obstáculos e que tudo virá de mão beijada pelo destino, se for pra ser e se for assim que você pensa. Mas aí é que entramos num mar de complexidade, tão raso e tão fácil de se afogar.

Vamos começar pelo atual, existente, a dádiva do hoje. Vamos trabalhar com a hipótese de que ele não é uma ilusão e de que não há como evitar seu percurso, mas ao mesmo tempo saberemos que tudo acontecerá de acordo com as escolhas que tomarmos, pois há várias formas, várias possibilidades a serem feitas para se chegar à um único objetivo, e você pode conseguir ou não. Não é difícil, basta você desacreditar do "que for pra ser será", pense nas opções, na insistência, na ânsia por aquilo que você almeja. Você tenta, você consegue ou não, e se for não, você tenta novamente. É basicamente isso, por enquanto.

Agora falando sobre nosso passado. O passado aconteceu (não diga!?), se você tem boas lembranças ou não, ótimo, o importante é que tenha aprendido algo com ele, mas se você sente que gostaria de retornar, se acha que era "feliz e não sabia (ou sabia)" reveja as escolhas que anda tomando, trabalhe duro na construção dos seus sonhos e objetivos, se é que ainda existam, por que não tem nada mais desnecessário do que voltar, ou pior, ser expectador do seu passado. Tome uma dica se lhe servir: faça uma lista cronológica dos seus arrependimentos, de coisas que você faria diferente no passado, mas com uma condição, de arrependimentos que não mudassem drasticamente seu passado, apenas coisas simples e que possam te incomodar até hoje, por exemplo, uma atitude ruim em alguma situação na época que estava no colégio ou na faculdade ou evitar uma briga que te distanciou de alguém importante por algum tempo, por que a moral da história não é mudar o seu presente, é justamente ver o que você poderia ter feito de diferente ontem e reconhece hoje, além de perceber que não deixará que isso aconteça novamente um dia.

O futuro já é mais clichê nesses aspectos, listas do que você quer fazer, do que você quer ter e realizar, enfim... mas o futuro é um segredo, e não tem nada haver com "the secret". Você precisa tomar suas decisões, aguardar suas consequências, e a importância dos seus atos o levará ao próximo passo, outro e mais outro desafio. A grande tacada do futuro é que: se nós soubéssemos, já seria diferente. E como diria Mahatma Gandhi "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente", o que nos faz...

Voltar ao presente, ou não, por que nem chegamos a sair dele. O tempo corrente é o único que temos, digamos que felizmente, e é nele que podemos apostar, fazer o que gostamos, o que amamos, o que queremos. Somos parcialmente livres, temos que seguir algumas regras, mas nada é absolutamente proibido. Me refiro aqui a desejos e objetivos profissionais, pessoais que envolvam amor, felicidade e objetivos cumpridos, dias aproveitados de verdade, tempo usado de uma forma em que você possa ser expectador de um passado e um futuro, mas pra dizer, como foi bom ou como será ótimo. A forma como tudo isso foi escrita é digna de contrariedade, mas ciente disto eu deixo ao leitor a liberdade de fazer o que quiser, eu escrevi para isso, afinal, eu mesmo comecei descrevendo sobre como é desnecessário ser expectador do passado e do futuro e terminei dizendo que esta prática não deve ser tão dispensável assim.

No mais, CARPE DIEM.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Concordo

“A meu ver, os otimistas acreditam que este mundo é o melhor possível, ao passo que os pessimistas suspeitam que os otimistas podem estar certos… Mas acredito que essa classificação binária de atitudes não é exaustiva. Existe uma terceira categoria: pessoas com esperança. Eu me coloco nessa terceira categoria.”

Zygmunt Bauman