terça-feira, 7 de junho de 2016

Normal

Outono, sem cara de outono, mas minha estação favorita. Junho, um mês em que nada acontece, mas minha vida estava acontecendo. Um domingo, dia de feira, eu amo feira. Fazia sol, mas estava suportável. Eu estava feliz, nada particular me alegrava. Eu esperava sentado, como faço minha vida toda, por que sou preguiçoso pra ficar de pé sempre.

Eu olhava as pessoas, eu sentia o momento. Estava tudo onde devia estar, como devem fazer há décadas. As barracas, as pessoas, tudo. E, eu, na sombra, esperando, já estava realizado pelo final de semana perfeito, sem saber que podia melhorar, da mesma forma que não esperamos algo piorar.

Eu estava determinado a arriscar, assim como ele. E quando chegou, "mudei o semblante", pelo menos, foi o que houvi. Apertei aquelas mãos, senti aquele abraço, onde é que ele estava todo esse tempo? Eu sei qual é a resposta, eu descobri horas depois.

Por falar em horas, melhores horas investidas em um tempo, uma vida, que parece não se desenvolver da forma que se espera. Me espreitei, não titubeei, mas disse muitas besteiras. Típico de mim. Bastou sentarmos e desatarmos a contar o que viesse a cabeça. Foi bom, foi ótimo.

Ser tocado por ele de novo, era o que eu mais queria, mas sem me despedir. Então o chá de hibisco foi o que pareceu mais sensato. Tomar um chá de hibisco. O local era perfeito, a conversa era perfeita, a música, o universo conspirando, o beijo também foi perfeito.

Casual quando se trata de mim, mas era você. Era a praça do Sol, era o chá, eram aquelas coisas e pessoas, tudo exatamente onde deveria estar. Minha mente estava em frenesi. Quando me vi, fundo, naquele ombro, enterrado naqueles cabelos curtos e naquela pele macia, me senti um pouco mais eu, de novo. Não acho que seja errado, não acho que seja precipitado.

O tempo correu, e senil, fui embora. Ele foi levado, depois daquele abraço, que quase me transportou pra dentro do seu peito. Nossas vidas, eventualmente, voltaram ao normal. Normal, pra mim, é estar incrivelmente feliz e agradecido.

Carpe Diem


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