segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Gradicido

Tenho sorte? Ou tudo isso não é nada? Penso como devo ser agradecido pelo que tenho, pois algumas pessoas nunca chegarão nem perto de ter. TER. Algumas pessoas tem o que eu nunca vou ter. E ser?Mas e o ser? Quem não tem tanto quanto eu pode muito bem ser mais do que eu. Pelo que é que devemos agradecer, afinal? Só por ter tido mais condições, oportunidades e conforto do que outro não quer dizer que minha vida seja melhor. Eu preciso me esvaziar disso e ser sincero. Não posso e não devo negar minha hipocrisia e minha incredulidade.

Eu sou grato sim, mas isso cabe a mim e dentro de mim. Não sou grato por ser melhor que ninguém, por que isso não é verdade. Não sou grato por viver melhor que alguém, por que não cabe a mim dizer quem vive pior. Posso dizer que sou grato por ter e ser quase tudo que eu quis. Mas eu não consigo, e acho bom não conseguir, pensar em me sentir bem por que tem gente em piores situações do que eu.

Por hoje é só.

domingo, 22 de janeiro de 2017

O que quero não é bem o que quero, mas também não é mal

Fico pensando em como me divido em dois quando penso no que eu quero da vida. Neste momento, penso sobre isso enquanto faz um tempo que se mostra perfeito. Hoje é um daqueles dias incríveis: nublados, frescos e silenciosos. Esse dia preguiçoso só não está mais completo pra mim por que falta uma dessas coisas que quero. Que não é bem o que quero, eu sei. Vamos falar logo que se trata do conflito material com o espiritual, que eu não ligo tanto. Eu precisava de um vídeo game hoje e de, pelo menos, uns cinco jogos like a The Last Of Us ou The Evil Within.

A questão é que aqui no meu lar eu me sinto protegido e acomodado, e não vejo problema nisso. E não há problema necessariamente. A questão é que antigamente eu pensava, por exemplo, que meus avôs morreram sem ao menos conhecer outra cultura ou país, sem falar outras línguas, experimentar outras coisas na vida, e PORRA, isso não significava nada pra eles? Pois bem, surgem outras gerações e cá estou eu trocando a vida lá fora por um PS4 e alguns jogos. Mas eu sinto que isso me bastaria agora, sabe?

Será que bastou para meus avôs ter uns caminhões, algumas fazendas e uma grande e problemática família? Fica aí a questão. Mas eu, ansioso por conhecer outros países - que graças a internet eu conheço, de certa forma - estou muito mais preocupado em me satisfazer, por hora, com algo que me deixe trancado dentro de casa e não sinto nem um pingo de remorso por isso. Além do vídeo game te a questão da comida, meu Deus, só de eu poder ir ali na padaria e comer o que eu quiser, isso já vale tanto. Como que chama isso?

Enfim, não sei se estou me adaptando a minha realidade de que obviamente não farei tudo o que quero na vida. E não, não estou sendo pessimista, é que eu sempre quis tudo mesmo, diga-se de passagem, uma fazenda, um cavalo, uma casa na praia, uma prancha de surf, aprender a surfar, acabar com a fome no mundo, fazer trilhas pelos cinco continentes, entrar em um submarino, pisar em outro planeta e... TUDO. você entendeu? TUDO.

O bom dessa coisa toda é que não estou me sentindo mal por que não vou conseguir todas essas coisas, apesar de eu achar injusto, por mim e por outros que também querem. Mas eu fico feliz de estar feliz com pouco, que não é tão pouco assim, afinal. Não pra mim. Eu espero de bom grado conquistar algumas dessas coisas que listei e outros que não disse, eu vou conseguir, mas não será tudo. E sou grato, nossa, como sou grato por tudo.

Não tem como não ser grato, não. Afinal,eu estou podendo escrever algo que sinto, dividir com o mundo, literalmente, independente de quem lê. Eu estou protegido - relativamente, mas estou - no conforto da minha casa, com uma caneca de café, bem alimentado e faz um dia lindo lá fora. Neste momento, eu estou em plena paz e sei desfrutar disso. Depois de tanto falar, não posso simplesmente dizer que o que quero é errado, tá tudo lindo, tá tudo ok!!!

Carpe Diem

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Me encontro

Aqui onde o sol bate e me esquenta, contra meu favor
é onde parece que devo estar, fazendo o que devia fazer
Aqui sozinho luto pra encontrar
um modo suficiente de viver
e motivos que me deem prazer

Me encontro exatamente onde me perdi
onde toda vergonha e glória se escondem
Me encontro longe do que dizem pra ser
onde vivo do meu jeito, de dia até anoitecer

Parece que defini algumas prioridades
independente das minhas reais condições
O que importa vai além da vaidade
e eu peço toda noite através de orações

Me encontro onde jamais alguém estará
por aqui dentro universo é mato
Me encontro onde ninguém nunca saberá
é impossível estar aqui onde sou nato

Trago apenas o que há de bom em mim
o que é ruim aprendi sem querer
Mas até mesmo o mal serve pra um fim
Se não for machucar ou abater

Eu me encontrei, logo desencontro
sumo pra me achar de novo
É um jogo diário que me faz crescer
me encontrar por vezes...

...é não morrer!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

The first of all

Definitivamente eu sobrevivi a 2016. Duvidei em alguns momentos de que isso aconteceria, e no finalzinho do segundo tempo até achei que já estava vivendo em uma realidade paralela, mas era apenas minha esquizofrenia pregando uma peça.

Estou aqui feliz da vida escrevendo o primeiro texto do ano e extremamente agradecido e contente por como o ano começou. Não conheci o amor da minha vida nem ganhei na mega, mas as perspectivas estão incrivelmente otimistas.

Mas aí você me fala: você sempre foi otimista Nathan. Aí eu falo: continuar sendo otimista é um desafio diário, meu jovem. Enfim, realmente, a cada dia que eu consigo resolver os mistérios do meu interior, tirar um peso das costas por saber lidar com uma dificuldade ou questão, o sol nasce e surgem outras.

E por continuar otimista e ver que 2017 pode ser uma no incrível, o meu vigésimo sexto ano de vida, acredito que é para comemorar. Hoje eu me sinto mais novo do que tudo, me sinto forte e revigorante. Apesar da rosácea, da gastrite,  das dores no trapézio e dos sentidos menos aguçados. Eu estou fabuloso.

Sigo assim.