segunda-feira, 14 de março de 2016

Apenas começo

Sempre que quero algo que considero precisar, ou que considero ser importante para mim, o tempo de espera para alcançar é sufocante. Parte deste drama vem da ansiedade, que eu me recuso a tratar com remédios, vou na raça, aprender na pele, por mais que doa; parte vem de apelo por conquista, desejo, reparação etc.

Neste caminho, o universo não alinha tudo para mim, eu tenho que descobrir sozinho. O lado bom é que, além de ser divertido, as vezes, e eu gostar de observar como as coisas se desenrolam, os fatos também não conspiram contra mim. De todo modo, as condições, como este ser que sou, nunca são perfeitas.

Considero que a ânsia que me consome - literalmente - por querer ter o que eu acho que preciso ou que seja importante para mim, pode ser considerada uma doença, que eu preciso tratar de alguma forma, corrigindo e fazendo o possível para suportar ela enquanto acho um modo de me 'curar'.

Nisto, vou reconhecendo que estou crescendo e mudando minha abordagem à medida que ela se desenvolve, mesmo com tantos fatores a minha volta, mudando as condições e resultados dos meus atos. Por exemplo, tantos meses me empenhado em ser alguém melhor, me trouxe resultados que eu não esperava, coisas boas, mas não o que realmente eu procurava.

Preciso continuar me empenhando, ao que parece tenho muito anos pela frente. É engraçado não ter mais aquela visão que eu tinha quando adolescente, de que tudo aos 25 estaria perfeito e resolvido (casado, com casa, carro e uma viagem internacional todo ano). Isso continua sendo uma meta, mas tantas coisas conquistei durante esse período, que nem por um segundo havia passado pela minha cabeça que poderiam existir. Continue assim.

O fato de discorrer sobre essa questão de querer, desejar e 'precisar' de coisas é que ela não é errada, mas a maneira como eu busco tende a ser, a maneira como eu me sinto a respeito dessas coisas enquanto vou atrás delas. É um sofrimento desnecessário e de antecipação que deve ser evitado de alguma forma. 

Talvez aprender a não sofrer com a ansiedade seja um dos desafios da minha vida, afinal, eu não tenho problemas graves, graças a Deus. Eu não sei esperar, mesmo não sendo agitado, eu não sei dar tempo, é um dilema. 


"Algum dia" - O lendário lugar onde suas esperanças, sonhos, metas e aspirações se realizarão magicamente.


Engraçado que, para mim, algum dia nunca existiu. Eu sempre tive a ideia fixa de que, o momento certo era sempre agora. Graças a isso, a maior parte das minhas vitórias foram conquistadas, e uma pancada de erros foram cometidos. Mergulhar de cabeça dá nisso: sensações ótimas e consequências pesadas, boas ou ruins.

Outras coisas que andam comigo e não abro mão, durante este percurso, e que ajudam a drenar a ansiedade, são o otimismo e as motivações. Eu não tenho, quase nunca, discursos negativos em minha cabeça, e sorrio sempre por isso. E tenho motivações, muitas motivações, materiais, emocionais e tantas outras, que me ajudam a tomar um passo de cada vez.

Poder falar a respeito disso, em uma segunda feira chuvosa, me faz refletir em quanta sorte eu tenho, ou melhor, quanta sorte eu tive até hoje. Afinal, em alguns dos meus dias eu lembro que prometi a mim mesmo que eu cuidarei bem de mim, em muitos dos meus dias eu lembro que também prometi me amar, acima de tudo, e a amar as pessoas a minha volta, e em todos os dias da minha vida eu lembro que sou agradecido por tudo, tudo.

E, no fim das contas, o saldo é positivo, os problemas subtraindo as soluções resultam nisso. Uma vida de verdade. E se eu parar pra pensar o porque de quase tudo isso, a resposta é simples: 

Eu apenas começo.

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