sábado, 15 de novembro de 2025

Me recuso a ter uma vida medíocre

Embora eu tenha! Por ser isso um fator social e político na vida da grande maioria das pessoas. Mas eu me recuso a aceitar ter uma vida medíocre e, por isso, eu tento dar valor a coisas pequenas e, ainda mais, ser intenso como sou.

Talvez o fato de ser intenso não possa ser considerado exatamente uma virtude, por que isso me trouxe incontáveis embates com outros pessoas e comigo mesmo. Mas, também trouxe coisas boas, pelo menos e por enquanto, eu considero ser.

Ser intenso e ansioso me fizeram viver muita coisa em pouco tempo, ao menos pra mim, sinto que vivi muito mais nos últimos 7 anos (entre 2019 e 2025), quando finalmente consegui alcançar uma vida financeira mais adequada, do que nos sete anos antecedentes (2012 a 2029), quando estava no início da carreira e o dinheiro não dava pra muito mais do que comida e contas.

Digo que foi a intensidade e ansiedade, por que foram elas que me moveram, eu sempre penso muito - e, novamente, não acho que isso é tão saudável - sobre se eu morrer cedo, ou se eu não me impor, ou se eu não arriscar, o que vai sobrar?

Se eu não tivesse discutido com cada chefe meu, se eu não tivesse pedido tantas demissões, se eu não tivesse coragem de dizer tantas verdades pras pessoas, onde será que eu estaria? Se eu não tivesse colocado minhas vontades e desejos em cada relação em que me machuquei e machuquei outras pessoas pensando no melhor para cada um, o que eu estaria vivendo?

Ainda sobre ser medíocre, quando eu disse que sou, afinal, é por que quando eu olho de longe, do panorama geral da sociedade, eu sou apenas um adulto que não tem economias, gastando quase todo seu dinheiro mensal com prazeres como comida, viagens e entretenimento. 

Eu não tenho uma casa própria, um carro, investimentos, nada, moro em um quarto do ateliê do meu melhor amigo e se eu pagasse por um apartamento mal poderia bancar meus "luxos" e não sou nem sequer inteligente ou cruel o suficiente para multiplicar o meu dinheiro e deixar, de fato de ser medíocre.

Mas também, quando digo que me recuso a ser medíocre, é por que olhando de perto, do panorama em que, independente de como seja o mundo, só eu sei como é ser eu, como é ter a minha vida, é aqui, nesse instante, em que eu posso dizer que não sou tão medíocre.

Eu sei que eu dou valor às coisas pequenas, e eu sei que mesmo com a cabeça no futuro, eu consigo aproveitar o agora. Pra mim, uma flor bonita tem tanto a ser admirada quanto uma cordilheira, e eu quero apreciar as duas sempre que eu quiser e puder.

Eu sei que eu dou tudo de mim para não perder a sensibilidade e amar o meu parceiro, minha família e meus amigos da mesma forma todo dia e não só em datas comemorativas.

E eu sei que eu preciso cuidar de mim sempre, da melhor forma que eu puder e conseguir para ter a saúde para ter condições físicas e mentais para me relacionar e trabalhar e ganhar dinheiro necessário para que eu consiga continuar lutando contra ser alguém medíocre.

E quando eu digo saúde em primeiro lugar, é a saúde em primeiro lugar, porque ela vai me dar quase tudo que preciso para viver da melhor forma se nenhuma tragédia acontecer. No mais, é torcer pra nenhuma tragédia acontecer.

Esse minuto para mim é valioso e, hoje, eu não sinto que sou medíocre.