terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Expectativas

"A felicidade é uma experiência de intensos sentimentos de prazer e sua manifestação é apenas episódica” (Freud, 1930)

Eu estou sentado em um escritório. Um escritório em um edifício em um centro empresarial em um bairro de uma cidade metropolitana de um estado brasileiro situado bem no centro da América Latina. Estou em um continente do planeta Terra, que está dentro de um sistema solar, que está dentro de uma galáxia em um universo cheio de galáxias etc. Eu estou aqui, lendo algo escrito há 86 anos e pensando o que vem daqui mais 86? mentira, não estou pensando nisso. 

Eu estou pensando nas expectativas que crio automaticamente em todas as vésperas do meu aniversário. Eu sou um ser tradicional, eu gosto de manter uma linearidade em datas comemorativas. Eu reuni alguns amigos no Porto do Baé para fotografar o último por do sol do ano, e fiz isso cinco ou seis vezes seguidas, por exemplo. E os carnavais em Caldas foram um bom exemplo disso também.

Mas, por incrível que pareça, no meu dia eu nunca consigo manter uma tradição. Coisas diferentes acontecem sempre. E é por isso que eu crio expectativas. Sinto um frio na barriga o dia todo pensando em quem vai falar comigo primeiro, que vai me ligar, quem vai aparecer, o que eu vou ganhar e tudo mais. Mesmo que nada de grandioso aconteça.

Aliás, acho que as vésperas da minha data são sempre mais interessantes que a própria. Mas não vou desmerecer o dia em que eu nasci. Gostaria de lembrar de todos eles, dos 25 dias 17 que vivi. Agora não importa, a expectativa de amanhã é mais forte. E foi por isso que decidi escrever um texto hoje, e não amanhã.

Agora sim, meus parabéns para mim. Ninguém vai ser o primeiro além do próprio. 

Ah, e eu concordo com você Freud.

Carpe diem, hoje
Carpe diem, amanhã e sempre!

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