quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Que emoções?

Depois de assistir Atlas do Coração da forma mais focada que eu pude, comecei a perceber que, por mais que eu seja uma pessoa minimamente educada, com certas consciências, que sabe se comunicar bem, eu definitivamente tive que aceitar que eu não conheço quase nada sobre emoções, principalmente as minhas.

Como uma criança na pré-escola precisei, didaticamente, escrever o que eu tenho sentido recentemente para tentar entender o que acontece comigo. E eu digo o que acontece comigo nos últimos 34 anos. Pra ser honesto, no últimos 17, quanto comecei tanto a trabalhar, quanto a namorar. Quase nenhum trabalho meu dura, quase nenhum relacionamento amoroso tampouco.

Tenho amizades reais de décadas e minha relação com minhas irmãs e meus pais é ótima, mas alguma coisa acontece quando o profissional e o romântico entram na parada. Pude entender, afinal, não de forma correta ainda, mas como suposições, que eu sou uma pessoa ansiosa. Posso não ter crises de ansiedade, mas eu sou sou uma pessoa completamente ansiosa.

Ansiedade que, quase sempre, aparece com minha aspiração por controle, e é aqui o pulo do gato: eu não tenho um pingo de vontade de controlar nada que se refere à minha família ou amigos, já nas relações amorosas e profissionais eu sou completamente controlador, eu preciso admitir.

Por vezes, esse controle funciona na vida profissional, até chegar aos meu susperiores, quando chega a eles, eu sempre sou demitido, por que desacato e sou extremamente irreverente, arrogante, duro, irritado, e não nego que eles mereçam, mas eles tem o poder e o usam me tirando o que eu preciso pra viver, que é o dinheiro.

Já nos relacionamentos amorosos, o controle não serve de quase nada, pra não dizer zero. O pior de tudo, é que eu não sei se um dia serei capaz de abrir mão desse controle, o que deverá custar muito caro pra mim no futuro se eu não conseguir domar esse impulso quase instintivo.

Além disso, tenho percebido, com a ajuda de um gráfico também didático, que a grande maioria das minhas emoções tem aparecido de forma negativa, embora sejam naturais. São elas: ansiedade, controle, medo, raiva, desespero, angústia, abandono, preocupação, nervosismo, tristeza, frustração, ressentimento, revolta, inveja, arrependimento, culpa, vergonha, confusão, abalado e insegurança.

São vinte, vinte emoções "negativas" contra as poucas "positivas" que me ajudam a me sentir melhor: esperança, nostalgia, otimismo, orgulho e entusiasmo. Todas essas aparecem também frequentemente.

Acho que todas me ajudam, de certa forma, a levantar da cama todos os dias e tentar viver da forma mais plena possível, afinal são sinais do meu próprio corpo pra mim. A questão é que eu tenho convivido com essa dor no peito constantemente quando estou sozinho, o que me faz odiar estar sozinho.

Mas é isso, por hora. Eu tenho exatos dois meses para trabalhar isso (na verdade tenho a vida toda). Mas estes dois meses são os meses que me dei na cidade onde vivo atualmente. Neste dois meses tenho casa, conforto, comida e, na teoria, paz, e posso usar ao meu favor pra, quando eu for embora, ter mais força para lutar pelo meu futuro, meus planos de curto e longo prazo.

Acredito que eu preciso muito trabalhar o emocional, pra lidar com os próximos obstáculos, os próximos desafios. Eu imagino que as coisas não ficarão mais fáceis, mas se eu puder conhecer melhor minhas emoções e lidar melhor com as adversidades da vida - sem fazer tantas apostas altas em um curto espaço de tempo - acredito que terei, finalmente uma vida plena.

Acho que viver bem é mais sobre lidar de forma madura com tudo, do que esperar que só coisas boas aconteçam. Eu acho por que eu falhei muito em algo que parece ser tão simples como isso, mas não é.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Sinto-me melhor 'agora'

Eu não sei se é saudável, mas estou fazendo o possível pra seguir construindo novas memórias e tentando "sair da ilha para ver a ilha" o mais rápido que eu posso. Talvez eu deva respeitar o tempo, como se tivesse outra saíde, né?

...

A questão é que está tudo confuso ainda. A vontade é de definir o indefinível como, por exemplo, taxando o último relacionamento, ou a pessoa com quem estive, como bom ou ruim, certo ou errado, e todos sabemos, ou devemos saber, que não é assim.

De toda forma, eu espero que, no tempo certo, em enxergue a ilha como realmente foi, pro meu bem. Até agora, e claro por que se passaram apenas quatro dias desde sua partida, só vejo fragmentos, como um quebra cabeça que acabou de começar a ser montado.

Algumas peças já me mostram, porém, traços do que foram realmente os últimos três meses: a tentativa de ele escapar da sua realidade, depositando em mim toneladas de expectativas e eu, claro, fazendo a mesmíssima coisa.

A diferença, porém, é que os nosso tempos e limites eram completamente díspares. Infelizmente a realidade do mundo em que vivemos e como vivemos não nos permitiu, ou pelo menos a mim, que eu pudesse esperar todo o tempo que ele precisava.

Enquanto isso, eu pedia por coisas que, para mim, poderiam não ser muito, mas para ele eram demais. Tudo isso fez com que eu me questionasse dia após dia se era eu quem precisava ser melhor. No fim, eram ambos, mas fizemos o que conseguimos fazer.

Agora, sigo em uma montanha-russa de emoções que parece ser infinita, uma hora vem o choro de desespero, seguido do medo de ficar só no mau sentido. Outra hora, um alívio imenso por sentir que a carga de um relacionamento, daquele específicamente, já não preciso transportar.

Há, ainda, dores e saudade referentes aos resquícios das fantasias que semeei: "como eu era bem cuidado por ele", "como era bom acordar e ter um café pronto", "como era bom não precisar fazer tudo sozinho", "como encaixava bem o nosso humor, nosso gostos, nossos assuntos"... Bem, é isso que meu cerébro quer acreditar no momento, mas se é verdade, eu discordo parcialmente.

Bom, é irrefutável que houve momentos únicos, houve prazer, alegria, felicidade E AMOR, e não importa o por quê de não ter "dado certo" por mais tempo. O que aconteceu, já aconteceu. Eu preciso aceitar e trabalhar com a realidade do que está em minhas mãos.

Tenho vivido dia após dia de uma forma que considero correta. Estudo, trabalho, me exercito, como regularmente bem, mas o emocional continua abalado. É compreensível, dizem pra mim e eu reforço, afinal, o término não completou duas semanas e ele partiu há quatro dias.

Só me resta focar no próximo passo, e no outro, e no outro, um de cada vez. Eu estou sozinho, por que todos nós estamos sozinho. E eu não estou solitário, por que eu escolhi não estar solitário. Sinto-me bem melhor agora.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Lágrimas

Hoje, após quase dois anos de terapia, chorei pela primeira vez na sessão. Afinal, não tem um dia, dos últimos sete, que eu não tenha chorado, e muito.

Não sei se é o acumulo por ter vivido tanta coisa nos últimos dois anos, mas, se for, a responsabilidade é minha do mesmo jeito.

Ainda, é o que é.

Só acho, novamente, que eu merecia mais, mas em meio a dúvidas, incertezas, tristeza e raiva, me surge uma frase na TV, na minha cara: "nunca estamos preparados para o que queremos".

Pronto.

E é isso. Eu tive o que queria com ambas as duas últmas pessoas que amei. Ambos incríveis, ambos boas pessoas, lindos, carinhosos, esforçados, dispostos, honestos... Enfim.

Além dos relacionamentos, eu também tive o que quis quando consegui grana para ir a Europa novamente o que acabou se tornando um pesadelo.

Então, não posso dizer que eu não tive o que eu quis, o que me leva a pensar que eu preciso querer de forma mais específica, talvez.

Enquanto isso, em relação ao trauma mais recente, é um dia de cada vez me agarrando ao que me faz sentir mais forte, ao mesmo tempo em que tento me permitir a sentir o que preciso, por que não é fácil.

As últimas 48 horas vivendo neste apartamento, onde ficavamos juntos dia e noite, é quase uma tortura. Seu lado da cama, seu lado do sofá, sua xícara de café, nossas idas quase diárias ao supermercado, a caminhada, também quase diária, na praia. 

A presença dele era tão forte que chega a me fazer sentir raiva e, então, culpa, por permitir que um relacionamento começasse tão intenso quanto este foi. Tenho certeza que teríamos chance se começassemos de uma forma diferente. Agora é tarde.

Sigo trilhando meu caminho sozinho de novo, com muitas lágrimas nos olhos e aspirando ter, sim, o que eu mereço, independente se é o que quero agora ou não, apenas desejando que sejam coisas boas.

Carpe Diem

domingo, 19 de janeiro de 2025

Literalmente um amor de verão

Acabou. Após 183 dias... de novo eu tenho que enfrentar o fim de uma relação. Mais uma relação que tinha como promessa durar a vida, deixou de existir. O que começou 19 de junho, há dois dias do verão espanhol, em uma praia banhada pelo Mediterrâneo, acabou, também, em um dia 19, no ápice do verão brasileiro, com um voo de adeus no aeroporto de uma cidade litorânea banhada pelo Atlântico. 

É como é.

Só eu, ele e Deus sabemos como foram esses últimos sete dias, já que a difícil decisão de chegar ao fim ocorreu após uma conversa há exata uma semana. Montanha russa de sentimentos. Ondas e ondas de tristeza, caos, raiva, alívio, esperança, pessimismo, tudo junto e as vezes... nada. Que situação.

Foi tudo muito bonito e, ao mesmo tempo, estranho demais. Eu fico me perguntando como eu deixei isso acontecer, de novo, em tão pouco tempo. Eu sou burro, ou o que? Não arrependo, mas também não entendo como agi de formas tão estranhas. Quase não me reconheço quando olho pra trás.

Só espero que, dessa vez, eu tenha aprendido de vez que eu preciso do que eu preciso, e leva tempo até conhecer uma pessoa antes de fazer compromissos tão sérios. Além disso, não posso acreditar que há algo errado comigo, mas seguirei tentando ser o melhor que posso, dia após dia.

Dito isto, preciso aceitar que estou cansado de me machucar, de me doar demais, de fazer demais. Eu preciso me acalmar, ter mais paciência e fazer as coisas por mim. Ignorar qualquer tentativa de apróximação de qualquer pessoa que venha prometendo demais e esperar que prove com ações, não só com palavras.

Me sinto tão ferido. Apesar disso, quando olho pro futuro, me vejo bem de novo, e é isso que importa: eu vou ficar bem.

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Mais um

Mais um ano terminou e eu sinto que vivi muito mais de um com fé. Não tenho orgulho nenhum de dizer que sinto tão intenso, mas é o que é. 

Já fiz minha lista de metas e desejos pra 2025 e além, então talvez eu deva escrever algo como "ser mais calmo e paciente", também.

Acho que tudo que vivi, eu escrevi aqui.

Então pra fechar o ano com pelo menos algum dito, digo que mais do que nunca, me sinto finito.

Mais do que nunca, acredito que preciso aproveitar o dia, o agora, e, passo a passo, viver a vida com o máximo de valia.

No final, é só a terra completando uma volta ao sol, mas é também o tempo passando "ó", nos informando como ao navio faz um farol.

Espero de esperar e de esperança, que tudo continue bem e que haja abundância.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Sem solução

 Aparentemente o que senti de ruim, de pior, durante este ano, não acabou. A sensação é de passar por uma fase que não faz sentido. Por exemplo, sentir coisas que não era suposto sentir. Reviravoltas e mais reviravoltas de emoções.

O que antes era segurança e confidência, agora parecem medo e desespero. 

Não vejo uma solução muito fácil. Na verdade, sinto que não há solução por hora.

Mas também não sei se devo esperar para ver ou agir de novo, por que estou cansado de agir.

Não há muito o que dizer!

quinta-feira, 31 de outubro de 2024