terça-feira, 26 de março de 2024

Meus dias depois

Não sei se estou procurando, fugindo, me perdendo, me achando, mas estou seguindo. Acho que nem prioritariamente vivendo ou sobrevivendo, apenas seguindo. Ainda sim, tenho me sentido bem, pois feliz ainda é uma palavra forte para se usar. Mal não posso dizer que estou.

É que as obrigações profissionais tenho feito no automático, e não tem me feito nada além de me estressar. Não tenho trabalhado com prazer faz muito tempo. Também tenho estudado muito, e fico satisfeito por estar conseguindo manter uma disciplina nesta rotina, só que também não é nada que me faça pular de alegria.

Sinto falta dos meus treinos, e logo voltarei, e a alimentação pode sempre melhorar, mas é basicamente apenas isso que tem me dados os prazeres diários, principalmente os doces. Aquela parte que tanto aborrece, as transas casuais, são efêmeras e, em 90% das vezes em que encontro alguém pra estar, minha cabeça vai diretamente para ele, que é com quem eu realmente queria gastar meu tempo fazendo TUDO.

Meus dias depois têm sido assim, e por mais que me doa aceitar que preciso superar, é isso que tenho que fazer. Por que eu não o terei mais de volta. Enquanto isso, eu tenho me permitido sentir tudo, e dor é uma das coisas que mais sinto, muita tristeza também. Mas como eu disse, mal não estou.

Ainda tem muito pra acontecer e espero que estes meus atuais dias depois, se tornem meus dias passados. 


sábado, 2 de março de 2024

Algo mudou

Precisa estar mudando. Eu já perdi a conta de quantas vezes eu disse isso, ou que eu escrevi. Pensar, penso todo dia. Qual é o sentido e propósito disso tudo? Eu sou um ser humano qualquer, não há nada de especial e, ao mesmo tempo, sou eu, o mais especial do universo inteiro, dá pra acreditar? Pelo menos pra mim, que vivo 24 horas aqui dentro desse corpo, tenho essa própria consciência, eu sou único.

Dito isto, eu tenho coisas horríveis pra encarar face a face, e da mesma forma, coisas sensacionais. Todo - santo - dia. Esse texto tá demorando um pouco pra sair enquanto estou sentado nessa cadeira por que eu queria, de fato, exprimir meus sentimentos como estou sentindo, mas parece impossível. Acho que é maais fácil me questionar.

Eu me odeio por tanta coisa e me amo por tantas outras. Eu deveria mudar o que odeio ou aceitar? Eu deveria continuar viajando? Eu deveria me fixar e criar raízes em algum lugar? Eu preciso mesmo transar com tantas pessoas? Eu preciso encontrar alguém e transar só com ela a vida toda? Eu tenho que encontrar alguém igual a mim pra amar ou me transformar em outro alguém para ser amado?

Não que as coisas estejam ficando mais claras com o passar do tempo. Longe disso. Mas é que essa sensaão de tempo passando talvez anestesie algumas preocupações. Eu de fato não tenho sequer um problema real pelo que reclamar. O que me faz sofrer, me deixa triste e deprimido é real? SIM, mas não, não é um problema.

Falta de recursos para ter um teto, fome, desemprego, viver em um país em guerra, ser violentado, falta de saúde física ou mental grave, isso sim são problemas graves. Então eu, por enquanto, só tenho a agradecer por ser poupado de sofrimentos maiores.

A falta de ter um problema grave, precisa me fazer sentir vivo e corajoso perante o que me deixa mal. E é por isso que, quase todos os dias, eu sinto que estou mudando. Não seria, então, aos poucos? Pena que ele não me deu o tempo que eu talvez sei que preciso. Talvez um dia. Mas não é sobre ele, é sobre mim e esse amor que não cabe no meu peito.