sexta-feira, 26 de abril de 2024

Se eu morrer

Acho que nunca escrevi um texto assim, mas longe de mim querer ser mórbido, só me peguei pensando novamente que sinto que, independente de quando eu me for, ainda serei jovem, seja qual for a idade. 

Mas o que eu mais pensei é sobre se isso acontecesse agora. Se eu morresse hoje, eu pediria, por favor, que não se atrevessem a lamentar dizendo que eu tinha tanto para viver, que eu tinha tantos sonhos a realizar. Por que eu vivi cada dia como pude e do jeito que quis e só Deus sabe quantos sonhos realizei.

Outra coisa que me conforta é que eu nunca, jamais, estive sozinho. Sempre havia um amigo ou familiar ali pra mim. Foram pouquíssimos os momentos em que me senti realmente solitário e não foi por falta da presença de quem amo, apenas por que a gente se senti assim as vezes e não tem o que fazer.

Dentro da realidade do mundo em que vivo, eu sei pude fazer tudo que estava ao meu alcance, e até menos, porque nunca fui muito de me esforçar, nem fui ambicioso demais, já que no fundo eu sempre soube que coisas pequenas, próximas e simples também nos fazem muito felizes.

Outra coisa é que grandes conquistas, sucesso, poder, tudo iso vem com muitas consequências e eu acho que eu nunca vou querer lidar com isso. Eu já estou grato o suficiente, não quer dizer que eu esteja satifestio.

É só que, a morte é uma surpresa e está fora do nosso controle. Então eu só queria registrar isso aqui, por que nunca se sabe o dia de amanhã. De toda forma, ainda quer viver muito, é só que, estes 33 anos foram muito bons pra que eu reclame de algo.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Depois que deu tudo certo, o que acontece?

Os meus 33 anos têm sido lindamente e dolorosamente satisfatórios. Eu sou grato por, mesmo não sendo rico em um mundo onde quase tudo se baseia em experiências por poder aquisitivo, ter vivido coisas pelas quais EU sinto que valerão a pena estar vivo.

E, até hoje, desde que eu me entendo por gente, e por tantos momentos difíceis que passei, nada foi suficientemente doloroso ou grave o bastante para que eu afirmasse que algo deu errado. Não é estranho? Parece-me até mesmo perigoso.

Eu, um ser humano em um mundo onde há mais coisas ruins do que boas, ter vivido uma vida em que tudo deu certo gradativamente. Nunca quebrei nada, nunca sofri agressão física grave, nunca fiquei sem emprego a ponto de passar fome, ficar sem dinheiro para pagar contas, nunca fui privado de coisas básicas, as quais muitos, milhões ou bilhões são.

Sempre houve amor a minha volta, sempre emanei amor de dentro de mim. Eu nunca fui capaz, também, de fazer mal a pessoas de forma proposital.

Dito isso, eu considero, sim olhando para trás, que deu tudo certo. Mas, e aqui vem um grande mas, o que acontece agora? E eu já pensei nisso por muitos agoras: e se as coisas começarem a dar errado daqui pra frente. É um medo quase que constante.

O pior de tudo é que, nesse agora agora, estou sem emprego, sem o amor de um companheiro, doente, sem casa, e quase sem dinheiro. Ainda assim, me vejo otimista, por que mesmo com medo, justamente o fato de tudo ter dado tão certo, me enche de esperança.

Bom, o que posso fazer é o que farei: lutar um dia de cada vez para conquistar tudo outra vez.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Nasceu pronto

Tem pessoas para quem olho e penso: "esse aí parece que já nasceu pronto" para fazer algo específico que o vejo realizando. Imediatamente, na maioria das vezes, percebo em mim o quanto eu tive que aceitar passar por tantos processos pra fazer algo minimamente bom e não acabar debaixa de uma ponte.

Seria cômico se não fosse trágico a quantidade de camadas neste pensamento.

Primeiramente, eu acredito muito que algumas pessoas nasceram com dons e, por isso, lidam com muito mais facilidade para algo específico como: cálculos, arte, linguística, saúde. Ao mesmo tempo eu também acredito em outras duas coisas que me deixam preocupado: pessoas que nascem sem dom ou que não encontram o seu dom tão cedo, ou pior, nunca.

Eu foco neste segundo cenário, pois é onde me vejo. Não tenho dom ou não encontrei o meu? Pois, se o tivesse encontrado não estaria eu ainda mais próspero do que estou hoje? Eu não posso sequer listar algo e que eu seja excelente. Eu não sofro por isso, mas eu NÃO SOU EXCELENTE EM NADA!

Será que devo me preocupar?

Bom, claramente eu acho que eu preciso lidar melhor com a questão de não ser excelente do que me tornar excelente em algo, por que, para falar a verdade, eu não acho que seja útil ser perfeito em qualquer coisa que seja.

Mas fico pensando: no que será que eu seria excepcional? Me traz curiosidade.

Talvez um ótimo escalador de montanhas, quem sabe, ou um exímio trilheiro, um guia turístico inesquecível, um piloto de avião exemplar. É uma pena que não podemos experimentar de tudo, pois é temporalmente impossível.

Apesar disso, eu tive uma boa vida e não perdi as esperanças quanto a encontrar algo que me faça ter ainda mais vontade de viver bem.

Sigo na busca, já que não nasci pronto.

terça-feira, 26 de março de 2024

Meus dias depois

Não sei se estou procurando, fugindo, me perdendo, me achando, mas estou seguindo. Acho que nem prioritariamente vivendo ou sobrevivendo, apenas seguindo. Ainda sim, tenho me sentido bem, pois feliz ainda é uma palavra forte para se usar. Mal não posso dizer que estou.

É que as obrigações profissionais tenho feito no automático, e não tem me feito nada além de me estressar. Não tenho trabalhado com prazer faz muito tempo. Também tenho estudado muito, e fico satisfeito por estar conseguindo manter uma disciplina nesta rotina, só que também não é nada que me faça pular de alegria.

Sinto falta dos meus treinos, e logo voltarei, e a alimentação pode sempre melhorar, mas é basicamente apenas isso que tem me dados os prazeres diários, principalmente os doces. Aquela parte que tanto aborrece, as transas casuais, são efêmeras e, em 90% das vezes em que encontro alguém pra estar, minha cabeça vai diretamente para ele, que é com quem eu realmente queria gastar meu tempo fazendo TUDO.

Meus dias depois têm sido assim, e por mais que me doa aceitar que preciso superar, é isso que tenho que fazer. Por que eu não o terei mais de volta. Enquanto isso, eu tenho me permitido sentir tudo, e dor é uma das coisas que mais sinto, muita tristeza também. Mas como eu disse, mal não estou.

Ainda tem muito pra acontecer e espero que estes meus atuais dias depois, se tornem meus dias passados. 


sábado, 2 de março de 2024

Algo mudou

Precisa estar mudando. Eu já perdi a conta de quantas vezes eu disse isso, ou que eu escrevi. Pensar, penso todo dia. Qual é o sentido e propósito disso tudo? Eu sou um ser humano qualquer, não há nada de especial e, ao mesmo tempo, sou eu, o mais especial do universo inteiro, dá pra acreditar? Pelo menos pra mim, que vivo 24 horas aqui dentro desse corpo, tenho essa própria consciência, eu sou único.

Dito isto, eu tenho coisas horríveis pra encarar face a face, e da mesma forma, coisas sensacionais. Todo - santo - dia. Esse texto tá demorando um pouco pra sair enquanto estou sentado nessa cadeira por que eu queria, de fato, exprimir meus sentimentos como estou sentindo, mas parece impossível. Acho que é maais fácil me questionar.

Eu me odeio por tanta coisa e me amo por tantas outras. Eu deveria mudar o que odeio ou aceitar? Eu deveria continuar viajando? Eu deveria me fixar e criar raízes em algum lugar? Eu preciso mesmo transar com tantas pessoas? Eu preciso encontrar alguém e transar só com ela a vida toda? Eu tenho que encontrar alguém igual a mim pra amar ou me transformar em outro alguém para ser amado?

Não que as coisas estejam ficando mais claras com o passar do tempo. Longe disso. Mas é que essa sensaão de tempo passando talvez anestesie algumas preocupações. Eu de fato não tenho sequer um problema real pelo que reclamar. O que me faz sofrer, me deixa triste e deprimido é real? SIM, mas não, não é um problema.

Falta de recursos para ter um teto, fome, desemprego, viver em um país em guerra, ser violentado, falta de saúde física ou mental grave, isso sim são problemas graves. Então eu, por enquanto, só tenho a agradecer por ser poupado de sofrimentos maiores.

A falta de ter um problema grave, precisa me fazer sentir vivo e corajoso perante o que me deixa mal. E é por isso que, quase todos os dias, eu sinto que estou mudando. Não seria, então, aos poucos? Pena que ele não me deu o tempo que eu talvez sei que preciso. Talvez um dia. Mas não é sobre ele, é sobre mim e esse amor que não cabe no meu peito.


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Um dia de cada vez

Hoje eu acordei mal de um pesadelo, tenho tido muitos ultimamente. Me sinto doente, estou doente, mesmo assim fui melhorando com o passar das horas e, em um momento, já estava feliz lembrando dele.

Eu fiquei feliz por que, mesmo sentindo tanta falta, percebi que ter tido a chance de estar com ele por aqueles meses, foi um dos melhores presentes que pude ter na vida.

Quem tem a chance te ter todo aquele amor? Eu tive. Sinto muito.

Por hoje é só, obrigado!

sábado, 17 de fevereiro de 2024

33 não são dois patinhos na lagoa

É estranhamente rídiculo como cada pessoa nesse planeta é diferente uma da outra, mesmo passando por tantas coisas parecidas e já termos tido, sei lá, umas 10 bilhões que pisaram por aqui. E, até este ponto, já é coisa demais pra assimilar, então eu vou dizer de uma pessoa apenas, que sou eu, hoje, completando meros 33 anos de vida.

33 anos de idade é pouco se comparado a quase qualquer coisa, mas especificamente pra um humano, é um terço do máxímo que alguns vivem, e se aproxima da metade se compararmos com a expectativa de vida de um brasileiro, que é de 72 anos. Para mim, tanto faz o quanto vou viver, aliás.

33, porém, não são mais dois patinhos na lagoa. Eu não faço ideia de que animais se parecem com o número 3, mas eu sei que é idade o suficiente para começar e terminar muitas coisas. Por exemplo, por mais que cada um tenha o seu tempo, sua forma de aprender, agir, lidar com a vida, com 33 não dá mais pra ficar brincando de se ser o que não é.

O mundo não está tão evoluído quando precisava, mas a grande maioria das pessoas possuem literalmente uma máquina em suas mãos que podem ajudar a lidar de forma sensata com um toque e alguns segundos. a informação, ela é incrível, e por meio dela é que aprendi tanta coisa que me faz, eu tenho certeza disso, ser alguém melhor nessa passagem de tempo.

Sério, depois dos trinta não dá mais, galera, ficar parado esperando algo acontecer. Coisas boas e ruins acontecem o tempo todo sem muito esforço pra alguns, as ruins principalmente, mas se você chegar aos trinta e vê que está longe de onde queria estar, precisa se mexer mais. E por favor, não tô falando de trabalhe enquanto eles dorme, por que isso é ridículo.

Eu falo - escrevo - sobre o fato de você ser bom pra você, pros outros, ser bom no que faz, ou fazer o que é bom. Esquece, por Deus, a perfeição, o ótimo, o excelente, faça O BOM. Não perca um só segundo da sua vida criticando um corpo alheio, uma atitude, uma postagem na internet, não reaja a coisas que não te acrescentam.

Enfim, eu já me sinto parecendo um coach, então eu vou parar por aqui e falar dos meus 33 de novo. Neste exato segundo eu sinto uma pontada no meu coração, uma leve emoção, por pensar que, por mais difícil que tudo tenha sido, eu consegui muita coisa. Nem de perto eu consegui tudo que queria, mas eu sou tão realizado com o que conquistei.

E de novo, não falo de coisas materias. Meus Deus, acredite se quiser, todas minhas coisas cabem em dois metros cúbicos. É sério. Claro que, em algum momento, eu pretendo começar a adquirir mais bens materiais, mas não é e pretendo que nunca seja o mais importante.

O que conquistei é simples: uma quantidade que já não posso contar, por que não saberia, de pessoas incríveis que conheci, lugares esplêndidos pelos quais pisei, comidas maravilhosas que provei, situações únicas que passei e a sensação ímpar de fazer bem o que gosto, que inclusive me ajuda a manter vivo esse diário de vida.

É claro que, nestes 33 anos de vida, eu também acumulei uma quantidade considerável de arrependimentos, erros - que jamais vejo como coisas ruins -, desavenças, brigas e o pior: atitudes que não me representam como pessoa. Mas, assim, dos males o menor, essas coisas não costumam afetar tanto meu trabalho, já que preciso do dinheiro, e quando afetam quem está comigo, é por que a pessoa não me aceita como sou e, se não aceita, não há santo que ajude.

Por fim, datas comemorativas - seja quais forem - não me importam muito, por que, por mais que tenham fundamento, é tudo uma ilusão feito a partir do que acontece no universo: um globo gigante girando sobre si mesmo que nem uma louca desvairada no meio do nada e em volta de outra bola gigante, esta de fogo, tão louca quanto.

Carpe Diem e microphone drop 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Esse dia 13

Eu já acordei sentindo que havia algo diferente, e logo lembrei que era seu aniversário. Há um ano estavamos em uma viagem comemorando o meu e o seu dia da forma mais incrível que poderíamos, mas hoje não estamos mais juntos.

Eu não quero que esse dia passe em branco, mas também não vou me atrever a te enviar uma mensagem, já que você deixou o recado claro da última vez. O que eu quero dizer e o que posso fazer?

Quero dizer que sempre vou torcer por você, enquanto eu viver. Eu sempre vou lembrar do melhor de você e de nós, e para sempre vou te admirar, respeitar e, consequentemente, amar, por que já aceitei que esse sentimento não vai acabar assim.

E o que farei é o que posso: tentar ser o meu melhor, seguir a vida e me divertir como eu sei que estaria me divertindo se tivesse com você. Por que no fundo eu espero que você esteja fazendo o mesmo. Os dias tem sido difíceis sem você, e não sei se vou me acostumar um dia, mas eu continuo fazendo o melhor que posso.

O tempo em que estive com você, sem dúvida, posso garantir que foi o tempo em que senti que tive mais sorte na vida. Eu tive menos medo das coisas, me sentia mais seguro e mais amparado, e ficava feliz de poder te proporcionar o mesmo. Talvez, por isso, seja tão difícil seguir. Mas não impossível.

Mas afinal aqui não é sobre mim, é sobre como você é e sempre será especial. Feliz aniversário, felicidades, tudo de melhor e, mesmo que não queira falar comigo, estarei sempre aqui pra você.


P.S. Não tem um só dia que eu não lembre de pelo menos uma coisa sua que não me faça sorrir involuntariamente. E eu não acho isso nada ruim, mesmo que doa. Se cuida!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Os melhores filtros da vida real

Tava aqui pensando nos momentos em que me vi em um ambiente em que parecia estar dentro de um filme com uma bela fotografia. Fotografia em um filme, para quem não sabe, vai além do retrato, mexe com cores, tons, nuances e, principalmente, LUZ, naquela obra cinematográfica.

Pois bem, nos últimos anos tenho vivido algumas que me fazem ter vontade de viver mais e mais. Vou listas algumas que lembro hoje.

2002 - Peruíbe/SP - Sem dúvida umas das cenas em que mais mexem comigo foi a primeira vez em que vi o mar. Com 11 anos, meu pai com um motohome nos levou a Peruíbe e, assim que estacionou na avenida que beirava o mar na cidade, saímos correndo quase como na música de Marina Sena: "Meu sonho feliz era chegar e já cair no mar". Chegamos, caímos, nunca esqueço, não havia tanto sol, era nublado, mas um ambiente aconchegante, familiar, mas novo, surpreendente.

2007 - Barra do Garças/MT - Minha irmã mais velha me levou para uma cachoeira, uma trilha que leva até lá, que eu amo até hoje, mas que na primeira vez foi inesquecível. Aquela explosão de luz se abrindo conforme a trilha ia acabando e dando lugar para aquele local mágico, com o sol exatamente sob as pedras e a água que caia, deixando tudo muito iluminado. Impossível esquecer.

2022 - Porto/Portugal - definitivamente o pôr do sol mais lindo que eu já vi na minha vida. O dia em si foi incrível, passeando com amigos que fiz outrora. Mas ao chegar o fim do dia, o que aconteceu quando o sol encontrou o mar não estava escrito. Quão belo um por do sol poderia ser? Eu jamais imaginei que sentiria tanto amor daquela forma apenas olhando um horizonte. Ficará marcado para sempre em meu coração.


2323 - João Pessoa/PB - Aquele fim de tarde com ele certamente foi um dos mais lindos. E o filtro natural ajudou. Aquelas cores eram deslumbrantes. O pôr do sol foi um misto de azul, branco e violeta em tonalidades tão belas e únicas, das quais eu nunca tinha visto. Rendeu belas fotos, mas nada vai superar a singularidade de estarmos lá juntos, naquele momento, vivido de forma igualmente única. Sinto falta daquela companhia.

2023 - Florianópolis/SC - Meu último dia na cidade, na minha última viagem por lá. Fui ver o pôr do sol na praia e, mesmo que o sol não se ponha no mar, é igualmente bonito. Mas naquele dia, em específico, acompanhado de um amigo, a visibilidade estava um pouco afetada pela nuvem de pó, de areia, que pairava pelo ar. Deixou tudo em um tom melancólico, tal qual meu coração, pelos últimos acontecimentos de minha vida e, claro, por que eu teria que deixar aquele lugar no dia seguinte.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Um ciclo recomeça

Hoje faz um ano que eu voltei para o Brasil. A primeira pessoa que eu vi, e que eu quis ver, foi ele. Apesar disso, parece que foram décadas atrás.

O tempo é mesmo louco. Faz um ano que vim voltei para vê-lo, parece fazer décadas, como eu disse e, em semanas, ele se tornou meu porto seguro. Por outro lado, faz alguns dias que estou com dor como se fosse a eternidade.

Nenhum dia é fácil, mas alguns parecem insuportáveis. Que loucura. O que eu fiz? O que eu faço? Por que é tão difícil?

Ele tem uma singularidade que eu jamais vou esquecer. 

Tenho vivido montanhas-russas de emoções, complexidades de sentimentos. Apesar disso, eu me agarro no fato de que as coisas são como são e eu preciso lidar com isso.

Ainda não consigo dar um resultado do balanço dos últimos dias, mas está indo e eu acho que vai ficar tudo bem, sim. Preciso que fique.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Minha casa é o caminho, a estrada, o mover

Quando eu compreendi, pela primeira vez, o que diz a música "Take Me Home, Country Roads", canção escrita por Bill Danoff, Taffy Nivert e John Denver e lançada abril de 1971, o arrepio pelo corpo foi imediato. A música tem uma força em sua melodia, mas letra, a letra é ainda mais poderosa.

Apesar de simples, a música fala, aparentemente, de uma pessoa pegando a estrada de volta para seu lar. Então, quando eu ouvia, e ouvi/ouço muito, era inevitável eu me imaginando em uma estrada de volta para o meu lar, até eu ver que não tenho lar.

Minha intenção não é ser pessimista ou vítima de jeito nenhum. Eu realmente não tenho lar e, apesar de ver o Mato Grosso como meu berço, não tenho apego, muito menos lugar fixo para voltar por lá. tenho amigos, familiares, mas infelizmente nenhum lugar para chamar de lar. 

Então, eu percebi que, meu lar, afinal, é a própria estrada, que também é citada na música. Quando eu me imagino no caminho, o arrepio é ainda mais intenso, seja para onde eu estiver indo. Então eu posso dizer, sim, que minha casa é o caminho, e isso abre para tantas interpretações, tantas maneiras de enxergar.

O caminho afinal, é uma metáfora para praticamente tudo em nossa vida e a própria vida é dita como um caminho, onde há escolhas a serem tomadas. Enfim, nem sempre estou bem com essa realidade de não ter um lar para onde voltar, um lar raiz. Mas, hoje, eu estou bem com isso! 



segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Uma década de algo e um novo ano de outro

E lá se foram dez anos de "independência financeira", mas, mais do que isso, são vários os tipos de liberdade conquistadas nesses últimos dez anos. Neles, revisitei quase todos os extremos de sentimentos: Alegria, tristeza, prazer, ansiedade, raiva, e tantos outros. Junto com esses sentimentos, lembranças, que vão se acumulando, mais  do que pareço poder suportar.

Mas, ao menos pelo que eu saiba, ninguém morre por sentir demais. Eu acho. Pelo menos não de formar natural.

São mais dez anos em que, querendo ou não, sou eu que decido todos os rumos da minha vida. Em maio de 2013 eu deixei oficialmente o teto da casa da minha família para ter o meu. Hoje, estou "sem teto", mas desde então todas as minhas despesas são de minha responsabilidade. Sou eu por eu.

Apesar disso, sonho com o dia em que realmente hei de ter um companheiro para que eu possa dividir tudo e ser eu mesmo.

É um sonho, é uma vontade, mas continua sendo algo que eu sei que se não acontecer, vai estar tudo bem também. Ser sozinho faz parte e, na verdade, é quase como regra e não a exceção. Apesar de que muitos sofrem e, até mesmo, morrem mais cedo por viverem na solidão, mas ela precisa ser domada.

Há família e amigos que devemos cultivar para que a solidão não seja devastadora. Vejo que ter um parceiro, por outro lado, é quase como um prêmio. 

É óbvio, incontestável, que um parceiro de vida precisa ser cultivado com o tempo, mas devemos saber tocar o dia após dia sem um amor romântico para que não pareça algo essencial. Quase nada é essencial, afinal, penso eu. Mas a questão é que família e amigos de verdade tendem a perdurar por mais tempo do que amores românticos.

É nisso que pretendo focar em 2024 no que tange a solitude x companhias. Assim como já escrevi várias vezes: nada está conquistado eternamente.

Vide eu sofrendo pela terceira ou quarta vez e lidando com mesmos sentimentos pelos quais já passei e julgava estar calejado o suficiente para não passar por isso de novo com tanta dor. Mas, a tristeza é importante e jamais pode ser menosprezada.

Dito isso, mesmo que este 11º ano de "liberdade", se assim posso chamar, trazer 'algos' iguais, vou tentar lidar como sempre, mas também quero novos 'outros algos'.

Carpe Diem