domingo, 28 de novembro de 2010

Maldito tempo

Queria eu aproveitar cada segundo do tempo que me resta, cada minuto dessa aventura que é a vida, mas o tempo insiste em querer que tudo passe rápido, que tudo seja efêmero a ponto de eu querer me ver logo daqui a cinco ou nove anos. Eu não queria detestar o agora, mas não me deixam escolha. Eu quero dizer que ainda vou buscar uma luz no fim desse túnel temporal. Algo vai me fazer amar o agora. Já amei o agora algumas vezes, mas essas vezes já viraram passado. "E agora?"
Não é pessimismo, mas me vejo cada vez mais preso num emaranhado de desastres, afundando cada vez mais na areia movediça. Eu não quero ter de esperar noventa e cinco por cento do meu corpo afundar para receber uma ajuda heróica. Nem me agarrar à fracas raízes que me sustentaram por pouco tempo. Eu quero uma solução nova, sem precedentes.
Que saber? Eu quero sentir novamente o que é uma pessoa me perguntar qual o meu refrigerante favorito, que me dissesse o quanto sou feio, mas que não me trocaria por nada, que me fizesse propostas suficientes pra eu fugir da realidade por um instante, e esquecer da vida real. Queria sonhar junto e saber que dentre bilhões de seres humanos fui escolhido.
Isso não tem haver com um romance, eu quero sim um amor. Mas é por que não me vêm nada mais confortante à cabeça do que uma pessoa que te ajuda a enfrentar seus problemas só lhe dando beijos e estando ao seu lado física e espiritualmente. Eu gosto de fazer o papel de alguém sempre presente, de que poderia fazer tudo pra ver alguém feliz. Mas eu tô um pouquinho cansado, tudo bem que não tenho 60 anos. Porém ultimamente eu quero fazer o papel de vítima e coitadinho, ser acariciado e dormir sobre o colo de alguém.
A presença dos amigos é importantíssima, mas grande parte das vezes eles estão incluídos nos nossos problemas, afinal, quando eles passam por apuros, eu também passo e sofro. Eles não são incumbidos de neutralizar nossas dores e problemas; os amigos dividem seus problemas, amenizam. Eles também precisam de um amor.
A família... grande geradora de problemas. Família que te sustenta, te educa e leva para um bom caminho, pelo menos na teoria. Você briga, você chora, eu pelo menos, me acabo nesse lar, em todos sentidos possíveis ligados a "fraternidade". Como doem algumas coisas que acontecem em uma casa de família, outras fazem bem, outras nem tanto, são coisas inexplicáveis, onde você só vê sentido quando se torna chefe de uma família. Às vezes nem precisa tanto. Ah! família, um amor totalmente exagerado, e por ser exagerado, gera tantas desavenças, tantos debates e tantos desafios.
Vixi, e o tempo? Ele está passando, e terminando de escrever isso eu voltei a sentir esperança de amar o agora... acho que é por isso que eu escrevo. Foram pouco mais de 20 minutos, escrevendo este texto bobo e escutando o tema do filme "Titanic", mas foram o suficiente pra eu tentar amar o agora, agora, e tentar amar ele amanhã, afinal eu continuo tendo a mim enquanto viver, o "Eu" insuportável e amável humano.

CARPE DIEM 

"Amável tempo"

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