quarta-feira, 22 de julho de 2015

Dois meses e comemorações

Dois meses

20/07 - Sobre dois meses sem receber afagos, carícias, beijos e outras coisas do tipo com ninguém: ainda acho pouco. Afinal, essa experiência tem me feito muito bem, considerando que ficar só tem inúmeras qualidades, como todo piegas já sabe. Inicialmente a sensação, pelo menos a minha, era de que o mundo estava acontecendo sem você, que todos deram um jeito de compartilhar a felicidade com seus companheiros e que a amizade não existia mais como antes. E, também, porque junto com a abstinência de "paixão" vieram alguns problemas de saúde que me deram mais abstinências como reduzir alimentação, não beber álcool e, consequentemente, não fazer várias outras coisas que isso envolve.

Bom, mas quando você se vê completo (completo mesmo) sozinho, é aí que consegue sentir que pode acontecer junto com o mundo. Sim, eu estou acontecendo, talvez como em um casulo, mas é foda ficar nas metáforas. De qualquer modo, nos dias bons e ruins, que nunca deixam de existir, como todas as coisas no mundo, também boas e ruins, eu vou continuar. Preferivelmente só. Já fiz uma novena, já me perdoei, pedi mais perdão, já agradeci e fiz meus pedidos, quase sempre atendidos de prontidão.

Comemorações

Inclusive o modo como comemorei dois meses de abstinências (só eu pra comemorar uma coisa dessas), foi um dos pedidos realizados de prontidão. Acampar no rio Araguaia não poderia ter sido um presente melhor. Na prainha, na primeira noite, o céu estrelado roubava qualquer outro momento feliz q havia ocorrido durante o dia. É incrível como quase me faz chorar, refletir e sonhar. A quantidade de luzes naquela noite, as manchas e constelações  que são impossíveis de ver da capital, me faziam ser o melhor espectador.

Aquele céu! Poderia observar por horas a fio, mas o peixe assado estava pronto. Outra maravilha, e sem espinhas ainda. Junto a mim, na mesa, ouvindo sucesso dos anos 80, pés na areia e fartura, pessoas tão diferentes e que se entendiam como verdadeiros seres humanos, um casal de doutores, um casal de pescadores e a Jane, anfitriã da prainha, todos assuntando sobre os mesmos simples interesses: pesca, comida e natureza. Melhor impossível. Meu último dia de orações intensas, da novena, e o primeiro do acampamento, acabou com um sonho virando realidade, eu feliz. Eu sendo realmente feliz.

Depois disso, de dias desfrutando do que podia, na prainha ou em Barra do Garças, com aqueles amigos que, por um momento, pensei que não existiam mais, eu fui sendo mais e mais feliz. Reencontrar pessoas, receber abraços, elogios e ver como sentiam minha falta, foi energizante. Sejam ex-colegas de trabalho, amigos de faculdade ou até os da escola. Ouvir o que eles tinha a dizer sobre mim e como eu não fui apagado da vida deles, por mais que não nos falássemos com frequência, isso é amor.

A intenção, no fim, foi marcar aqui o que lembro que realmente me fez bem. A gente sabe como é terapêutico e é interessante escrever. Eu sei. Só resta, agora, agradecer mais e mais por esses presentes, essas comemorações, e esperar que os próximos dias/meses sejam desafiadores e me levem ao caminho certo. Por que comemorações como essas são raras, e por um bom motivo: para que possam ser apreciadas pelo quão realmente valiosas são!

Carpe Diem



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