domingo, 26 de fevereiro de 2017

Meu apocalipse



Acordo com frio, mas bem
mais um dia na capital
a cidade completamente tomada
por plantas secas e neve
saio com meu cavalo
em busca de suprimentos
doces e bebidas
enlatados e conservados
estão cada vez mais longe
mas ainda há muitos lugares
não me preocupo com escassez
ainda...
Depois é hora da diversão
destruir o máximo de coisas
pra esquentar o corpo
está ficando sem graça, já
vou falar com meu vizinho
ele mora a alguns quilômetros
e não há problemas quanto a isso
nem com a divisão do território
nem suprimentos
nos damos super bem e felizes
por ter a cidade só para nós
já transamos nela toda aliás,
em cima do prédio mais alto
no meio da rua, dentro da igreja
estamos perdendo a criatividade
mas não o tesão
afinal não é todo dia que nos vemos
e tem dia que não precisamos sair
da cama dele ou da minha...
Antes de tudo acontecer,
quando eramos jovens
não era tão diferente
a única coisa que mudou
é que não preciso mais ter esperança
e sobreviver ficou mais divertido
por que sozinho eu já era
e ele também
ah! Ter neve também,
eu prefiro o frio
e assim aproveito melhor os dias de sol
raros dias de sol
não sabemos o que aconteceu com o mundo
não importa...
Precisei matar os poucos zumbis
e não tive dificuldades com isso
ainda de vez em quando aparece um
ou outros, nada que me preocupe
as vezes eu até procuro
e de cima do meu cavalo
eu treino minha mira
eu tenho quase tudo que sempre quis, aliás
meu cavalo, coisa mais linda,
minhas armas, um apartamento gigantesco,
bem no alto, não ligo de precisar subir e descer
são 15 andares todo dia, quando saio
enfim, a única coisa que sinto falta
é do mundo que não conhecerei
era meu sonho,
mas um dia posso arrumar algum carro
se tivesse aprendido mecânica com meu pai
seria bem mais fácil
mas um dia eu consigo
e vou até o mais longe que puder
talvez.
Eu sou feliz assim, e
por incrível que pareça,
é agora que não penso mais na morte!
Mais uma noite de sono fácil,
como sempre foi, só que agora
posso ver o céu mais estrelado do que nunca!

Carpe Diem

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Sempre dá certo

Rumo aos quatro anos morando em Goiânia - já posso dizer que graduei na vida adulta e profissional - e 7 meses trabalhando on my own, posso dizer com veemência: tudo sempre dá certo. Bom, isso não é um conselho, e eu não quero te animar , não. afinal, isso é sobre minha vida, e eu não me responsabilizo se alguém ler isso e achar que ficar sentado no sofá o dia todo em frente a uma TV, ou postando selfies, batendo ponto em baladinha todo final de semana ou viver de ser hater na internet vai lhe trazer o certo que tudo dá.

Tem outra coisa, tudo sempre deu certo até agora por que eu simplesmente escolhi um caminho menos difícil, admito. E mesmo neste caminho eu errei feio, errei rude, várias vezes, não canso de dizer como magoei pessoas e como fiz escolhas precipitadas sem pensar nas consequências. E isso envolve todas as áreas da minha vida - a afetiva mandou lembranças - aqui na capital.

O tudo dar certo também não é sucesso iminente. Meu conceito de tudo dar certo é basicamente não passar necessidades básicas, ter um lar confortável e poder ter o poder e liberdade de fazer coisas que um pouco de dinheiro lhe permite. O tudo dar certo é também não ser azarado a ponto de sofrer danos físicos irreversíveis por criminosos, ser respeitado por todos - isso é válido até o dia de hoje, né, infelizmente -  e ter PAZ.

Eu poderia dizer que sempre DEU certo, mas digo que sempre DÁ, por que essa é a parte otimista da história. Eu estou extremamente satisfeito atualmente, mas não pense que estou acomodado ou totalmente tranquilo. Eu quero cada vez mais, mas que esse mais seja saudável o suficiente para que eu nunca precise me arrepender novamente.

CARPE DIEM

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Me curar de mim

Sou a maldade em crise
Tendo que reconhecer
As fraquezas de um lado
Que nem todo mundo vê

Fiz em mim uma faxina e
Encontrei no meu umbigo
O meu próprio inimigo
Que adoece na rotina

Eu quero me curar de mim

O ser humano é esquisito
Armadilha de si mesmo
Fala de amor bonito
E aponta o erro alheio

Vim ao mundo em um só corpo
Esse de um metro e oitenta
Devo a ele estar atenta
Não posso mudar o outro

Quero me curar de mim

Vou pequena e pianinho
Fazer minhas orações
Eu me rendo da vaidade
Que destrói as relações

Pra me encher do que importa
Preciso me esvaziar
Minhas feras encarar
Me reconhecer hipócrita

Sou má, sou mentirosa
Vaidosa e invejosa
Sou mesquinha, grão de areia
Boba e preconceituosa

Sou carente, amostrada
Dou sorrisos, sou corrupta
Malandra, fofoqueira
Moralista, interesseira

E dói, dói, dói me expor assim
dói, dói, dói, despir-se assim.

Mas se eu não tiver coragem
Pra enfrentar os meus defeitos
De que forma, de que jeito,
Eu vou me curar de mim?

Se é que essa cura há de existir
Não sei. Só sei que a busco em mim
Só sei que a busco

FLAIRA