terça-feira, 7 de setembro de 2021

Deve ser o calor

Hoje o termômetro bateu o recorde, foi o dia mais quente do ano em Goiânia, capital de Goiás, centro do Brasil, diga-se de passagem um dos únicos estados brasileiros sem litoral e sem fronteira com outro país. Enfim, fez calor para um caralho e ele ajudou a me derrubar, após ser golpeado por decepções vindas de todos os lados.

Eu sei! Eu seeeei que a responsabilidade sobre o que eu sinto é totalmente minha, baseada nas expectativas criadas por eu mesmo.com. Mas eu procurei? eu procureeeeei.

Primeiro que eu decidi fazer uma viagem que me proporcionaria diversas novas experiências. Ao fim dela eu havia experimentado pisar fora da fronteira do país pela primeira vez e, pra quem mora no Brasil e vive a realidade dele, sabe como isso mexe com a gente.

Segundo que eu conheci meus sobrinhos e, por mais que seja cansativo lidar com duas crianças praticamente recém nascidas, aquela energia de vida nova, aquele amor ingênuo, tudo que envolve o cuidar de novos seres, mexeu muito comigo.

Terceiro, e longe de acabar, eu novamente me propus a ir pra um lugar, alugar um carro e sair por aí na estrada, mas dessa vez eu tive companhia e, fora do que eu estava planejando, mexeu comigo também! Foi (está sendo) tipo uma daquelas paixões cegas, que faz você pensar na pessoa e rir, admirar cada coisa que ela é ou que ela faz.

Dito isto, foram três ingredientes certos para fazer com que meu retorno ao dia a dia me tornasse alguém um pouco deprimido.

Pra encerrar os 7 dias de retorno, voltamos ao dia mais quente do ano que aconteceu enquanto ocorriam manifestações contra e a favor ao governo federal e seus representantes atuais.

É, esse ser aqui não é pra amadores.

Um jornalista, querendo fazer seu mochilão pela américa, encantado por seus sobrinhos, apaixonado por um alguém, trabalhar em um feriado cobrindo manifestações de pessoas com as quais ele está longe de concordar no dia mais quente do ano. É suficiente pra você?

Pra mim quase não é... Mas eu acredito que vou sobreviver. Digamos assim, que eu sobreviva por muito tempo ainda, eu não vou dar o braço a torcer.

Eu vou continuar fazendo as minhas viagens, eu vou continuar acreditando no futuro, nas novas gerações, eu vou continuar acreditando no amor. Por fim, eu continuarei tendo esperança de que tempos melhores pra todos virão.

Hoje de longe não foi um dia bom pra mim.

Deveria ser um dia pra comemorar a independência, mas eu nunca me senti mais dependente.

Imagino como as pessoas ao meu redor, ou outros que eu não conheço, milhões de pessoas, bilhões, como eles se sentem?

Talvez deve ser o calor que ajudou a piorar tudo, mas que todos sejam livres e carpe diem.

Amanhã vai ser melhor!



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