quarta-feira, 29 de julho de 2020

Procurando e conseguindo emprego

Era uma tarde ensolarada - não lembro data e nem dia da semana, apenas o mês e o ano: abril de 2013. Cheguei em Goiânia com minha mãe, mas para morar sozinho e, antes mesmo de saber onde eu iria residir, comecei a botar em prática o plano de procurar por empregos, como havia ensaiado e pesquisado antes de chegar na cidade.

Os passos que tomei, paralelamente, foram simples: Procurar por sites que ofereciam vagas de emprego, participar de grupos no Facebook que ofereciam oportunidades de trabalho, falar com conhecidos que moravam e trabalhavam na cidade e, claro, imprimir currículo e entregar a torto e à direito. Acredito que foram esses os métodos que utilizei há sete anos atrás.

Dia após dia foram surgindo as possíveis oportunidades para as quais eu enviava meu currículo, um papel com dados pessoais e pobre em experiências na minha área, já que precisei trabalhar em outras áreas que pagavam meu sustento. Mas apareciam e eu metia e-mail, até mesmo para vagas foram da minha formação de comunicação social habilitação em jornalismo.

Lembro que foram dezenas, ou até centenas, de currículos entregues ou enviados online e, com o passar das semanas, poucos retornos. Um dos primeiros, que eu me lembre, era para trabalhar como projetista de ambientes planejados, já que dentre minhas experiências era essa a mais relevante. Foram quase dois anos em uma loja projetando ambiente enquanto eu estudava jornalismo.

Enfim, me chamara para está loja de móveis planejados, e eu que nunca fui muito comum, já percebi de cara que era treta. Os dois sócios não tinham um show room ainda (loja montada com ambientes fictícios para apresentar os produtos) mas já tinham o espaço alugado o que me causou estranheza.

Dos sócios, um nunca aparecia e o outro só ficava no telefone ou falando abobrinha, chegando inclusive, a cortar as próprias unhas na mesa em que trabalhávamos. Após menos de uma semana bato a real e disse que aquilo não era pra mim, simplesmente não dava e o salário não era nenhuma maravilha também.

Dei uma pausa, voltei à minha cidade no interior do Mato Grosso para a festa de formatura e concluí tudo o que tinha pra concluir lá. Retornei a Goiânia e continuei procurando empregos com mais intensidade. Deixei currículos em livrarias, mercados, loja de automóveis, enviei para todas as vagas da minha área que apareciam até que brilhou no horizonte uma esperança. Me chamaram para uma entrevista para uma vaga na minha área.

Não recordo se tive outras entrevistas do tipo, mas recordo que nenhuma me atraiu como esta. Era em uma empresa de cosméticos/alimentos (na época não me causou estranheza como causa hoje), mas fui. Fui entrevistado pela farmacêutica responsável... RH? também não me espantou a falta na ocasião.

Fiz o texto que a mulher pediu sobre marketing multinível. SIM. Naquela época eu não fazia ideia é isso significava uma coisa: esquema de piramide, só que "legalizada". De toda forma eu fui contratado, e pelo menos não era pra trabalhar como integrante da "rede" como eles diziam, pois a palavra pirâmide era proibida (risos).

Eu trabalhei, de certa forma na minha área, mas o foco eram redes sociais e os sites da empresa. Foram meses gostosos de trabalhar, apesar da distância da sede. Eu cheguei a pegar dois ônibus para ir e dois para voltar, saindo de casa antes do sol nascer e chegando em casa depois de ele se pôr. Mas eu tive forças para isso, o almoço lá era bom, e eu lembro de ser bem tratado por todos.

Era um equipe querida, até mesmo os patrões (uma família) muito peculiar e bem esquisita, cheia de manias estadunidenses e religiosas, uma "bagunça danada". Apesar disso, não durou nem oito meses, já que me especializei num curso e pedi ao patrão um aumento que se equiparava ao piso mínimo da minha profissão. recebi um NÃO, e decidi deixar o trabalho. De lá, ao menos, retenho momentos únicos.

Nesta altura, já era início de 2014, eu consegui, pela primeira e única vez, até agora, receber seguro desemprego. Para esse ano, era um bom dinheiro, e eu pude ter calma para continuar procurando emprego por uns bons quatro meses, até encontrar o lugar quase perfeito pra trabalhar. Vale lembrar que dentro desses meses fiz um teste que não durou dois meses em uma empresa de marketing e publicidade que atendia bastante clientes.

Meu trabalho era mais voltado para programação, coisas das quais eu tinha noção, mas odiava. Apesar disso, fiz contatos e, alguns deles, mantenho até hoje. Vida seguindo, fui contratado por essa empresa, minha terceira oportunidade real em um ano de procuras e tentativas. Até hoje não sei como tive a "sorte" de ser contratado, já que cheguei super atrasado na entrevista, coisa que eu nunca faço e por eu não ter tanta experiência quanto eu achei que tinha para trabalhar lá.

Eram clientes grandes, apesar de uma agência de comunicação pequena. Eram trabalhos bem relevantes, mesmo que a maioria focados em assessoria de imprensa. Minha relação com essa empresa salvou metade do meu tempo útil profissional nesses últimos sete anos, já que estive ligado a ela por quase seis anos, sendo desligado, oficialmente, em 2020 por conta da pandemia.

Durante esses quase seis anos, muitas coisas aconteceram, especificamente falando do meu trabalho nesta terceira empresa. Fui demitido dela após um ano de trabalho, consegui um emprego como repórter em um jornal impresso, meu primeiro trabalho em redação e quarta oportunidade em Goiânia. A experiência neste jornal foi única, mas curta, pois quiseram me demitir no terceiro mês, o que achei injusto.

Por sorte, ou não, a empresa que havia me demitido, quis me recontratar de imediato. Me chamaram com um salário maior e voltei feliz. Era época de vacas gordas, ao que parecia e continuei tirando muito proveito de tudo que aprendi e continuava aprendendo lá e foi assim por quase mais dois anos, até que, dessa vez, eu é quem quis sair, eu ansiava por novos desafios. Pedi as contas.

Novamente, por sorte ou não, eles não quiseram se desligar de mim. Ofereceram um contrato, sem carteira assinada, onde eu emitisse nota fiscal e continuasse trabalhando para eles, mas via home office, isso em 2016. E foi assim que eu mantive, ano após anos, minha relação com essa empresa, até o fim, talvez não definitiva, neste ano de 2020.

Só que, estando em casa, eu não trabalhei apenas para essa empresa. Isso me possibilitou fazer dela uma cliente, e assim procurei por mais clientes. Eu via em coisas como eventos em outdoors ou em redes sociais, oportunidades de oferecer assessoria de imprensa, que foi, das coisas que aprendi a fazer, o que eu mais gostava na época.

Consegui clientes, mas mais do que isso, consegui minha segunda oportunidade em uma redação de jornal. Graças a um contato que fiz durante essa jornada e que me alertou da vaga. Desta vez era um jornal focado no site, um dos mais acessados do Estado de Goiás. Essa foi outra oportunidade foi de ouro, e teria sido mais se, novamente, o chefe maior não fosse tão deslocado da realidade e sem senso de recursos humanos.

Apesar disso, não reclamo, foi um trabalho excelente e me proporcionou conhecer tanta gente, aprender tanta coisa. Eu não queria deixar, mas segui meu coração, que busca ser tratado bem em um lugar onde eu fico tanto quando na minha própria casa.

Já que o texto está ficando grande demais e eu to cansando já, vou tentar finalizar. Após os clientes que tive durante os últimos cinco anos, a oportunidade que tive na redação do último jornal que trabalhei e durou cerca de 11 meses e a dispensa da agência com quem trabalhei por tanto tempo, decidi largar tudo e me dedicar a uma das melhores oportunidades que me apareceram nos últimos anos: trabalhar para o governo.

Como comissionado, fui contratado com um salário quase justo, o melhor que já tive, e um emprego de 40 horas semanais na sede da secretaria para qual eu ia prestar serviço. Era voltar as raízes, só que agora, ganhando melhor. Vale lembrar também que esse emprego surgiu, por que um contato que eu fiz enquanto trabalhava em um dos jornais me chamou por que lembrou de mim e do meu trabalho.

Acontece que, nem cinco meses se passaram e eu vi que essa oportunidade não era pra mim, por isso, cá estou finalizando o texto dizendo que, ao ser exonerado, eu estarei sem emprego, e começarei "quase" tudo de novo. Continuo animado, mas ansioso e com medo, claro. Eu confio em mim e esses anos todos provam isso.

Não há o que temer. Sempre haverá oportunidades, é preciso acreditar e correr atrás. Sei que poderá ser difícil, ainda mais nessa época, mas também preciso saber lidar com as consequências de não permanecer em trabalhos que pagam, mas que não dão qualidade de vida merecida.

Eu sou humano e devo ser tratado como tal. Depois eu conto o que aconteceu.

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