quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Tchau novembro

É impossível pra mim, agora, escrever sobre tudo que estou sentindo. Mas eu preciso. Eu chorei e gritei pela primeira vez depois de tantos meses. Eu fiz o que a Claire ensinou. Eu me agarrei a todas as dores, sofrimentos e tristezas que pude com toda minha força e descarreguei tudo por quase cinco minutos de lágrimas e soluços. Eu precisava.

Eu não quero isso tudo dentro de mim. Está tudo indo bem, devagar e sempre. Parece que esta tudo indo como devia na minha vida, mas da porta pra fora parece que tudo sucumbe. É difícil assistir tudo sem poder fazer muito, quase nada na verdade. E isso reflete dentro de mim, como um todo do qual faço parte.

É isso, por hoje. Eu vou continuar me alimentando dos meu anti-depressivos naturais. Meus segredos, que funcionam tão bem. Eu vou continuar trabalhando tão duro quanto eu posso. Dizendo a todos que posso, o quanto os amo, por que sempre pode ser tarde demais. Acreditando em um futuro melhor. Por que apesar de saber que tá tudo difícil, eu sei que as coisas simples e do dia a dia, ainda são as coisas que nos fazem felizes.

CARPE DIEM

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O som do motor

Até hoje um dos sons que me deixa mais nostálgico é, sem dúvida alguma, o som do motor de uma camionete. Eu não gostava, de verdade, quando ouvia esse barulho, que vinha quase sempre ao anoitecer. Aquilo significava uma coisa: meu pai estava chegando. Isso era tipo "acabou a mordomia". Eu não conseguia ficar a vontade com meu pai em casa.

Voltando às memórias que possuo, dos lugares onde morei, eu vivi sempre a mesma rotina, era estudar cedo, chegar em casa, almoçar a melhor comida, que é a da minha mãe, dormir um sono bem gostoso, acordar e ficar no computador, ou estudar, ou ir pra rua, ou piscina, enfim, cada época da minha vida era uma coisa diferente, mas sempre a tarde, que eram maravilhosas.

Quando o sol ia se pondo, a hora da chegada do meu pai ia se aproximando, e sempre anunciada com o som do motor de uma camionete. O fato de ser desanimador era por que meu pai implicava com tudo, tudo mesmo. Se não tinha tomado banho, mandava ir, se demorava demais, reclamava, na hora da janta, até o jeito de por a comida no prato ou de pegar nos talheres era pauta pra discussão.

Ah, e meus os trejeitos, minha forma carinhosa de tratar minha mãe e tantas outras coisas. Era por isso que eu detestava aquele som. São poucas as lembranças que tenho de momentos felizes com meu pai, e eu as tenho com muito amor, pois foram momentos incríveis, meu pai era e é incrível. Só que não dá pra negar que o fato de ele sempre me tratar diferente (e ele dizia que com filho homem devia ser assim), marcou na minha vida.

O engraçado é que hoje, antes de sentir dentro de mim a vontade de escrever sobre isso, foi por que ouvi esse som. Ouvi esse som entrando pela janela do meu quarto no meu apartamento, no 9º andar, e isso doeu um pouco. Eu estou ótimo, obrigado. Mas se eu pudesse concretizar o que eu sinto neste momento, seria algo imenso, algo que eu me esconderia dentro e nunca mais sairia, por que é algo que eu nunca mais terei novamente, e isso dói.

Bom, é aquela coisa, sabemos que dias melhores virão, e sempre vem. Mas as coisas boas que passaram, devem ser aproveitadas com tudo, por nunca mais vão ser revividas. Eu sempre aproveitei muito, mas pra minha infância, eu voltaria se pudesse, sem pensar duas vezes. Só que, que se acontecesse, eu mudaria uma coisa: não ficaria tão incomodado com o som do motor.

Carpe Diem

terça-feira, 8 de novembro de 2016

50 fatos sobre mim

Cor favorita: Amarelo.

Número que gosto: 2

Bebida: Chá gelado.

Comida: Qualquer coisa feita com batatas ou mandioca e os bifes feitos pela minha mãe.

Filme cult: Brilho eterno de uma mente sem lembrança.

Atrizes: Jennifer Lawrence e Tatá Werneck.

Lugares pra voltar: Fazendas que gosto, meio do mato, interior de MT.

Lugares pra conhecer: Canadá, Alasca, Chile, Noruega, Rússia, Japão...

Um dia pra lembrar: Quando meu pai foi preso. Neste dia, quando cheguei todo feliz da faculdade e vi minha irmã e meu cunhado com as coisas dele, minha mãe chorando, achei que tivesse acontecido um acidente e ele morrido, mas quando descobri que tinha sido preso, em comparação com morrer, houve um alívio, e foram muitas sensações neste dia.

Música: Agnes Obel - Riverside


Doces: Pudim ou algodão doce.

Anormalidades: Tenho um umbigo vermelho e um ossinho extra no fêmur próximo ao joelho.

Sono: Eu durmo fácil e em qualquer lugar, e tive problemas pra dormir apenas uma vez, durante alguns meses por conta de uma doença, mas já passou.

Frase: A constância é contrária à natureza, contrária à vida. As únicas pessoas completamente constantes são os mortos - Aldous Huxley

Livro: Pássaros Feridos

Personagem: Erika Strange

Vontades: Saber mais sobre política e me exercitar mais.

Desejo: Me manter saudável até o último dia da minha vida.

Objetivos clichês: Casar, ter filhos e ter uma propriedade.

Série: HIMYM



Filme de terro: Rua Cloverfield, 10.

Defeitos: Não sei como ser fiel sexualmente, é uma das coisas contra qual mais luto e quero mudar.

Signo: Aquário, e eu amo isso.

Um segredo: Eu já menti no currículo.

Mania: Arrancar cabelos e pelos do corpo.

Meta profissional: Eu não sei como, mas quero ser um editor da BBC.

O que eu faria se me pagassem bem e me contratassem amanhã: Seria ator pornô.

Medos: Ultimamente tenho tido medo de morrer sozinho, de repente, sei lá. Mas, normalmente, só tenho medo de insetos grandes demais.

Escrever um livro: Eu quero, mas só se eu tiver uma boa história, mesmo.

Anime: NANA


Tempo: Amo chuva, mas prefiro sol, mas tem que estar frio. Queria conhecer a neve também.

Animais: Cavalos e cães, muito amor.

Feriado favorito: Páscoa, com certeza.

Paixão: Dirigir, é bom demais!!!

Filme comédia: Tudo pra ficar com ele.

Arrependimentos: Dos milhões que eu coleciono, óbvio que me arrependo de trair os namorados que tive e também me arrependo de algumas escolhas profissionais.

Por falar em colecionar: Moedas do mundo todo.

Letras favoritas: D, W e N (desde novinho eu gosto dessas pra caligrafar).

Estilo pra se vestir: O mais básico possível, liso e sem estampas.

Um das minhas cenas favoritas na TV brasileira: Em um dos capítulos de "Afinal, o que querem as mulheres?", o funeral de André.



Fé: Tenho muita, e está totalmente ligada a um ser superior, sim, meu Deus. Quero acreditar que seja eterno, sim. Também não quero que tudo acabe quando eu morrer.

Sobre a vida aos 25: Está do jeito que pedi pro universo, não moro só, mas é como se fosse só, fico sozinho e faço tudo que gosto, mas ao mesmo tempo tenho companhia quando preciso.

O que mudaria na vida: Se fosse possível, apenas uma maneira de ganhar muito mais dinheiro sem aumentar tanto as responsabilidades e o estilo de vida que levo atualmente.

Partes favoritas do corpo: Minha bolas e meus olhos.

O que eu mais peço: Saúde física e mental.

O que não gosto: De ficar com fome. Sai de perto, perigo.

Sobre eu ser: Muito decidido e organizado, de um modo muito prático e eficiente.

Sobre não saber: Não consigo achar um dia que seja o mais feliz da minha vida até hoje. Não sei se nunca fui tão feliz em um dia a ponto de ficar marcado em minha mente, ou se sou feliz demais para ter um dia apenas pra lembrar. Acho que é a segunda afirmação.

O que eu nunca faria: Além de não cometer crimes contra pessoas, acho que eu também não seria garoto de programa (não dá, cara, cobrar dinheiro pra sexo e transar com pessoas estranhas que não fazem o seu tipo) e nem apresentador de televisão (preguiça de fazer fonoaudiologia e de forçar a barra com o querido telespectador). 

Sonhos: Conhecer muito do mundo, conhecer de verdade (pessoas, alimentos, segredos, lugares, animais, cheiros, hábitos, costumes etc) e ser um bom humano.

domingo, 6 de novembro de 2016

Sítio além do pingo d'água

Uma vez meu pai comprou um paraíso
Ficava no fim do fim do pingo d'agua
Quem cuidou de lá foi a Neide e o Zico
Pra uma criança, parecia a terra encantada

Nos dias em que acampei ou fiquei por lá
Histórias e lendas incríveis a Neide Contava
Do resto, onde sumia a vista o Zico cuidava

Era muito verde, muita água, pra beber e nadar
Dava também, de vez em quando, até pra pescar
Era bom pra criar porcos, cães e galinhas
Talvez, com muita vontade, até uma vaquinha

E lembro que lá era também o ponto final
Da estrada, casas e do ônibus escolar rural
Um dia voltei neste ônibus com as crianças
Eles acordavam às cinco cheios de esperança

Desculpem a rima pobre, mas é a verdade
Nunca vi crianças tão simples e felizes
Acordando tão cedo e rindo com vontade

O veículo atravessava valas enormes de lama,
E em rotatividade alguns garotos abriam porteiras
Eram mais de trinta quilômetros até a área urbana

Chegamos na cidade, eu desci e fui pra casa
Os outros, sujos e alguns com fome, à escola
Lembro disso, sempre que minha memória cria asa

Já passei e vi tanta coisa, e ainda quero mais
Só que que pra rumo final de minha vida
Um sítio de paraíso daquele "tá bom por demais"