quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Single

Bom, eu vou te contar como é a minha incrível vida de solteiro, que já vem se estabelecendo firmemente dia após dia. Vamos começar do começo:

Eu acordo, sempre muito cedo, mas só vou dar bom dia pra alguém cerca de duas horas depois de despertar, que é quando chego ao trabalho. As vezes é triste, principalmente nos finais de semana em que passo, quase sempre, horas a fio sozinho.

Eu não tenho quem abraçar, não há companheiro com quem contar, não recebo um beijo há muito tempo, não tenho com quem falar sobre o meu dia, e ultimamente tenho tido medo por não estar sentindo mais falta disso tudo.

Sempre que alguém aparece pra tentar mudar isso, eu recebo com pedras na mão, trágico e cômico. Não deixo ninguém se aproximar demais, se algum garoto começa a demonstrar afeto eu o diminuo, se sou eu quem começa algum flerte, logo me puno.

A bipolaridade reina solta. Lágrimas dão lugar a risos e vice-versa. O bom e mau humor andam juntos revesando-se a cada minuto. Minha paciência se esgota em tempo recorde e meu filtro social está totalmente rasgado, desregulado. Cuidado ao dirigir a palavra a mim.

Recentemente? Tenho estado cada vez mais aéreo e desatento. Se ouvir por aí que fui atropelado, já sabe o motivo. Pelo menos não será suicídio. O foco no trabalho não rende como eu queria, só há mediocridade, e o salário também não dá até o fim do mês, por que eu preciso comprar coisas que me distraiam o máximo possível.

Ah, posso dizer também como são as minhas noites? Não são de todo ruim, assisto séries, preparo por vezes um bom jantar e me recolho, sozinho, em uma cama chamada maré.

Se o mundo não fosse tão grande, eu estaria condenado. Mas posso sair quando eu quiser pra nunca mais voltar.

Se não fossem os poucos amigos que me restam, eu estaria perdido, perdido do jeito que não gosto.

Se não fossem as mídias, acredite, eu estaria definhando.

Este é o resumo da minha vida, enquanto solteiro.

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