segunda-feira, 17 de agosto de 2020

365 dias de Normand

A terra deu uma volta completa em volta do sol e, em algumas horas, estará passando pelo mesmo lugar em que passou quando um beijo de amor verdadeiro foi dado. É clichê, mas é verdade. Naquela noite você me salvou sabia? Fez eu reforçar minha crença, que estava um pouco abalada, sobre quase tudo que há de bom no mundo quando se trata de dividir com outra pessoa.

A partir daquele dia, e daí então semana após semana, mês após mês, você fez eu acreditar que alguém tinha motivos pra me amar, pra ficar comigo, pra não desistir de mim, mesmo com meus defeitos e meus erros neste percurso. Da mesma forma fui eu, fazendo o mesmo por você, da melhor forma que eu podia e conseguia.

Se chegamos até aqui, é provável que estejamos fazendo o nosso certo dar certo. E eu quero continuar, antes de mais nada. Por que ficar do seu lado, te amar, te fazer carinho, te beijar, pensar em você, fazer as coisas com você, torna minha vida melhor, mais real e agradável. Além disso, também quero poder ser pra você a pessoa com quem você pode contar pra tudo, ok? Sempre.

Eu amo você, obrigado pelos 12 meses.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Tentativas de assassinato

Muito se fala da vida e sua importância. Para todos os cantos aos quais nos voltamos é fácil achar alguma mensagem sobre como a vida é única e deve ser vivida de verdade. É claro que eu não duvido, mas é que por trás das cortinas do palco da sociedade a hipocrisia é tão grande... e o pior, a cortina está aberta escancarada.

São alimentos feitos de produtos químicos que não temos ideia do que sejam, mas que sabemos que fazem mal. São governos que fazem o oposto do que deveriam fazer. São pessoas lotadas de ódio, prontas para atacar a quem não concordam. Trabalhos estressantes e repetitivos que no adoecem. Me sinto como se estivessem tentando nos matar a todo momento em todo lugar.

É difícil viver assim. Claro que não vivo na miséria, mas em casos como o meu, em que você tem acesso a informação sobre como tudo poderia ser melhor e tem consciência de que quem tem grana para isso pode sim viver melhor, é frustrante. Quem dera eu vivesse na ignorância dos que vivem bem com o pouco que tem sem saber ou se importar com o que não podem custear.

Escrevendo isso, até me vem uma pontinha de pensar que eu poderia ser assim, sim, mesmo vivendo a vida que tenho. Oras, não é por que alguém vive na miséria e é feliz que essa pessoa é ignorante. Não é bem isso, mas é quase.

O ponto chave aqui, de toda forma, é que é difícil viver quando todos querem nos matar. O pior é que quase todos são vítimas e assassinos. Muito que odeiam o presidente, por exemplo, querem o matar e ele, indiretamente, tem matado pessoas. Afinal, não somos todos iguais? A premissa de que o presidente poderia estar matando pessoas, não nos dá o direito de querer matá-lo, por mais que isso evitasse novas mortes.

A mudança teria que vir de nós, mas o nós dificilmente vai existir. Eu sigo tentando não querer a morte de ninguém, mas isso jamais vai impedir que a minha morte seja evitada. Até por que, mesmo querendo que ninguém morra, posso eu estar diariamente me matando aos poucos. Não é paranoia, apenas uma visão metafórica.

O que não deixa de ser tão triste.

Mesmo assim, me apego as esperanças das gotas de vida de verdade que pingam sobre mim vez ou outra. Estar com quem amo e fazer coisas que eu realmente gosto, por exemplo. Eu sei que se meus dias fossem apenas disso, talvez eu não apreciasse tanto estes momentos, mas os momentos que tem me feito sofrer, realmente precisam existir? Eu estou fazendo de tudo para eliminá-los, aí eu descubro.

Depois eu conto, isso se não me matarem antes.