Às vezes sinto algo esquisito de uns anos pra cá, que parece até errado. Sentir saudades pontuais de elementos da minha rotina dos lugares em que vivi. Parece errado por que é um sentimento forte o suficiente para me fazer refletir se eu deveria voltar.
É quase como sentir que eu não sei o que quero, só por que queria estar 100% bem vivendo onde estou e isso parece impossível. É impossível. Nunca nada será 100%, parece.
Por exemplo, sinto falta de poder fazer as trilhas com cachoeiras em Barra do Garças aos finais de semana. Me dá saudades pensar que, em Goiânia, eu já conhecia cada canto da cidade e sabia exatamente onde ir a cada ocasião.
É muito bom lembrar e me traz um conforto gigante das vezes em que tinha um dia livre e passeava por qualquer lugar de Porto, tantos lugares lindos, até mesmo em um dia chuvoso (era muitos). Quase toda semana descobria um lugar novo, uma quinta, um parque, um vilarejo, uma praia...
Em Lisboa, sinto saudades de despencar pra praia de nudismo longe de tudo e esquecer o mundo, ou pelo contrário, me enfiar na área turística da cidade e me estressar com a multidão e lembrar como o mundo é.
Em João Pessoa, nem se fala, sinto falta do meu cantinho gramado na praia de Manaíra e das minhas idas à praia de Tambaba, foram meses mágicos.
Também tenho minhas saudades de São Paulo, mas agora morando aqui novamente, posso realizar tudo que gosto de fazer por aqui. O que não é de todo ruim.
Ainda assim permanece a maior sensação de falta de todas: de que eu deveria continuar sem rumo por aí, mas dentre as diversas coisas que faltam, o dinheiro é a maior delas, e tá tudo bem, ainda mais por estar perto do meu amor.