segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Por mais que seja doloroso

Eu sempre tive a premissa de que, se algo está me fazendo mal, o ideal é cortar pela raiz imediatamente, sem dar tempo para que se instaure... e parece que faltando poucos meses para completar minha terceira década de vida, há uma certa reviravolta nessa questão de coisas que não me fazem sentir bem. 

Eu estou falando, especificamente, da minha relação com outra pessoa, alguém da qual eu desejo passar o resto da minha vida e experimentar o verdadeiro amor, que acaba trazendo, como consequência, dentre todas as coisas mais belas da vida e os sentimentos mais ternos, dores indesejáveis por experiências mal sucedidas.

Confiança. Essa é uma das palavras, por exemplo, que mais me trouxe transtornos internos. Como confiar em alguém se não sou capaz de confiar em mim mesmo? É melhor ser sincero de início, por que a resposta já está respondida pela metade: Não posso medir alguém pela minha régua, mas minha cabeça não respeita essa resposta, ela quer acreditar que, se eu fui capaz de trair, qualquer um não só é capaz, como vai trair.

Posteriormente à confiança, entramos na questão do controle, o qual definitivamente não temos, sabemos e, mais uma vez, o psicológico não aceita que não podemos estar no comando sobre outros, e precisamos aceitar isso. Cada um deve fazer e, as vezes, faz o que deseja, e muitos desejos serão incontroláveis ou fortes demais, indo contra o que encontramos quando amamos. Nós sabemos muito bem disso.

Pois bem, por estas afirmações, venho escrevendo isso na esperança de treinar minha cabeça sobre esse "mal", o medo de ser traído, deixado de lado ou abandonado. Eu preciso entender que manter livre quem se ama é mais do que a mais cliché e piegas frase de auto ajuda: é a pura verdade. Eu preciso deixar livre, sempre, quem eu amo, para que ele decida se o que sente é suficiente para voltar.

Isso tudo tem permanecido na minha mente como uma turbina nas últimas semanas e vem serenando nos últimos dias. É um processo que, por mais que seja doloroso, me mostrará o caminho do Amor, seja ele este ou outro, já que não me permitirei mais cortar o mal pela raiz, mas sim deixá-lo crescer, tentar transformá-lo em algo bom, para que assim dê frutos e eu saiba, de uma vez por todas, qual é o sabor por deixar um amor livre.

Carpe Diem

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Retrospectiva 2019: os 11 melhores momentos do ano + bônus

Faltam poucos dias para que este ano, que havia como prenúncio coisas ruins, acabe. Acontece que, longe do que se imaginava, pelo menos para mim, foi um dos anos mais incríveis da minha vida, se não o melhor. Apesar de difícil, desafiador e repleto de perdas, também conquistei vitórias e tive momentos inesquecíveis que pretendo imortalizar aqui. Por isso, transformei em 10 tópicos, por ordem cronológica e não de importância, pois não há como medir:

Tudo começou em pizza
Eu e Letícia, uma das minhas melhores amigas, decidimos passar a virada de 2018 para 2019 de um jeito diferente: comendo pizza. Sim. Desafiamos a máxima "tudo acaba em pizza", se bem que, se for parar pra pensar foi como 2018 acabou. Mas também foi como 2019 começou, e não houve melhor forma de iniciar este ciclo. Nada de loucuras, apenas um sofá confortável, TV, comida e uma das melhores companhias que eu poderia ter.

A libertação de um proletário
Na primeiras semanas de 2019 eu já estava saturado de um emprego na redação de um jornal. Me "promoveram" à editor, com uma responsabilidade imensa, um salário injusto e dois chefes sanidades questionáveis. Fevereiro eu fiz o que deveria ter feito: dei adeus ao emprego antes que eu desse adeus à minha saúde mental. Com ressalvas de que isso desencadeou consequências, claro, mas todos precisamos tomar decisões na vida.

A Gaymada
Ainda no primeiro trimestre do ano eu descobri que alguns amigos e conhecidos jogavam queimada todo sábado em uma quadra pública da cidade. Nos jogos eles acrescentavam um toque especial e chamavam de gaymada, algo que muito grupos tem feito pelo Brasil. Em Goiânia, este grupo cresceu de uma forma colossal, alcançando centenas de pessoas LGBTQI+ e alguns héteros. Este momento foi muito importante pra mim, pois, pela primeira vez eu me senti verdadeiramente incluído pela minha comunidade sem que baladas, bebidas, drogas ou sexo, pudessem estar envolvidas. Foi algo absolutamente espontâneo e saudável.

Erre Jota é mesmo linda
Finalmente, apesar de muitos pesares, eu pude conhecer o Rio de Janeiro. Comprei passagens a preços promocionais, só não me atentei que eram pela Avianca, que logo faliu e cancelou os voos. pedi reembolso, fui de ônibus e, ao lado do meu melhor amigo, Halwildson, conheci o que de bom aquela cidade poderia oferecer. Me entristeci pela quantidade de moradores de rua, e isso me fez um ser humano pior, por me sentir incapaz e, ao mesmo tempo, condescendente àquilo. Apesar disso, não serei hipócrita ao dizer que também fui feliz, pois também há coisas boas que vivi por lá durantes os dias de turista.

Visita a maior cidade do Brasil
Logo após deixar o Rio, fui à um bate-volta com minha irmã, Janine, visitar uma de nossas bisavós paternas em São Paulo capital. Aproveitamos para uma rápida visita ao Mercado Municipal e a Avenida Paulista. Apesar de ter sido rápido demais, foi marcante para mim, que conhecia a cidade, mas não estes lugares ainda, e também por poder ficar com minha bisa, que faleceu semanas depois.

Mudanças necessárias
Neste ano me mudei de apartamento duas vezes e, apesar de hiper cansativo, encaro como metáforas da vida. Mudanças são extremamente necessárias, mesmo quando achamos que não vamos conseguir, que não precisamos, ou que podemos aguentar o que estamos vivendo. Só que NÃO! Precisamos mudar sempre, pois sempre haverá algo melhor nos esperando. Mudanças também desencadeiam consequências... boas ou ruins, mas sempre necessárias!

O reencontro ao Amor
Não posso dizer que eu não penso no amor todos os dias. Semanalmente minha consciência me lembrava, mesmo depois de cinco anos solteiro, que eu deveria me apaixonar a qualquer momento. "Pare de pensar nisso, quando você não estiver procurando, vai acontecer...", os outros diziam. Mas eu não conseguia controlar. Então, desafiando o universo, a paixão aconteceu enquanto eu a procurava. Normand é tudo que eu pedi, e mais um pouco. Estou amando e me sinto amado como nunca.

Amigos unidos
Neste ano, em uma noite, eu pude reunir quase todos os meus melhores e meu amado. Foi algo surreal, pois mesmo sendo poucos estes amigos, nunca imaginei que poderia reuni-los de uma forma tão fácil como foi. Aquilo me fez tão feliz, que este precisava ser um dos momentos do ano, para mim. Hal, Letícia, Weena, respectivos namorados e Normand, obrigado por aquela noite!

A continuidade do meu sangue
Apesar de estar com data marcada para nascer só em 2020, foi neste ano que eu descobri que serei tio da bebê Athenam que cresce no ventre de minha irmã Karla. Eu vou ter um sobrinho e ver o ciclo da vida se formando tão perto, com alguém tão próximo, é algo lindo, que dispensa palavras por ser difícil de explicar quanto amor envolve. Que venha com saúde!

Sempre com minha mãe
Vale lembrar, e este não é um momento específico, mas a união de vários, dos momentos que passei com minha mãe. É importantíssimo que um filho possa priorizar isso, e me sinto feliz por ter tido vários desses momentos durante o ano, já que não moramos na mesma cidade. Por isso, peço por mais momentos assim em 2020.

A primeira roadtrip
Ensaiei diversas vezes, sempre havia algo atrapalhando os planos das roadtrips que eu programava para sentir, finalmente, o gosto de pegar a autoestrada dirigindo por aí. Mas finalmente aconteceu, e não poderia ter sido com companhia melhor do que a do namorado. Foi apenas uma degustação, por ter sido curta, mas pude perceber que aquilo precisa e vai se repetir em proporções maiores. Playlist, dois amantes, um carro na estrada e só, para chegar a inúmeros destinos.

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Bônus - Floripa
Não é uma roadtrip, mas é uma viagem programada, novamente com o namorado. É bônus por que não aconteceu ainda. E tudo bem, ouvimos aquele papo de criar expectativas, mas qual o problema? Se você não está preparado pra lidar com as consequências de coisas que não saíram como o planejado, continue na terapia. Eu não vejo problemas em criar expectativas, porque na maioria das vezes elas são superadas. As vezes não, mas vida que segue. Pra esta viagem a expectativa é boa e acredito que ela se torne mais um dos melhores momentos de 2019.

Carpe Diem

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

100 dias com você

Eu sei que talvez você não saiba, mas hoje é o centésimo dia desde o nosso primeiro beijo. De lá pra cá não houve um só dia em que não nos falamos pelo menos um pouco. Destes dias, ainda, não há um sequer que não agradeço por você aparecer na minha vida.

Foram cento dias e, a cada um que se encerra, penso em como te quero mais. Cem, aliás, é pouco, muito pouco. Mas pra fazer valer os próximos cem, mil, milhões, que seja, eu preciso prometer, ao menos, que a grande maioria destes dias serão pra te fazer feliz.

Eu não costumo ser ligado a datas, por incrível que pareça, mas eu contei esses dias, sim, por que todo dia com você é um motivo pra comemorar. Então é isso, não vou me alongar dessas vez, por que já te dei 100 bilhetes com motivos pra te amar.

Amo você, meu amor!

sábado, 19 de outubro de 2019

Três dias

Já havia se passado quase uma semana desde que ele mandara uma mensagem pedindo para jogar queimada com o grupo do qual eu fazia parte. Jogávamos semanalmente e eu era um dos responsáveis por responder, nas redes sociais, os interessados em participar dos jogos. Assim fiz, o respondi de forma padrão como fazia com todos.

Acontece que naquela semana a equipe da queimada se dividiria em alguns times para jogar em um campeonato promovido por um festival de música em um shopping, coincidentemente um shopping que eu trabalho como assessor de imprensa. Isto feito, além de participar daquele evento de três dias eu também trabalharia ali. E além disso tudo, o garoto da mensagem também estaria no evento, mas eu não estava lembrando disso até...

...nos esbarramos na noite daquela sexta-feira, dia 16. O primeiro dia do tal evento. Eu me encantei imediatamente por aquele rapaz vestido de preto dos pés à cabeça, e que me recebeu com o sorriso tão harmonioso quanto sua simpatia, a mais aconchegante que alguém poderia ter por ali. Eu já me perdi naquele momento e não guardei aquilo pra mim.

Entre aquela sexta-feira e o sábado - o grande dia do torneio - eu precisei falar com ele, dizer o quão bonito era. A reciprocidade começou ali, naquela conversa com pretensões singelas.

Chegou o sábado, dia do campeonato de queimada, e o foco era aquilo. Porém, ao ver que, entre o público que iria assistir o jogo, lá estava ele, novamente com aquele sorriso incrível e postura corporal aberta à conversação, eu desmontei por dentro. Lembro como se fosse ontem que as palavras não saíram muito bem, e estavam desconexas, eu não cabia em mim.

No campeonato, meu time ficou longe da primeira colocação, mas eu imediatamente, procurando por ele, queria saber se um prêmio consolação seria possível, pouco me importava o torneio. Ainda nesta procura por ele no sábado, não tive tanta sorte em conseguir o que eu queria, mas o encontrei rapidamente e por um momento imaginei que eu estava sendo ingênuo demais em acreditar que o amor sairia dali por uma jornada à fora.

As conversas continuaram entre sábado e domingo, mas eu já estava com um pé atrás, pronto para o habitual engano que nos acomete vez ou outra.

Domingo chegou e, sendo o terceiro e último dia do evento, campeonato de queimada passado pra trás e volume de trabalho menor, pude curtir um pouco mais o festival com meus amigos. Sobre o homem que me encantou durante aqueles dias, minha intuição dizia pra procurá-lo, falar com ele, encontrá-lo. Foi o que fiz, eu insisti um pouco mais. Ele foi solícito e pediu que o encontrasse. Atravessei uma multidão e lá estava ele com a mesma expressão facial cativante, um cheiro amorável, e a receptividade que me fez esquecer qualquer outra coisa.

Ao som de cantores novos e antigos, fomos nos envolvendo lentamente, corpo a corpo, até que finalmente o primeiro beijo pudesse acontecer. Eu já estava anestesiado por aquilo. Era bom demais pra ser verdade, mas era verdade. Daquele primeiro beijo até o fim do shows ficamos juntos e partimos dali juntos, saindo com amor.

Foi um sonho real.

Um sonho que tem durado até hoje.

Ah! Eu ainda gostaria de retirar, definitivamente, o que eu disse sobre o seu beijo ser algum prêmio consolação, por que na verdade você foi meu prêmio. E não se trata de algo pra por na estante, ou algo pra exibir aos outros, se trata de algo que merece ser conquistado todos os dias enquanto eu estiver junto a ti. Como você merece.

Acho que, hoje, essa é minha história sobre como nos conhecemos.

Te amo.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Ainda sobre o Amor

Estou amando. E, agora, é visível que eu cheguei em um momento onde preciso me desconstruir. Eu cheguei neste momento onde preciso desbravar, começar tudo do zero. Não há comparações, não há formas de saber se o que estou fazendo está 100% correto ou não. Sei, porém, que não repetirei os mesmos erros.

Eu estou renunciando e conseguindo eliminar tudo que há de ruim dentro de mim e tudo que, por ventura, faria a pessoa que eu amo se machucar. É um trabalho árduo, difícil e diário, mas não irei desistir. Eu tenho um propósito e, tudo parece novo, feito para que eu acerte.

Vale lembrar que estou fazendo a minha parte, que é a única que posso fazer. A parte do meu amado, cabe a ele, e mais ninguém. Sei que a dor vai existir em algum momento e, aliás, vez ou outra ela já aponta por motivos desconhecidos.

Eu sei, pelo menos, que eu estou vivendo o agora de uma forma que não me permitia a anos, de uma forma esta que é estar com alguém compartilhando momentos e sentimentos reciprocamente. Tem sido, em quase total parte do tempo, algo delicioso e único. Estou maravilhado.

Por hora, agora, basta continuar o que tenho em mente. Novamente: sei que não vai ser fácil, mas eu vou insistir, por que minha intuição, meu coração e razão, todos, apontam para isso. Ainda é sobre o amor, e vai continuar sendo, seja eu só, ou bem acompanhado.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Para os 30 dias

Eu não sei exatamente a partir de que ponto eu percebi que eu poderia ter a chance de tocar seus lábios com os meus, mas eu sei que já tava feliz quando isso aconteceu.

Na verdade, meu defeito já é estar quase sempre feliz, mas desde que você apareceu, é diferente. Sua existência na minha vida me trouxe a outro nível de destreza.

Enquanto escrevo sobre isso, vou lembrando dos detalhes que também me fizeram cativar. Desde as expressões em seus olhos, as curvas do seu cabelo, seu cheiro, suas mãos, sua pele, até o que sinto quando te abraço, quando deito com você.

Lembrando das noites que colecionamos em poucas semanas. De toda vontade que eu sinto de repetir cada momento do seu lado, sempre que você mostrar reciprocidade. O frio na barriga é real.

Como já se mostra óbvio, estou apaixonado por você, e não há muito o que fazer a respeito, a não ser tentar seguir a vida e fazer merecer o seu coração. O meu aliás, já está entregue.

Parece que não dá pra evitar mais. E eu preciso dizer tudo isso. Mas algumas coisas ainda me seguram, porque temo. Destes, alguns medos são irracionais, outros, racionais demais.

Tenho medo da possibilidade de relacionamentos tóxicos, de sofrer ou, principalmente, fazer alguém sofrer. Também temo ser deixado, antes mesmo de ter a chance de mostrar tudo que posso.

De todo modo, também acho válido reforçar que por isso e apesar de tudo isso, eu não tenho coragem de te pedir para ser meu, pois eu não gosto de pensar na ideia de alguém achar que me pertence e vice-versa.

Por isso, me perdoe com antecedência, eu vou errar em algum momento. As vezes, para você, esse momento, mesmo, pode ser um erro. Mas me compreenda.

Ainda assim, eu quero ver até que ponto iremos, por livre e espontânea vontade, continuar essa pequena - por hora - história, que tem me feito tão bem e, me feito tentar te fazer bem.

Então, para ser breve, eu queria apenas te prometer, sem pressão ou contrapartida, que você pode contar comigo e confiar em mim, por que eu quero estar com você, agora e enquanto eu puder.

Feliz 30 dias do primeiro beijo!

domingo, 25 de agosto de 2019

Paixão, desejos e memória fraca

Acordar em um domingo pela manhã, o primeiro a levantar, adiantar os trabalhos da segunda-feira, fazer um café bem forte, lavar uma pilha de louças, sair para pedalar, tentar se conectar o máximo possível com a natureza - da forma como a cidade grande permite. Nada disso foi suficiente pra amenizar a ressaca moral de quem está se afundando em si mesmo por não saber lidar com coisas que parecem tão simples.

Eu estou apaixonado, novamente, e apesar de parecer o contrário, isso acontece de forma eventualmente rara. Na verdade, posso contar nos dedos de uma mão quantas vezes isso rolou nos últimos seis anos. Só que tem o seguinte: paralelo a isso, questões como a minha memória fraca e os desejos constantes se tornam um problema difícil de enfrentar.

Eu, assim como muitos outros seres humanos, não pareço aprender muito com os erros, e esqueço o que fiz e poderia melhorar (pelo menos até escrever aqui, o que já ajuda um bocado) e também não costumo abdicar dos meus desejos - os sexuais principalmente - o que me faz me sentir uma pessoa hipócrita, dissimulada e confusa, quando quero me relacionar com outro homem de forma monogâmica.

De uma coisa eu tenho certeza, eu gosto da pessoa pela qual me apaixonei, simplesmente por que me parece recíproco e verdadeiro. Eu também sei que gosto por razões pessoais que me fizeram cativar e ser cativado de uma forma orgânica e espontânea, o que não aconteceu comigo em anos. Quando eu olho para os últimos dias que me fizeram alimentar esse sentimento, meu coração se enche de esperança e positividade.

Mas, novamente, ao falar dos problemas, me pego num beco sem saída. Parece difícil manter próxima a pessoa pela qual você se apaixonou, quando se está assolado por tanto erro, e que esses erros podem machucá-la muito. Já me dói o coração, o que está tudo bem enquanto meu amante não se fere.

Falar em dor e feridas, aliás, me faz ir ao ápice da minha preocupação: tendo em vista que não aprendi muito, nestes últimos anos, e atribuo isto romanticamente à minha memória fraca, e tendo em vista que tenho dificuldades enormes em abdicar dos meus impulsos quando eu sinto que eu e somente eu deveria não fazer algo e faço, esses fatores fazem com que a paixão se torne um pouco tóxica.

Eu não costumo confiar muito em mim, mas acho que escrevendo aqui, é como se eu pontuasse e reforçasse no que preciso melhorar, de novo e de novo. Talvez assim, eu possa manter essa paixão de forma pacífica e agradável, resultando em uma experiência feliz, dure ela ou não.

Eu não quero nem pensar que eu talvez possa ter desistido de ser alguém melhor. Eu tenho esperanças, eu estou aqui ainda, e acredito no Amor.

terça-feira, 2 de julho de 2019

A última viagem








Estas fotos são fotos da última viagem que fiz com meu pai e acredito que ela deve completar nove anos exatos em alguns destas próximas semanas. Eu estava já no fim de algum semestre da faculdade de Comunicação Social, livre de provas e com trabalhos entregues e decidi acompanhá-lo saindo de Barra do Garças e indo para Goiânia, trajeto que fizemos centenas de vezes durante a minha vida até ali e que eu faço até hoje.

Nesta ocasião, em específico, decidi fotografar parte do trajeto, coisa que eu não costumava fazer. São mais as fotos que fiz, mas escolhi apenas estas acima. A viagem, inclusive, pelo que lembra minha falha memória, foi incomum, paramos mais vezes do que o fazíamos quando viajávamos para a capital de Goiás. Foram, pelo menos, quatro paradas, de longos minutos de espera em lugares que eu desconhecia. Não sei o que meu pai fazia, mas não me importava a não ser com minha câmera e as coisas que meu olhar captava.



Não escrevo este texto por nenhuma razão especial a não ser de que foi a última viagem que fiz com meu pai. Ele não esta morto, não estamos brigados, e eu o amo como sempre amei, mas aconteceram coisas com ele que o impediram de se juntar a mim em viagens nestes últimos nove anos. Mas acredito que teremos muitas oportunidades ainda

Voltando a estrada depois das paradas, nos deparamos com um acidente muito grande em parte da avenida que liga Trindade à Goiânia, então foi preciso pegar um desvio em estrada de terra, que mais parecia a prova de um Rally, o que eu amei, pois nasci em ambiente do tipo. Foram longos quilômetros por trechos bem peculiares e gerou, por minha parte, diversão, pois não confio a ninguém mais o papel de melhor motorista do que a meu pai.

Fim de história foi quando chegamos à cidade de Goiânia são e salvos, e sem surpresas. Não houve nada mais do que isso, mesmo. Apenas uma ótima viagem de pai e filho e que, novamente, foi a última, até então. Espero, aliás, e repito, que existam outras por vir e que sejam por este Brasil a fora, ou pelo mundo. Não desistirei da ideia ou do simples desejo, pois ainda temos muito o que viver.

Por que essa foi apenas a última viagem... até então.

Te amo, pai!





terça-feira, 11 de junho de 2019

Quero montanhas e todo resto

Eu vi um minuto passar diante dos meus olhos quando olhei para o relógio ao mesmo tempo em que observava uma das montanhas mais lindas que já vi. O problema é que a paisagem era apenas a tela de fundo temporária do meu computador. Eu tenho paixão por montanhas, mas amo tudo que a natureza oferece aos olhos. Das composições mais simples às mais complexas.

Fico triste - é difícil eu escrever um texto aqui sem experienciar melancolia, aliás - quando vejo que ainda falta tanto pra conhecer no mundo. Como já disse, uma vez, experimentar sabores, odores e tato no máximo de lugares que eu puder ir planeta à fora. Mas sou grato por poder ouvir e ver pra saber que coisas como essa existem.

De todo modo, voltando à realidade, vi o minuto passar, e isso não é fácil. O tempo está voando e apesar de eu estar realizando pequenos sonhos importantes para um possível resultado a longo prazo, outras pequenas coisas desejáveis o sistema me impede de fazer. Será que eu deveria me rebelar? É difícil descobrir.

Tenho pensado, também, se tenho feito algo errado, não por me preocupar com consequências, mas apenas por querer fazer a coisa certa. Afinal, tenho consciência de que fazer coisas certas trazem bons frutos. Sei que minha vida é calma, agradeço por não haver turbulência, no sentido que envolva violência e destruição, acho que posso considerar isso um excelente fruto.

Mas quero mais, como sempre.

Lembrando, a mim mesmo e ao registro que faço, que é diária minha satisfação pelo tempo do agora. Sinto-me agradecido quando a brisa da manhã toca minha pele, quando sinto o gosto do pão com manteiga se misturar ao café quente, ao banho que tomo, ao trajeto percorrido quando vou trabalhar, ao conforto que possuo e que posso comprar.

Eu sou grato. A tudo.

Mas quero montanhas e todo resto.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Tudo se esvai

Só o que vejo é medo
Todos com fobia
Uns de perder a vida
Outros, a razão

Eu estou com medo
Seja lá o que houver
Nada mais será
E pra isso, o que farei?

Tão claro para uns
Tão escuro para outros
Será que quem não enxerga
Sou eu?

Há ataque iminente?
Ou a democracia está sob risco?
Há democracia?
Ou já perdemos tudo?

Eu sempre sei
Haverá esperança
Mas a vida é curta
E de quatro em quatro

Tudo se esvai

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Tentativas

Em nenhum momento eu me desmereço diante um tropeço. Já tentei entender de bolsa de valores, já tentei participar melhor da política, compreender a economia da união, ser sustentável e ser até mais paciente com tudo (que é mais difícil do que política e economia), e não são tentativas as quais eu não investirei novamente. É possível que eu tente mais uma vez, a questão é que esta claro que tem coisas para as quais não nascemos, de fato.

Eu não tenho vergonha de me declarar leigo, até mesmo ignorante, porque não tem nada de mais nisso. Acho até melhor aceitar tudo que preciso melhorar, aceitar e respeitar tudo que me envolve  num geral no dia a dia. Tipo, já é tudo tão difícil, o que custa, ao menos, aceitar que precisamos melhorar, sempre? Bom, eu penso assim.

Sobre as tentativas, eu penso que desistir não é a palavra certa, eu apenas pausei as experiências. Pode ser que o fato de eu saber que a vida é curta demais vá de encontro com o que penso sobre intervalos não serem adequados, mas não tenho outra escolha quando o que realmente quero é ficar deitado em uma rede procrastinando, e nem me sinto mal por isso. Só que a vida cobra, né?

De toda forma, não tem muito o que fazer, e fazer nada é bom demais. Eu preciso me respeitar, acho que extremismo não fazem bem, inclusive o de não fazer nada por tempo demais, pois isso é um extremo, assim como um louco que faz crossfit todos os dias. Não concordo. Então, vamos seguir. Vamos buscar equilíbrio e amor. As palavras chaves são essas e ponto. Já as tentativas, elam vão sempre existir.

Carpe Diem

sábado, 30 de março de 2019

Texto 500

Este é meu texto de número 500. São quase 11 anos escrevendo, me dando o auto suporte, me ajudando. É engraçado como a relação com este blog é uma das mais verdadeiras que possuo na vida, porque eu não me obrigo a escrever, não preciso de periodicidade, não preciso dele pra alimentar o ego, não o uso para fins comerciais, nem para impressionar ninguém. Eu apenas escrevo... o que sinto.

E hoje, especificamente, o dia começou incrível, mas não está acabando tão bem. Pelo menos não estava, até eu clicar aqui na barrinha mais importante deste navegador e ver que eu havia escrito (ou postado textos/músicas de outros autores) nestes últimos anos, 499 publicações. Me senti motivado o suficiente para escrever o texto de número 500.

Neste momento ouço Aretha Franklin e sou tomado por um sentimento de felicidade sobre todas as coisas pelas quais eu passei e que me fizeram escrever aqui, ou que, mesmo sem me fazer escrever, me fizeram chegar até aqui, no 500. E mesmo batendo a solidão, aquela que nos envolve mesmo estando com pessoas por perto, começo a me sentir radiante.

Nas últimas semanas decisões importantes foram tomadas, mudanças radicais foram feitas, planos e sonhos se tornaram mais próximos de concretizar e os problemas, ah os problemas, continuam na sua caixinha ridícula e decorada, fingindo serem importantes. É claro que eu me apego a falhas e medos de que tudo dê errado, mas, sinceramente? Se eu bem me conheço, no fundo, eu não estou tão preocupado assim.

A vontade física de chorar é tão grande, mas o riso e o refresco interno é tão maior, que me faz sentir uma guerra interna. É tudo intenso, e difícil de continuar explicando. Eu preciso ir viver, com licença, e muito obrigado. Que venham mais 500, 1.000, 10.000 textos e, mais do que isso, experiências ricas em vida e sentimentos.

Carpe Diem

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Resoluções para nota

É importante, ainda mais pra mim, registrar o que espero a curto prazo, durante este ano de 2019, em forma de lista:

- Definitivamente eu preciso de um conjunto de roupa de cama de casal;
- Acredito que eu preciso de alguns móveis mais, como um criado e algumas prateleiras;
- Um sofá faz muita falta e, sim, eu não tenho um;
- Acho válido comprar um Playstation 4 novamente, oremos;
- Começar a fazer natação, ou algum tipo de luta. É uma vontade que tenho;
- Dois óculos, ambos com grau, um simples e um de sol;
- Colocar, de uma vez por todas, aparelho nos meus dentes;
- Começar um curso de inglês, eu preciso ser, no mínimo, bilíngue;
- Sair do país, também pela primeira vez;
- Começar uma pós graduação;
- Fazer minha primeira viagem de carro sozinho ou, pelo menos, dirigindo (sugestão: chapada dos veadeiros. A primeira de muitas). Fazendo essa, automaticamente realizo outra que é a de conhecer um lugar que nunca fui;

- Mais contato com a natureza. Eu busco cada vez mais;
- Ser firme na realização de obrigações caseiras e profissionais;
- Tentar ler mais, estudar mais e, quem sabe, meditar, né?;
- Sonhar mais e me amar mais;

Claro que isso é o que eu quero, e que eu quero muito mais, mas, para este ano, mas sejamos realistas, pacientes e work bitch!

Carpe Diem

domingo, 20 de janeiro de 2019

Inconstante e sensível

É isso que somos, inconstantes e sensíveis demais
Será que é culpa dos astros em grande parte?
Que uma geração inteira se pareça assim?
Impossível manter estabilidade e saúde mental
Com a forma como lidamos com a vida
As vontades não são compatíveis com necessidade
As remunerações não ornam com o tempo trabalhado
E tudo parece correr rápido demais, sem trégua
Me recuso a coisas que outros fazem por uma vida
Me entrego por coisas demasiadas efêmeras e sem valor
Não sou capaz de compreender sempre, mas sinto
Sinto tanto, que lamento sentir e, com facilidade, desisto
Chega disso, precisa acabar, mas não se sabe como