Love

Hoje eu sinto algo sinistro. Não estou com cabeça para trabalhar. Está faltando um pedaço de mim, e eu não sei como consegui-lo de volta. Eu venho me percebido, venho me vigiando e descobrindo o que há de errado.

A questão é que 'sou de nana', não sou um jovem adulto energético, descolado e vigoroso, e aceito isso, porém tem algo em mim que não condiz com minha personalidade. tem algo que não tem acompanhado essa minha tranquilidade, minha brandura, meu jeito divertido e sempre otimista de ser.

Acredito que se trata de uma enfermidade. Não é algo físico - não dessa vez - é algo que se tornou um hábito, que formei sem perceber e não faz parte de mim. Se eu pudesse escolher, pontuar, o que sinto que forma esse nódulo que me 'descompleta', eu diria que são:

- Ansiedade/impaciência

- Dependência de sexo/parceiro

- Medo do abandono/rejeição

- Dificuldade em dizer não

- Vício em doces/chocolate

Pode haver mais do que isso, claro, e que alguns desses problemas vem de um passado distante, outros, de experiências mais recentes. Eu tento lidar, acho que isso deve fazer parte de alguns de meus desafios diários, para conseguir meu Eu de volta, já que não tenho problemas maiores.

Eu tenho estado bem sozinho, quero dizer bem, por estar bem com isso, mas tenho receio em olhar para trás e ver falhas que mudaram drasticamente o rumo da minha vida. Eu não soube prever falhas e erros cometidos, e me arrependo de muita coisa, diferente da grande maioria das pessoas.

Love

Minha experiência mais recente de reflexão fez aflorar sentimentos antes guardados. E, eu sinto vontade de chorar novamente. Eu percebi, assistindo aquilo, como faz bem aceitar a si mesmo e enxergar seus defeitos.

Agora, eu entendo um pouco melhor que, ser eu mesmo, não se trata só de assumir minha homossexualidade, minha independência, minhas virtudes e desejos. Ser eu mesmo é aceitar, e saber aceitar, o que eu realmente sou e descobrir (essa parte é difícil) o que eu não sou e cuidar para que isso não me consuma.

Sabe, eu nunca medi esforços para ser quem sou e tentar tirar de mim o que não sou, estou sempre aberto a mim mesmo, mas tem algo que não colabora. As vezes parte de outros, as vezes, de mim. 

Bem, eu aceito muita coisa também. Admito que não tenho certeza do meu caminho. Mas, principalmente, confio que me levará a um bom lugar e eu confio, também, que serei proporcionalmente mais feliz a cada dia.

Obrigado, love.