domingo, 29 de novembro de 2015

Meu anti-herói

Um anti-herói. Quem diria?! Demorou anos para que hoje, em um sonho qualquer, a ficha caísse. Quem realmente você era?! Depois do sonho, que me fez doer o coração o dia todo, tá complicado lidar com isso. Um anti-herói.

Aquele homem, e não dá pra dizer que não é, que tem um amor excepcional por aves, tem um cuidado notável em lidar com as coisas simples da vida, dirige bem, cozinha bem, ensina com autenticidade, tem um toque suave, um olhar doce, uma sabedoria invejável, das que se adquire com experiências vividas na pele e, que definitivamente se espelha em uma criança quando toma algumas decisões com pureza e ignorância. Esse homem...

É o mesmo homem que perde a paciência, trabalha a indiferença, possui preconceitos no sangue, é rude ao extremo e reclama de tudo que lhe incomoda por motivos egoístas, pessoais, orgulhosos e, claro, por vaidade. É o mesmo homem que não é inerentemente mau e, que, às vezes, pratica atos moralmente aprováveis. Foi difícil, por tanto tempo, traçar a linha que separa você de um vilão.

No entanto, notei a minha obscenidade em esquecer que você é humano. Mesmo assim, lhe chamo anti-herói, pois de mim sempre - SEMPRE - obterá aprovação, seja através de quem você realmente é, seja por seus objetivos muitas vezes justos ou ao menos compreensíveis, mas nunca terá a vocação heroica que procuro, da qual você pouco se fode em ter.

Continue sendo insólito, mas continue. Já me despeço, sem buscar de você qualquer coisa. Como você bem sabe, e lê por aqui, apenas escrevo o que vem no meu coração. Se você gosta ou deixa de gostar, se vou conseguir algo ou não com isso, não importa. O fato é que continuarei fazendo.

Carpe diem, anti-herói

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Single

Bom, eu vou te contar como é a minha incrível vida de solteiro, que já vem se estabelecendo firmemente dia após dia. Vamos começar do começo:

Eu acordo, sempre muito cedo, mas só vou dar bom dia pra alguém cerca de duas horas depois de despertar, que é quando chego ao trabalho. As vezes é triste, principalmente nos finais de semana em que passo, quase sempre, horas a fio sozinho.

Eu não tenho quem abraçar, não há companheiro com quem contar, não recebo um beijo há muito tempo, não tenho com quem falar sobre o meu dia, e ultimamente tenho tido medo por não estar sentindo mais falta disso tudo.

Sempre que alguém aparece pra tentar mudar isso, eu recebo com pedras na mão, trágico e cômico. Não deixo ninguém se aproximar demais, se algum garoto começa a demonstrar afeto eu o diminuo, se sou eu quem começa algum flerte, logo me puno.

A bipolaridade reina solta. Lágrimas dão lugar a risos e vice-versa. O bom e mau humor andam juntos revesando-se a cada minuto. Minha paciência se esgota em tempo recorde e meu filtro social está totalmente rasgado, desregulado. Cuidado ao dirigir a palavra a mim.

Recentemente? Tenho estado cada vez mais aéreo e desatento. Se ouvir por aí que fui atropelado, já sabe o motivo. Pelo menos não será suicídio. O foco no trabalho não rende como eu queria, só há mediocridade, e o salário também não dá até o fim do mês, por que eu preciso comprar coisas que me distraiam o máximo possível.

Ah, posso dizer também como são as minhas noites? Não são de todo ruim, assisto séries, preparo por vezes um bom jantar e me recolho, sozinho, em uma cama chamada maré.

Se o mundo não fosse tão grande, eu estaria condenado. Mas posso sair quando eu quiser pra nunca mais voltar.

Se não fossem os poucos amigos que me restam, eu estaria perdido, perdido do jeito que não gosto.

Se não fossem as mídias, acredite, eu estaria definhando.

Este é o resumo da minha vida, enquanto solteiro.

domingo, 22 de novembro de 2015

Espera pelo meu cartão de natal

Desculpe a falta de criatividade, mas vou começando pelas palavras que lhe disse ontem, "você não irá beijar, nem abraçar, nem se deitar com ninguém como fará comigo. Não haverá sentimento igual, nem o toque sera o mesmo, nada". Falo por experiência própria, e não como justificativa para que eu tenha liberdade de ficar com outros. 

Espero que você saiba que cativar, conquistar e envolver outra pessoa com sentimentos verdadeiros e sinceros é algo único. Mesmo que aconteça, como aconteceu comigo algumas vezes - e não acabou bem -, eu serei paciente e entenderei, quase, sempre. Enfim, não foi pra isso que estou aqui. Vim dizer de você.

Apertei o play, neste momento, em "she's a riot" e vamos lá. Sabe aquela sensação de querer caminhar pelas ruas com alguém, sem nenhuma razão aparente - sim isso é da música - eu sinto com você. Espero que você nunca se sinta sozinho quando estiver comigo e, principalmente, NUNCA se sinta sozinho quando não estiver ao meu lado.

Cada coisinha que você faz pra mim é muito grande pra ser só coisinha. Cada detalhe, o cuidado que você tem comigo é perceptível e, também, tão perceptível quanto, é sua mentalidade. Digamos assim, que você sabe discordar sem medo algum quando não concorda com algo e, mais do que isso, tem justificativas na ponta da língua. Tanto quanto isso, ainda, tem um senso de humor agradável e por vezes senti vontade de ouvir seu riso junto do meu.

Eu não acho que você deva se preocupar com muita coisa, eu estou descobrindo, de cá, que precisamos de muito pouco pra ficar bem. E não adianta dizer nada disso, porque parece que você sabe. Espero que eu esteja ajudando de alguma forma, porque, você pode ter certeza, já aprendi muito com você. Espera pelo meu cartão de natal.

Beijo, 
Amo você e
Carpe Diem

sábado, 14 de novembro de 2015

Sou casual

Não me visto em padrão, não sigo estilo tal
minha playlist é indie, mas eu sou casual

Também sou velho o suficiente pra ficar na minha
E jovem demais para deixar de sentir coisinhas

To meio pesado, conectado a um bilhão de pessoas
E uma entre elas, eu sei, preciso deixa-la ir
Seguimos, ok? Estarei aqui para você, mesmo assim
Mesmo que seja quando pra você há de convir

Tô tranquilo, pegando leve com o pessoal, até
Indo com calma, mas tendo alguns sonhos de condão
Parece que neles espero por algum prazer sem fim
Mas que, quando acaba, quebro meu próprio coração

Sim, meus sonhos resolveram imitar a realidade
pelo menos neles eu tenho mais liberdade

Nos meu sonhos, ou pesadelos, que sejam
Entro e saio, alço voo pelos céus que trovejam

Amo trovões, e tempestades, mas isso não é atual
Pra mim céu ensolarado é triste, e eu continuo casual

domingo, 8 de novembro de 2015

Pedestrian At Best (Aquariano)

Eu te amo, eu te odeio, eu estou em cima do muro, tudo depende
Se eu estou para cima ou para baixo

Eu estou me recuperando, transcendendo toda a realidade
eu gosto de você, de desprezá-lo, admirá-lo

O que vamos fazer quando tudo tudo cair?
Devo confessar, eu fiz uma bagunça
do que deveria ser um pequeno sucesso

Mas eu, pelo menos, tentei o meu melhor, eu acho
E eu ainda vou estar na sua cabeça

Coloque-me em um pedestal e eu só vou decepcioná-lo
Me diga que sou excepcional e eu prometo explorar você

Me dê todo seu dinheiro, e eu vou fazer algum origami, querido
Eu acho que você é uma piada, mas eu não acho muito engraçada

Meu monólogo interno está saturado de analogia
É riscado e à deriva, tornei-me ligado à ideia

É tudo um sonho de mudança, filosofia agridoce
eu não tenho nenhuma ideia de como eu ainda tenho algo
estou ressentido, eu estou tendo uma crise de tempo existencial

Quer felicidade? O horário de verão não vai consertar essa bagunça
posso deixar de manifestar o meu desinteresse
Os ratos estão de volta dentro da minha cabeça
O que Freud diria?

eu sou falso, eu sou falso, eu estou acordado, eu estou sozinho
eu sou caseiro, mas sou aquariano

Pedestrian At Best - Courtney Barnett

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Âncora

Por que uma âncora? Eu te pergunto! Responda?!

Eu sei responder, por mim!

Eu carrego coisas dentro do meu corpo, da minha alma que ninguém mais pode ver. Ninguém viu até hoje. Ninguém ousou chegar, descobrir, explorar e conquistar. Essas coisas me levam para baixo como a âncora. As vezes há alguém forte o suficiente para erguê-la e fazer com eu navegue por mais adiante. Isso não quer dizer que eu não seja o capitão, não. Pelo contrário, eu só preciso de ajuda. Afinal, a âncora é apenas um elemento do navio que sou eu. Mas a âncora é a única que se afoga no mar, sofrendo por vezes.

Mas eu te pergunto: Por que uma âncora?

Eu sou muito mais do que qualquer um pode ver.

"O privilégio de uma vida é ser quem você é."
— Joseph Campbell

"Nunca se esqueça quem você é, porque é certo que o mundo não se lembrará. Faça disso sua força. Assim, não poderá ser nunca a sua fraqueza. Arme-se com esta lembrança, e ela nunca poderá ser usada para magoá-lo." 
— Tyrion

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ninguém é de ferro


Eu tenho me divertido muito, ateado fogo e correndo feito louco. Não tenho me apegado, não tenho perdido e não tenho contado nada, nada. Depois de um coração partido, pra variar, por mim mesmo, de novo, não tenho evitado outros tipos de perigo.

Faço quase qualquer um se apaixonar. Com você, pelo menos, foi fácil, lembra? Então você sabe do que eu tô falando. Um conquistador barato de formaturas. Então eu digo que amo, e parto, indo embora, meu coração.

Eu sou um visionário de pequenos perigos. Mas o meu foco principal é o amor, eu acho. Já não dá pra ter certeza a essa altura. Mas uma coisa é certa, levo meu coração nas minhas mãos macias e na minha pele quente. As vezes sinto o gosto da derrota. As vezes até pareço puro.

Nossa, e tem tanta coisa que eu não sei fazer. Mesmo assim, eles não se importam. Mas aí eu dou um beijo de despedida, e tudo cai. Hm. E aí eu descubro como e por que é possível partir um coração tantas vezes. Acho, só acho, que eu quero dividir com eles a dor e o amor de ser quem sou.

Convenci? Foda-se. Ninguém é de ferro. Pelo menos eu sei o que eu quero, no fundo.