quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Metade da minha vida

Ainda faltam alguns meses, mas neste ano eu completo metade da minha vida escrevendo aqui. E eu posso afirmar sem dúvidas que foi sobre o amor que eu mais escrevi. O amor, esse negócio que segue vias complicadas demais pra lidar.

Eu lembro como se fosse ontem que eu passei por tantos tipos diferentes de amor, com alguém ou sozinho. O primeiro de todos era acreditar fielmente em alma gêmea. Era tão claro quanto o sol que haveria UMA e apenas uma pessoa em todo planeta que seria a minha parceria eterna.

Depois vieram todos os outras formas de pensar sobre, até que chegou hoje, onde eu preciso afirmar que não sei mais de nada. Acho que nem sei quem sou, e eu juro que tava com isso na cabeça ontem quando fui caminhar e, em um poste, jazia uma folha A4 com a mensagem: "não saber que sou é o melhor de todos os mundos".

Fala sério.

Ainda estou procurando, Universo, onde é o melhor dos mundos, por que NESTE não parece.

De toda forma, ainda falando sobre amor, como e quando - depois de anos, décadas, "aprendendo" sobre amar - que aprendemos a deixar ir aquele a quem aprendemos a amar? Já que nos propomos a proteger, a cuidar, a fazer tudo para a pessoa. Dar de volta ao mundo, DE GRAÇA, o que nos veio com muito custo, muita luta e conquista é muito difícil.

Não podemos aceitar ter o controle. E eu não aguento mais isso. Eu não aguento mais esse sentimento de controlar o que não tem controle. Eu, você, a gente não tem controle de porra nenhuma, e eu não consigo lidar.

Deixar ir.

Quantos anos mais eu preciso? Quanto tempo mais eu necessito? 

Enfim, apesar de não saber mais quem sou, de não ter certeza de mais nada, pelo menos, dessa vez, eu não vou mais colocar em nada nem ninguém a possível solução dos meus problemas e bem estar.

A minha esperança será focada no agora.

Tudo que tem um começo tem um fim. Faça as pazes com isso e tudo ficará bem

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Uma virada após um mês

Sim, ainda estou falando sobre ele. E sobre corações partidos. Sobre términos. E, como um presente de aniversário, me dei ao direito de parar de me culpar, ao menos por um momento, e lembrar de que eu sou vulnerável e ainda mereço os cuidados que eu acredito que mereço.

Como disse uma grande amiga, falar é fácil. Dizer que faria isso, e aquilo, é muito fácil, ainda mais apaixonado, amando. Mas fazer, de fato, o que fez ele? Infelizmente fez o mínimo e por que eu precisava deixar claro. O que gerava muitas discussões.

Como deixei chegar nessas condições? Como eu pude ser tão cego? Novamente, é uma pessoa incrível, mas perdeu o brilho, quase que a identidade, ao dividir a vida comigo. E eu já me responsabilizei de todas formas possíveis, acontece que eu preciso parar de achar que tudo dependia só de mim, e isso começa, definitivamente, agora.

Eu preciso parar imediatamente de encontrar pessoas que dizem que sou perfeito, que dizem que me amam mais, que dizem que farão tudo por mim, que dizem... que dizem... Eu preciso de pessoas que façam, por que de uma coisa eu tenho certeza: eu faço!

Eu fiz.

Eu fiz tudo que eu podia pelos que amei. E eu não desisti do amor. Eu não quero e nem vou desistir.

Mas eu preciso calibrar MUITA coisa na minha vida. Preciso afinar coisas que dizem respeito a mim, mas, sem dúvidas, preciso alinhar melhor coisas que dizem respeito ao amado.

Acho que a partir de hoje, eu sou uma nova pessoa, de novo. Continuo vivendo um dia de cada vez, sou grato por tudo que vivi e pela paz que tenho encontrado em meus dias.

Agora eu preciso de mais proteção, mais aprendizado e mais completude. Eu estou pronto.

E por fim, eu não quero ter razão, eu só quero ser compreendido. Só isso.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Últimos 365 dias

Os últimos 365 dias, meu último ano de vida, foram um deus nos acuda. Passei o último aniversário tentando superar um ex, depois fui demitido de um emprego, fiz uma das melhores viagens da minha vida, me apaixonei de novo, fiz uma das piores viagens da minha vida, consegui um emprego melhor, fui demitido de novo, decidi morar com a pessoa pela qual me apaixonei, me encontrei em uma das situações financeiras mais difíceis da minha vida, a qual ainda estou, terminei um relacionamento novamente e, agora, em mais um aniversário, sigo lutando.

No entanto, parece que é esse quase o estado constante da minha vida, talvez do mundo também. Todo dia vejo gente dizendo que está tudo uma loucura, que são tempos difíceis, que está tudo piorando e isso e aquilo, fins dos tempos, apocalipse. Aí eu parei pra pensar:

Mas quando é que houve tempos fáceis? Quando nossos pais conseguiram construir um patrimônio sem um pingo de saúde mental dando vez a uma das gerações mais depressivas e ansiosas de toda história? Quando nossos avós sofreram na ditadura ou a ignoraram? Ou ainda quando o planeta passou por duas guerras mundiais, separadas por uma das piores crises econômicas já existentes? 

Houve tempo fácil quando as pessoas não tinham acesso à saúde e à informação? Houveram tempos fáceis na escravidão? Houve tempo fácil frente à colonização? Quando houve tempo fácil, ou paz, quando detinham o poder a monarquia e a igreja? Se alguém viveu tempos fáceis, me conte em que multiverso, por que a história é uma desgraça, não é justa e não perdoa. 

No momento, isso não me conforta, é só um fato, é só a realidade. Mas a gente segue. Eu, por exemplo, vou tentando mudar a perspectiva. Nada é 100% terrível, nada é, nem será 100% incrível. Tudo pode piorar, mas tudo pode melhorar também.

Queria eu dizer: quero que isso passe logo, mas esse logo é tempo de vida, e eu não quero morrer ainda. Foram 34 anos muito bem vividos, na minha opinião, já que a vida é minha. Não posso desistir agora. Mas não é fácil, de modo algum. Na verdade parece sim, que fica cada vez mais difícil, e não pelas questões do mundo, como eu disse, por que acho que o mundo já esteve pior.

Eu digo que a vida em si fica mais difícil. Provavelmente, suspeito, por que alguns de nós, talvez eu incluso nestes 'alguns', passa a saber lidar menos com os desafios. Preciso melhorar. Vou continuar vivendo. Dia após dia, escolho e faço o meu melhor, que é diferente a cada dia.

Há dias em que meu melhor é apenas respirar, comer e ver TV, há dias em que consigo mais que isso. Eu só não me cobro e não vou exigir mais de mim do que eu sei que posso. Que eu siga tendo forças. Feliz aniversário pra mim!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Que emoções?

Depois de assistir Atlas do Coração da forma mais focada que eu pude, comecei a perceber que, por mais que eu seja uma pessoa minimamente educada, com certas consciências, que sabe se comunicar bem, eu definitivamente tive que aceitar que eu não conheço quase nada sobre emoções, principalmente as minhas.

Como uma criança na pré-escola precisei, didaticamente, escrever o que eu tenho sentido recentemente para tentar entender o que acontece comigo. E eu digo o que acontece comigo nos últimos 34 anos. Pra ser honesto, no últimos 17, quanto comecei tanto a trabalhar, quanto a namorar. Quase nenhum trabalho meu dura, quase nenhum relacionamento amoroso tampouco.

Tenho amizades reais de décadas e minha relação com minhas irmãs e meus pais é ótima, mas alguma coisa acontece quando o profissional e o romântico entram na parada. Pude entender, afinal, não de forma correta ainda, mas como suposições, que eu sou uma pessoa ansiosa. Posso não ter crises de ansiedade, mas eu sou sou uma pessoa completamente ansiosa.

Ansiedade que, quase sempre, aparece com minha aspiração por controle, e é aqui o pulo do gato: eu não tenho um pingo de vontade de controlar nada que se refere à minha família ou amigos, já nas relações amorosas e profissionais eu sou completamente controlador, eu preciso admitir.

Por vezes, esse controle funciona na vida profissional, até chegar aos meu susperiores, quando chega a eles, eu sempre sou demitido, por que desacato e sou extremamente irreverente, arrogante, duro, irritado, e não nego que eles mereçam, mas eles tem o poder e o usam me tirando o que eu preciso pra viver, que é o dinheiro.

Já nos relacionamentos amorosos, o controle não serve de quase nada, pra não dizer zero. O pior de tudo, é que eu não sei se um dia serei capaz de abrir mão desse controle, o que deverá custar muito caro pra mim no futuro se eu não conseguir domar esse impulso quase instintivo.

Além disso, tenho percebido, com a ajuda de um gráfico também didático, que a grande maioria das minhas emoções tem aparecido de forma negativa, embora sejam naturais. São elas: ansiedade, controle, medo, raiva, desespero, angústia, abandono, preocupação, nervosismo, tristeza, frustração, ressentimento, revolta, inveja, arrependimento, culpa, vergonha, confusão, abalado e insegurança.

São vinte, vinte emoções "negativas" contra as poucas "positivas" que me ajudam a me sentir melhor: esperança, nostalgia, otimismo, orgulho e entusiasmo. Todas essas aparecem também frequentemente.

Acho que todas me ajudam, de certa forma, a levantar da cama todos os dias e tentar viver da forma mais plena possível, afinal são sinais do meu próprio corpo pra mim. A questão é que eu tenho convivido com essa dor no peito constantemente quando estou sozinho, o que me faz odiar estar sozinho.

Mas é isso, por hora. Eu tenho exatos dois meses para trabalhar isso (na verdade tenho a vida toda). Mas estes dois meses são os meses que me dei na cidade onde vivo atualmente. Neste dois meses tenho casa, conforto, comida e, na teoria, paz, e posso usar ao meu favor pra, quando eu for embora, ter mais força para lutar pelo meu futuro, meus planos de curto e longo prazo.

Acredito que eu preciso muito trabalhar o emocional, pra lidar com os próximos obstáculos, os próximos desafios. Eu imagino que as coisas não ficarão mais fáceis, mas se eu puder conhecer melhor minhas emoções e lidar melhor com as adversidades da vida - sem fazer tantas apostas altas em um curto espaço de tempo - acredito que terei, finalmente uma vida plena.

Acho que viver bem é mais sobre lidar de forma madura com tudo, do que esperar que só coisas boas aconteçam. Eu acho por que eu falhei muito em algo que parece ser tão simples como isso, mas não é.