quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Sinto-me melhor 'agora'

Eu não sei se é saudável, mas estou fazendo o possível pra seguir construindo novas memórias e tentando "sair da ilha para ver a ilha" o mais rápido que eu posso. Talvez eu deva respeitar o tempo, como se tivesse outra saíde, né?

...

A questão é que está tudo confuso ainda. A vontade é de definir o indefinível como, por exemplo, taxando o último relacionamento, ou a pessoa com quem estive, como bom ou ruim, certo ou errado, e todos sabemos, ou devemos saber, que não é assim.

De toda forma, eu espero que, no tempo certo, em enxergue a ilha como realmente foi, pro meu bem. Até agora, e claro por que se passaram apenas quatro dias desde sua partida, só vejo fragmentos, como um quebra cabeça que acabou de começar a ser montado.

Algumas peças já me mostram, porém, traços do que foram realmente os últimos três meses: a tentativa de ele escapar da sua realidade, depositando em mim toneladas de expectativas e eu, claro, fazendo a mesmíssima coisa.

A diferença, porém, é que os nosso tempos e limites eram completamente díspares. Infelizmente a realidade do mundo em que vivemos e como vivemos não nos permitiu, ou pelo menos a mim, que eu pudesse esperar todo o tempo que ele precisava.

Enquanto isso, eu pedia por coisas que, para mim, poderiam não ser muito, mas para ele eram demais. Tudo isso fez com que eu me questionasse dia após dia se era eu quem precisava ser melhor. No fim, eram ambos, mas fizemos o que conseguimos fazer.

Agora, sigo em uma montanha-russa de emoções que parece ser infinita, uma hora vem o choro de desespero, seguido do medo de ficar só no mau sentido. Outra hora, um alívio imenso por sentir que a carga de um relacionamento, daquele específicamente, já não preciso transportar.

Há, ainda, dores e saudade referentes aos resquícios das fantasias que semeei: "como eu era bem cuidado por ele", "como era bom acordar e ter um café pronto", "como era bom não precisar fazer tudo sozinho", "como encaixava bem o nosso humor, nosso gostos, nossos assuntos"... Bem, é isso que meu cerébro quer acreditar no momento, mas se é verdade, eu discordo parcialmente.

Bom, é irrefutável que houve momentos únicos, houve prazer, alegria, felicidade E AMOR, e não importa o por quê de não ter "dado certo" por mais tempo. O que aconteceu, já aconteceu. Eu preciso aceitar e trabalhar com a realidade do que está em minhas mãos.

Tenho vivido dia após dia de uma forma que considero correta. Estudo, trabalho, me exercito, como regularmente bem, mas o emocional continua abalado. É compreensível, dizem pra mim e eu reforço, afinal, o término não completou duas semanas e ele partiu há quatro dias.

Só me resta focar no próximo passo, e no outro, e no outro, um de cada vez. Eu estou sozinho, por que todos nós estamos sozinho. E eu não estou solitário, por que eu escolhi não estar solitário. Sinto-me bem melhor agora.

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