segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Perdas

Escrito dia 1º de janeiro, para registro

O dia mais longo da minha vida. Incrível e Febril. Exagerado e odiável eu. Senti como se perdesse tanto, por deixar as chances de ficar calado, quieto, parado, perdi a chance de desatar, de me impedir. Perdi as chances de amar, a mim mesmo e aos outros. Mas, que eu perca, que se exploda, no meio do nada ou tudo, o que quer que seja. O que for perdido será achado, conquistado e reconquistado. Eu digo, desde o meu orgulho, à coisas materiais e pessoas, tudo está e sempre estará perdido, pra ser encontrado.

Aos prantos que não me cabem mais, não surgem mais, não sei qual a razão, sendo que gozo do meu choro, das minhas lágrimas. Elas sumiram, e ficaram iguais aos seus canais secos e ocos. Eu chorava quando eu dizia que amava, por que acabava, e eu ria quando dizia que amei, pois algo restava. Agora não se sabe. O que mais resta? Parece que houveram tantas chances de perder e se encontrar de novo. E eu, quebrando mais uma promessa, nós, na verdade. O que sinto é cruel e o que vejo é doentio.

Colhi o que plantei. Estamos cansados de saber. Perdi toda a colheita, ela era inútil e pereceu, e agora nada mais parece vingar, nada tem crescido nos lotes do meu coração. Não por que eu não quero, mas por que o que eu plantei não foi proveitoso a curto prazo. E agora, tentativas incansáveis surgem a fim oferecer ao mesmo homem, que já provou o que não serviu da ultima vez, enquanto eu aguardo o seu aval para que ele acredite que será sempre bom daqui pra frente.

Afinal, perdas não são fim de nada, não são ruins e eu mesmo já disse que se perder, por exemplo, é muito bom, de certa forma podemos usar como uma metáfora para o coração. Perder-se aqui dentro, perder alguém, pode ser bom, seja para encontrá-la novamente, se houver esperança e motivação, seja para nunca mais tê-la.

Carp Diem  

Nenhum comentário: