terça-feira, 5 de abril de 2016

Auto sabotagem

Uma vez, enquanto conversávamos, você disse:

- Eu li algo que me fez lembrar da gente!

Eu lutei e relutei para que você me mostrasse. Você não mostrou. Qual o sentido disso tudo, afinal? Nunca vou saber se era algo com fundamento.

Eu vejo, te vejo, percebo como não funcionaria mais. Mas algo dentro de mim, algo que grita "Não é o EGO, não é o EGO, conquiste-o de volta", continua esperneando e falando que eu deveria continuar tentando, que é você, apenas você.

Mas não, se eu não fizer nada: é orgulho. Se eu fizer algo: eu sou trouxa. Impossível saber se estou fazendo certo.

Mas eu fico na minha, sabe porque? Por que assim, eu tenho certeza que eu não vou me meter em confusão, não vou machucar nem você e nem a mim. É por isso...

E também por que você nunca quis conhecer as pessoas da minha família como eu tanto insisti.

E também por nunca termos feito aquela viagem que tanto eu queria.

E também por ouvir dos seus lábios que você não enxerga mais o NÓS.

E também por nós não estamos prontos pra isso.

Por não poder dar tudo que você merece,

por saber que eu mereço mais,

por ter esperança de que isso mude um dia.

Eu ouvi de todos o tal "siga em frente". E o que eu estou fazendo? Estou, fabulosamente, seguindo minha vida, mas tem algo errado aí. Tem alguma coisa travadinha.

Ah, quer saber? Já deixei claro o que eu sinto, está mais que óbvio.

Se eu pudesse escolher, SE EU PUDESSE, senhor. Deus sabe que não seria você
nem pra você quase tudo que eu escrevo.

Não consigo disfarçar, nem vou, né!?

Eu sempre prometo pra mim que não vou mais falar nada, que não vou sentir que me proíbo, mas assim como promessas que não pude cumprir pra você, não consigo seguir essas.

Você quer saber de outra coisa também? Eu nunca me entreguei como me entreguei pra você, eu digo, já disse, não tem como eu controlar, simplesmente esse turbilhão de sentimentos foi só com você.

"Nossa como sou foda", será que você pensa assim ou, quem sabe, "Que pena que não posso fazer nada por você" ou, ainda, que nem pensar você pensa, assim como as respostas que eu nunca ouvi você dar.

Porra, eu ouvia você quando deitávamos juntos. Ouvia suas loucuras, seus sonhos, suas esquisitices.

Porra, demos certo. Não porque somos melhores ou piores que outras pessoas, mas apenas porque permitimos que as coisas acontecessem.

Não adequamos, não consertamos o que devia ter sido adequado e consertado.

Estávamos vivendo. Mas, mesmo assim não nos permitimos um dia de cada vez, após as falhas. Forçamos um pouquinho.

E eu continuo na minha, sabe porque?

Por que eu me auto sabotei e busco, dia após dia, me recuperar disso e superar totalmente essa parada que me faz querer você, já que você

Não me quer mais.



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